Pnad Covid-19: 3,6 milhões com sintomas gripais buscaram atendimento em maio

Conforme levantamento do IBGE, pacientes com sinais de gripe estavam à procura por serviços de saúde na última semana do mês passado, nas redes pública e privada

Com informações da Agência IBGE de Notícias

Matéria atualizada em 16 de julho de 2020, às 23h56


80% dos atendimentos médicos ocorreram na rede pública, sendo que 1,1 milhão de pacientes foram a hospitais
Divulgação/Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas


Além de identificar os impactos da pandemia do novo coronavírus no mercado de trabalho em todo o território nacional, a Pnad Covid-19, cujos primeiros resultados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verificou que 3,6 milhões de pessoas que apresentam sintomas de gripe estavam à procura por atendimento médico em unidades das redes pública e privada de saúde no País, na quarta semana de maio.

Grande parte desses atendimentos, estimada em mais de 80%, ocorreu na rede pública. A pesquisa constatou que, entre esses pacientes em busca de serviços de saúde, 1,1 milhão se dirigiram a hospitais, ao passo que 127 mil foram submetidos a internamento. No entanto, 22,1 milhões de pessoas relataram pelo menos 12 sintomas comuns a diversos tipos de gripe e que podem se manifestar na Covid-19.

Dentro do universo de 3,6 milhões que procuraram assistência médica, podendo ter encontrado mais de um tipo, levando em consideração a rede pública, 43,6% foram a posto de saúde, Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Equipe da Saúde da Família; 23,4% se dirigiram a pronto socorro do Sistema Único de Saúde (SUS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e 17,3% a hospital do SUS.

Já para as pessoas que buscaram atendimento em estabelecimentos sanitários privados ou ligados às Forças Armadas, 12% foram conduzidas a hospital, 9,4% a ambulatório ou consultório e 3,6% a pronto socorro. Além disso, a Pnad Covid-19 verificou que, ao longo do mês de maio, houve um incremento na quantidade de internações hospitalares, passando de 94 mil para 127 mil.

Frequência dos sintomas

O levantamento também avaliou que, entre os 12 sintomas gripais, o mais frequente foi a dor de cabeça, relatada por 10,2 milhões de pacientes. Em seguida, vêm nariz entupido ou escorrendo, percebido por 8,3 milhões; tosse (6,5 milhões); dor muscular (5,9 milhões); dor de garganta (5 milhões); febre (4,8 milhões); perda de cheiro ou de sabor (3,7 milhões); fadiga (3,3 milhões) e dificuldade de respirar (2,9 milhões).

Dor nos olhos, detectada em 2,8 milhões de pessoas; dor no peito (2,2 milhões) e náusea (2,07 milhões) completam a relação dos sintomas investigados.

Conforme revela os dados da pesquisa, entre a primeira e a quarta semana do mês passado, o número de pessoas que relataram sinais de gripe recuou de 26,8 milhões para 22,1 milhões. A frequência de todos os sintomas da doença respiratória nesse período também sofreu diminuição.

Na opinião da coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lúcia Vieira, o distanciamento social é um possível fator gerador desses recuos. “As medidas de isolamento fizeram com que pessoas acabem não se infectando, porque estão em suas casas. Por exemplo, quem tem filhos sabe que eles pegam gripe na escola, o que não ocorre com a suspensão das atividades”, explicou.


Dos 18,4 milhões que não estavam buscando assistência à saúde, 82,4% ficaram em casa
Brisa Gil/Agência IBGE de Notícias


83,5% não procuraram atendimento

A Pnad Covid-19 concluiu ainda que 83,5% dos indivíduos que possuem sintomas associados à gripe não procuraram nenhum atendimento ou estabelecimento de saúde na semana de 24 a 30 de maio.

Das 18,4 milhões de pessoas que, apesar de terem apresentado algum sintoma, não estavam em busca de assistência médica, 82,4% afirmaram ter ficado em casa; 58,6% compraram ou tomaram remédio por conta própria; 13,3% o fizeram por orientação médica; 4,8% ligaram para algum profissional de saúde; e 2,4% receberam visita de algum profissional de saúde do SUS.

“Quando a gente conseguir uma série maior, com resultados de sintomas e atendimento médico por sexo e faixa de idade, inclusive com informações por estado, será possível um melhor mapeamento. Além disso, a pesquisa ajudará a conhecer os setores do mercado de trabalho mais afetados e que poderão ser favorecidos por políticas públicas”, frisou Maria Lúcia.


Comentários