Miro Soares transforma pensamentos em sensações coloridas
Servidor público
aposentado, artista plástico baiano cria e expõe suas pinturas vibrantes,
carregadas de subjetividade e simplicidade
Texto: Hugo
Gonçalves
Fotos capturadas por este jornalista, em 6 de novembro de 2019
Com informações do texto de Adriana Valadares Sampaio – extraído do cartaz da exposição Cores da Primavera – e da assessoria de
comunicação da Câmara Municipal de Salvador
Matéria atualizada em 15 de maio de 2020, à 01h23
Matéria atualizada em 15 de maio de 2020, à 01h23
“Criei a minha
própria expressão de pintura, embora alguns digam que os quadros têm semelhança
com os de Van Gogh”, diz Miro, nascido em vilarejo do Recôncavo
“As pinturas de
Miro Soares nos dizem muito mais que as leituras semióticas podem revelar. Nos
contam histórias de uma vida, vivências, impressões que não são somente
pessoais, são passionais, emotivas. Cada rastro do pincel, cada cor escolhida,
desvela sentimentos que nos provocam e nos convocam ao que nos é mais simples,
às nossas crianças interiores.”
Com essas palavras,
a graduada, mestra e doutora em Design
pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Adriana Valadares Sampaio, descreve
as obras de Almerindo Soares de Lima, 72 anos, impregnadas de simplicidade e
subjetividade. Natural de Santiago do Iguape, distrito de Cachoeira, Miro
Soares, como o artista plástico é conhecido, idealizou diversas exposições
temáticas, entre elas Cores da Primavera.
A mostra – que foi aberta para apreciação do público na galeria do Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador,
entre outubro e novembro do ano passado –, consistiu em uma síntese de seu
multicolorido e vibrante trabalho expressionista.
Em suas 34 telas selecionadas
para a exposição, a exemplo de Girassóis,
Margaridas e Monte Alegre (veja algumas delas na galeria abaixo), Miro Soares reproduziu, em alto-relevo, imagens de
flores e embarcações, remetendo às suas reminiscências do Iguape, um modesto vilarejo
de pescadores situado no histórico município do Recôncavo Baiano.
“Criei a minha
própria expressão de pintura, embora alguns digam que os quadros têm semelhança
com os de (Vincent) Van Gogh (pintor holandês, 1853-1890). Fico
satisfeito quando falam isso, mas não tenho vaidade, tenho amor pela arte”,
orgulhou-se, à época, o artista, que também é servidor aposentado do Tribunal
Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), em depoimento à assessoria de
comunicação da Casa Legislativa soteropolitana.
Levando a arte baiana para o mundo
Além de exibir
parte de suas obras em vários pontos de Salvador, Miro Soares, que mantém um
ateliê no bairro da Lapinha, teve o privilégio de representar a arte da Bahia em
outros lugares do Brasil e até do exterior. Suas pinturas expressionistas, elaboradas
ao seu modo peculiar, ganharam espaço significativo em várias mostras ambientadas
em São Paulo, no Rio de Janeiro, nos Estados Unidos, na França e na Suíça.
“Miro segue em seu
estilo próprio, em seu vocabulário imagético, construindo realidades, incitando
resgates internos, independente do que exige o mercado ou de modismos
impostos”, argumentou Adriana.
De acordo com a
estudiosa, o artista plástico cachoeirano pinta para contar as suas verdades. “Ao
nos resgatar de nossas construções moldadas pelos ideais sociais impostos, nos
conduz às nossas próprias vivências, às nossas noções pessoais de estéticas
livres, libertas, que, por sua vez, nos libertam de nós mesmos”, concluiu.
Confira, na galeria
a seguir, uma seleção de algumas pinturas que compuseram a exposição Cores da Primavera, do artista plástico Miro Soares. A mostra estava em
cartaz entre os dias 28 de outubro e 13 de novembro de 2019, no Centro de
Cultura da Câmara Municipal de Salvador.
Título: Bacia do Iguape
Título: Girassóis
Título: Margaridas
Título: Monte Alegre
Título: Rosas graxas
Título: Sem título (porém aparecem duas rosas)
Título: Sem título (porém aparece um saveiro, com o vilarejo em segundo plano)
Títulos: Girassóis (acima) e Boa noite (abaixo)
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