Estudo indica desigualdade como fator decisivo no aumento da pandemia no Brasil
Dados oficiais de mais de 200 países originaram levantamento, elaborado pela UFMG em parceria com startup, utilizando ferramentas de inteligência artificial
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informações da matéria exibida no Jornal da Tarde, da TV
Cultura, do portal G1
Minas Gerais e do referido trabalho científico
Matéria atualizada às 22h57
Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a partir de ferramentas de inteligência artificial, indicou que a desigualdade social é a razão preponderante na demora do Brasil em sair da fase aguda da pandemia do novo coronavírus. Para elaborar o levantamento, foram cruzadas informações de 211 países, extraídas de bancos de dados oficiais.
Resultado de parceria com a startup Kunumi, que desenvolve tecnologias emergentes, o trabalho científico – cujos dados por país, condensados mediante uma solução de inteligência artificial, estão disponibilizados em uma ferramenta online (consulte aqui) – conclui que as nações com maiores índices de desigualdade apresentam dificuldade em conseguir conter o avanço da Covid-19.
Outro fator avaliado pelos pesquisadores é a taxa de mortalidade dos infectados pela doença, cujo crescimento também vem acompanhado da distância entre a renda das populações ricas e pobres.
“Nesse contexto, a desigualdade social e econômica que, na nossa ferramenta, é medida pelo índice de Gini, aparece como um dos fatores que foram mais importantes em explicar a evolução da taxa de mortalidade em países como Estados Unidos e Brasil”, afirmou a executiva da Kunumi, Gabriella Seiler, à TV Cultura.
Ela comentou ainda que as disparidades tornam “mais complexo tanto o entendimento quanto o combate a essa pandemia, por ser necessário considerar as realidades distintas e as particularidades de cada região”.
Plataforma ajuda poder público
Para o chefe do Laboratório de Inteligência Artificial (LIA) da UFMG, Adriano Veloso, em entrevista ao portal G1, a ferramenta digital – denominada O que Afeta a Mortalidade por Covid-19 – propõe auxiliar o poder público a identificar as variáveis incumbidas na expansão ou fragilização do contágio pelo novo coronavírus, de acordo com o cenário de cada país analisado.
Conforme conclui o estudo, a principal variável que contribui para o agravamento dos casos de Covid-19 no território brasileiro é a baixa proporção de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) por habitante. Além disso, problemas habitacionais – destacando a alta porcentagem de indivíduos que moram em favelas – são decisivos na aceleração das taxas de mortalidade.
“O que se deve, provavelmente, é a alta densidade populacional, a limitação ao acesso de serviços de saúde, a falta de saneamento básico, as dificuldades de implementação de medidas de isolamento pela impossibilidade de trabalho remoto”, salientou Gabriella, da Kunumi.
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