Parabéns, operários da informação!

Hugo Gonçalves, jornalista (SRTE/BA 4507)

Salvador, 7 de abril de 2021, Dia do Jornalista

Atualizado às 18h43


Crédito da imagem: Divulgação/Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) – 2020


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.”

Cláudio Abramo (São Paulo, 1923-1987), jornalista brasileiro


Nesta quarta-feira, 7 de abril, é comemorado aqui no Brasil o Dia dos (as) Jornalistas, autênticos arquitetos e operários da informação. São esses dedicados e imparciais profissionais que cumprem e fazem cumprir o seu irrenunciável protagonismo diário de apurar os fatos do local ao global, bem como construir pontes sólidas para oportunizar diálogos entre os cidadãos e os acontecimentos noticiáveis, em todos os âmbitos que permeiam o indivíduo e a coletividade.

A data foi instituída em 1931 pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) – fundada em 1908, coincidentemente em um 7 de abril –, como forma de homenagear o médico e jornalista ítalo-brasileiro Líbero Badaró (1798-1830). Opositor veemente de Dom Pedro I e defensor audaz da liberdade de imprensa, Badaró foi assassinado em São Paulo por alguns de seus adversários políticos, na certa partidários do absolutismo monárquico, no dia 21 de novembro de 1830.

Influenciado por esse brutal episódio, um movimento popular se explodiu pelo País, culminando na abdicação do imperador, em 7 de abril de 1831. Como seu filho e herdeiro ainda era uma criança, coube a uma sequência de regentes conduzir provisoriamente as nossas decisões políticas até a ascensão de Dom Pedro II ao trono, em 1840, aos 14 anos. Foi o que a História denominou de Golpe da Maioridade.

Praticar o exercício do jornalismo, indubitavelmente, implica a plena defesa da liberdade de imprensa e da livre manifestação do pensamento. Esses aspectos, considerados pilares para a consolidação das democracias como a nossa – embora hoje ameaçada por um ciclo vicioso de retrocessos e ofensivas atribuídos a um entusiasta da ditadura militar –, devem ser cruciais sobretudo nestes tempos de obscuridade e negacionismo que vivenciamos, nos quais o império das fake news é um potencial indutor das constantes manipulação e desinformação de milhões de cérebros.

Logo, apurar e disseminar boas informações com autonomia, independência e credibilidade, tolerando todos os ângulos de uma complexa realidade e repudiando o tendenciosismo, consiste em um supremo atributo e objetivo para o desenvolvimento de um País e um mundo democráticos. E os jornalistas, por sua vez, agem ininterruptamente como elementos essenciais para contribuir na árdua, porém salutar, tarefa de manter livre o ato de defender os interesses dos cidadãos em seu conjunto.

Na qualidade de jornalista imparcial, íntegro e ciente dos direitos e obrigações pertinentes ao exercício de transformar fatos em assuntos a serem noticiados, encerro honrosa e corajosamente este artigo felicitando todos os meus colegas de ofício – inclusive aqueles que estudaram comigo na universidade, bem como aqueles que me orientaram durante os meus quatro memoráveis anos acadêmicos na busca pela conquista do meu diploma – pela oportunidade máxima que reverencia a nossa permanente função: a de informar para edificar uma sociedade mais humana.

P. S.: Este artigo foi publicado inicialmente no perfil do Facebook mantido por este jornalista, em comemoração ao Dia do Jornalista.

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