Mateus Aleluia lança novo álbum, “Olorum”, em “live”
Pesquisador das raízes africanas, cantor e compositor baiano se apresentará, neste domingo, em transmissão para divulgar seu terceiro registro solo
Com informações da assessoria de comunicação do Sesc São Paulo, do Blog do Mauro Ferreira, no portal G1, e do perfil do artista no Instagram (@mateusaleluia)
Matéria atualizada em 24 de julho de 2020, às 2h20
Detentor de uma profícua trajetória pautada pela música afro-barroca e pelas pesquisas associadas à cultura africana, o baiano Mateus Aleluia fará neste domingo (26), a partir das 19 h, uma live de lançamento do seu terceiro álbum solo, intitulado Olorum. A apresentação será transmitida simultaneamente pelos perfis do próprio cantor e compositor e do projeto Sesc Ao Vivo no Instagram, além do canal Sesc São Paulo no YouTube.
O repertório de Olorum – produzido por Ronaldo Evangelista e lançado pelo Selo Sesc – se constitui de doze faixas totalmente inéditas e autorais, que dão voz ao canto dos nkises, entidades sagradas do povo banto, e voduns, divindades ancestrais do Benin, na costa ocidental da África. Além disso, o registro celebra, após um hiato de quatro décadas, o reencontro de Aleluia com o músico acreano João Donato.
Segundo o jornalista Mauro Ferreira, em seu blog no portal G1, Donato – que já havia atuado como arranjador em dois LPs do lendário grupo Os Tincoãs, do qual Aleluia fez parte (O africanto dos Tincoãs, de 1975, e Os Tincoãs, de 1977), compartilhando a função com o saxofonista carioca Oberdan Magalhães (1945-1984) – participou tocando piano Rhodes na gravação de duas faixas, o samba Amarelou e a sedutora Bem-te-vi.
O título do novo álbum do artista nascido na cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, há 76 anos (completará 77 primaveras em setembro) é uma clara alusão à divindade que, “na mitologia Yorubá e em algumas religiões de matriz africana, é o ser supremo responsável pela existência da humanidade e dos orixás. É o criador de tudo e de todos”, informa a página do Serviço Social do Comércio (Sesc) paulista, incumbido da divulgação do trabalho fonográfico.
Primeiro single de Olorum, Samba-oração traduz a tônica do álbum, um sentimento de inquietude, mas “inquietude benéfica, que faz com que a gente saia do nosso local de conforto”, conforme argumenta o cantor e compositor. Já na segunda música de trabalho, a dançante Nganga Njila, ele divide os vocais com a cantora moçambicana Lenna Bahule (ao final desta matéria, é possível escutar ambas as canções).
Meio século de arte ancestral
Mateus Aleluia acumula mais de cinquenta anos dedicados à disseminação da música afro-barroca, das investigações culturais e filosóficas de origem africana, dos sons de terreiro e das células rítmicas e melódicas do candomblé. Por mais de duas décadas, integrou o trio Os Tincoãs, que havia sido formado entre o final dos anos 1950 e início dos 1960 em Cachoeira, a princípio por Dadinho, Heraldo e Erivaldo.
Este último foi substituído por Aleluia, fazendo com que o conjunto – até então influenciado pelo bolero e pelas estéticas sonoras da época – adquirisse projeção nacional ao incorporar os elementos ancestrais africanos da identidade cultural da Bahia ao espectro da Música Popular Brasileira (MPB).
Deixou o Brasil em 1983, quando passou a desenvolver um trabalho de pesquisa cultural para o governo de Angola. Após retornar ao seu país em 2002, se aventurou na carreira solo, gravando os álbuns Cinco sentidos (2010) e Fogueira doce (2017). Neste ano, Aleluia está lançando Olorum, disponível no Sesc Digital nesta sexta-feira (24) e, a partir da próxima quarta-feira (29), nas demais plataformas digitais de streaming.
Serviço
Live: Lançamento do álbum Olorum
Artista: Mateus Aleluia
Data e horário: 26/07 (domingo), a partir das 19 h
Canais: Perfis de Mateus Aleluia (@mateusaleluia) e do Sesc Ao Vivo (@sescaovivo) no Instagram, e canal Sesc São Paulo no YouTube
Enquanto se espera a live de lançamento de Olorum, escute, a seguir, os dois primeiros singles do terceiro registro fonográfico de Mateus Aleluia. Ambas as músicas foram compostas pelo próprio músico e pesquisador baiano, bem como todas as demais faixas do seu novo álbum.
1. Samba-oração
2. Nganga Njila (com participação da cantora Lenna Bahule, de Moçambique)
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