Segunda edição do projeto Mural torna Cidade Baixa ainda mais colorida

Na histórica região do Comércio, três artistas individuais e uma dupla já estão executando quatro grandes painéis verticais em prédios, juntando-se às demais obras do gênero

Com informações da assessoria de comunicação do projeto e da Secretaria Municipal de Comunicação de Salvador (Secom)

Matéria atualizada em 8 de abril de 2021, às 18h13


Intervenções, como a da dupla DoisDetalhes (acima, em execução) abrangem pintura, grafite, desenho, estêncil, entre outras técnicas
Bruno Concha/Secom PMS


Já foram iniciadas no final de março as atividades da segunda edição do Movimento Urbano de Arte Livre (Mural), primeiro projeto de arte vertical de Salvador, colorindo e valorizando ainda mais o bairro do Comércio, na Cidade Baixa. Selecionados mediante convocatória, três artistas individuais e uma dupla estão elaborando quatro grandes painéis nas fachadas e nos paredões dos edifícios da histórica região, agregando-se aos outros dez murais já executados durante a primeira edição do programa, em 2016.

Tendo como tema “Separado é tudo junto” – inspirado na frase “Tudo junto é separado e separado é tudo junto” – o projeto para este ano reforça o papel da arte como direito fundamental, o que se evidencia a sua importância como alimento para a alma e o espírito humano, em tempos de pandemia e isolamento social. Portanto, a arte serve de ferramenta que proporciona um sentimento de união e acolhimento diante do difícil contexto atual, mas possuindo um caráter atemporal.

As intervenções verticais abrangem múltiplas técnicas, entre elas pintura, grafite, desenho, estêncil e linguagens, resultando em um atraente hibridismo, característico da arte urbana contemporânea. De acordo com a idealizadora e cocuradora do Mural, a jornalista e produtora cultural Vanessa Vieira, as fachadas contempladas, com dimensões que variam entre 26 e 35 metros de altura, são maiores do que as escolhidas para a edição de estreia da iniciativa.

“Apesar das dificuldades, o projeto está sendo executado com muito carinho. Recebemos inúmeras propostas de artistas incríveis e o processo seletivo foi bem difícil. Estamos realizando uma busca de reflexão sobre como o isolamento social é algo para o todo”, explicou Vanessa, que divide a curadoria com o artista plástico, professor e doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Zé de Rocha.


“Me excita muito o desafio de realizar uma pintura assim tão grande”, diz Anderson, autor do painel acima
Divulgação


Artistas receberam cachê

Os profissionais selecionados para a segunda edição do Mural – os baianos Ananda Santana e Tiago Ramsés Araújo, que assinam conjuntamente como DoisDetalhes, Anderson Santos, Oliver Dórea (filho do cantor e compositor Tatau) e até a italiana Stella Bosini, conhecida pelo pseudônimo La Mona e residente em Salvador desde 2012 – receberam um cachê e uma verba para comprar materiais necessários para a execução de cada painel nos prédios do antigo centro financeiro da capital.

Responsável por inaugurar as atividades, o pintor e desenhista Anderson Santos, mestre em Artes Visuais pela Ufba, expressou a sua satisfação em poder participar da maior galeria de arte a céu aberto da cidade. “Agora a minha maior expectativa é para o início dos trabalhos por causa das limitações impostas pela pandemia, mas me excita muito o desafio de realizar uma pintura assim tão grande. E também a ideia de fazer uma obra para ser parte da incrível galeria a céu aberto que é o bairro do Comércio”, destacou.

Atuando há cerca de quatro anos na cena artística baiana ao harmonizar estilos distintos, o dueto DoisDetalhes também já começou a intervir visualmente na região. “Desde a primeira edição do Mural, já fiquei fascinado pela estrutura e proporção das pinturas e ficou o desejo de, em uma outra oportunidade, participar como artista. Felizmente, fomos selecionados e é um sonho e uma meta de 2021 que serão alcançados”, declarou Tiago, que trabalha com estênceis e uma profusão de folhas coloridas.

Já sua parceira Ananda – incumbida em desenhar os rostos das mulheres negras, visando a enaltecer sua representatividade – comentou que, antes do surgimento do Mural, a cidade de Salvador não abria seus olhos para as pinturas nos grandes murais. “Vi o projeto como um mecanismo muito enriquecedor para a nossa cidade, trazendo mais cores e vida, mudando o dia de quem passa por essas telas. Estar no Mural este ano enquanto DoisDetalhes é a realização de um grande sonho”, orgulhou-se.

Realizada pela Trevo Produções, a segunda edição do projeto de arte vertical é contemplada pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), órgão cultural da Prefeitura da capital. Os recursos, porém, são originários do Governo Federal através da Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério do Turismo, via Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020).


P. S.: Para mais informações sobre o projeto Mural, bem como ficar por dentro das suas novidades, acesse o seu site oficial.

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