Trabalho de artista baiana sobre Santo Antônio é premiado em Lisboa
Por seu criativo altar que, além de reverenciar divindade, sensibiliza as pessoas acerca da pandemia, Mônica Silva recebeu menção honrosa em concurso na capital portuguesa
Com informações do depoimento da própria artista e da página do Museu de Lisboa no Facebook
Matéria atualizada em 22 de junho de 2020, às 18h40
Bastou uma artista plástica daqui da Bahia merecer uma homenagem especial do outro lado do Atlântico, pelo altar concebido para reverenciar seu santo de devoção, mas trazendo uma mensagem de reflexão sobre a pandemia do novo coronavírus. A criadora da obra, Mônica Silva, foi recentemente agraciada com menção honrosa num concurso em Lisboa, que premiou os melhores altares dedicados a Santo Antônio.
Mônica, que todos os anos faz questão de venerar a divindade, foi a única fora de Portugal entre os cinco artistas contemplados com tal honraria nos Tronos de Santo Antônio. Em 2020, considerado um “ano marco” para ela, o evento realizado na capital do país ibérico – onde nasceu o santo, há quase 825 anos –, já em sua sexta edição, assumiu pela primeira vez o formato de concurso.
Intitulado Santo Antônio lá fora, o altar confeccionado pela baiana – que também é arte-educadora – evidencia, de acordo com ela, “um pouco o que estamos vivendo”, objetivando construir uma perspectiva sensibilizadora acerca do presente contexto, no qual recomenda-se à população para que esteja isolada em suas próprias casas, como estratégia de se prevenir do contágio pela Covid-19.
“O ‘fique em casa’ e ‘use a máscara’ estão representados na base do altar com os bonequinhos dentro com máscara e os de fora sem. Usei um espelho, para representar o diálogo necessário que precisamos ter conosco nesse período, o olhar para dentro”, afirmou, em depoimento nas redes sociais.
Demais aspectos da obra
Conforme Mônica Silva, com relação aos aspectos decorativos de sua obra recém-premiada em Lisboa, o trigo simboliza o pão de Santo Antônio, ao passo que as flores secas traduzem a simplicidade inerente à divindade, comemorada no dia 13 de junho.
Quanto às cores empregadas no altar, a artista plástica esclarece que o azul simboliza a confiança e a fé, além de proporcionar benefícios ao corpo e à mente, associados à tranquilidade e à serenidade, “o que precisamos neste momento”. Já o branco, além de significar paz e limpeza, tem a atribuição de refletir todos os matizes do espectro, representando a diversidade.
A capelinha vazia, sem a imagem de Santo Antônio, serve de estímulo às pessoas para ficarem em casa. Finalmente, a figura esculpida do santo abraçando o menino – ambos utilizando máscaras – se encontra no topo do altar, estando fora da casa e da capelinha “não por teimosia, mas pelo cuidado e proteção que ele tem com todos nós”, na opinião de Mônica.
Confira, abaixo, o vídeo do altar Santo Antônio lá fora, confeccionado pela artista plástica e arte-educadora baiana Mônica Silva, e recém-agraciado com menção honrosa no Concurso de Tronos de Santo Antônio, em Lisboa.
P. S.: Este jornalista orgulhosamente agradece
a Daniel Luz – que, assim como Mônica, também atua como arte-educador – pela
merecida e irrecusável sugestão em publicar esta notícia aqui no blog.
Comentários
Precisamos sempre colocar a ARTE no lugar que ela merece, com todo o destaque.
Parabéns Hugo Goncalves pelo lindo texto e parabéns Mônica por nos dar o prazer de ter sua Arte como veiculo que atravessa fronteiras mais com dna baiano.
Venho acompanhando o trabalho belíssimo desenvolvido por Monica e este prêmio foi mais que merecido !
Santo Antônio está muito feliz com o nível da homenagem a ele prestada !