TV Bahia homenageou os 471 anos de uma Salvador em quarentena

Repleto de imagens cativantes, filme comemorativo produzido pela emissora traz poema reflexivo que cruza cotidiano da cidade e pandemia de coronavírus


Matéria atualizada em 14 de junho de 2020, à 1h43


Neste ano, aniversário da capital baiana foi comemorado dentro de suas casas

Reprodução


Às vésperas de Salvador, que àquela altura já se encontrava em quarentena, celebrar seu aniversário de 471 anos, a TV Bahia (canal 11.1 HD), afiliada da Rede Globo na capital, em sua região metropolitana e parte do interior do estado, pôs no ar um espetacular vídeo publicitário, especialmente produzido para a ocasião.

O filme de dois minutos, intitulado Redescobrindo Salvador, é abundante em uma frenética e cativante sequência de imagens dos pontos mais importantes da quarta cidade brasileira mais populosa, fundada em 29 de março de 1549 pelo português Thomé de Souza. Para emoldurá-las, foi inserido um lindo poema, batizado com o mesmo nome do vídeo e assinado por Rogério Araújo, editor de imagens da emissora.

Narrado por Douglas Oliveira, também pertencente ao quadro da TV Bahia, o texto propicia ao espectador uma reflexão cruzada entre o cotidiano soteropolitano – que prosseguiu movimentado até a pandemia do novo coronavírus – e a própria pandemia, que obrigou quase a totalidade da população mundial a permanecer confinada em seus domicílios como estratégia preventiva.

E a capital baiana, que já havia decretado quarentena semanas antes do seu aniversário, não esteve excluída do isolamento social, fazendo com que seus habitantes comemorassem seus 471 anos dentro de casa. “E mesmo sem aperto por causa do contágio / Salvador testa positivo para seu aniversário / E eu abro um largo sorriso e lhe dou um grande abraço”, finaliza o poema.


Confira, abaixo, o vídeo Redescobrindo Salvador, seguido da transcrição da íntegra do poema homônimo que o sonoriza, de autoria de Rogério Araújo.



“O corona não pediu carona

Transformou o mundo numa verdadeira zona

Ficamos aprisionados numa poltrona

O silêncio estaciona.


E um amigo me questiona:

- Será que vamos ficar sem o som da sanfona?

Um pensamento que decepciona?

Talvez não, porque essa é a energia que nos impulsiona.

 

Lotamos a avenida

E cada canto dessa cidade com muito trabalho e alegria

Mas agora recuamos por causa dessa pandemia

Um profundo silêncio que causa agonia

Mexeram até na economia.

 

Não é fácil ter entusiasmo

Tendo que evitar o contato?

Logo a gente, que não resiste ao calor de um abraço

Mas não deixaremos esse barato.

 

Covid, não deixarei que você me intimide

Faremos um verdadeiro arrastão

Em cada pedacinho de chão

Sem aglomeração, e com muita oração

Transformaremos em cinzas esse vilão

E será dentro de nossas casas, sim

Mas com a mesma fé de quem sobe a Colina até o Bonfim.

 

(Vai ser resenha esse fim de quarentena!)

 

Eu não vejo a hora de isso acontecer

Minha cidade, você sempre me ensinou

Um toque de acolher, e não de recolher

E eu estou aqui para te agradecer

Você pode até não me ver

Mas eu jamais deixarei você.

 

E mesmo sem aperto por causa do contágio

Salvador testa positivo para seu aniversário

E eu, abro um largo sorriso e lhe dou um grande abraço.

 

Parabéns, Salvador! 471 anos.”


Ficha técnica

Texto: Rogério Araújo

Narração: Douglas Oliveira

Edição: Gabriel Paz

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