Juliana Ribeiro lança álbum "Preta brasileira: Estúdio vivo" em "live-show"

Em única apresentação a ser transmitida neste sábado, 1º de maio, cantora e historiadora baiana divulga seu novo trabalho, marcado pela diversidade de ritmos

Hugo Gonçalves, jornalista (SRTE/BA 4507)

Salvador, 3 de abril de 2021, Sábado de Aleluia

Com informações da assessoria de comunicação da artista e do seu perfil no Instagram (@julianaribeiro_oficial)

Matéria atualizada em 27 de abril de 2021, às 19h30


Segundo CD de Juliana surgiu de uma experiência colaborativa e intensa de gravações ao vivo
Mariana de Paula/Divulgação – 23/12/2020


Aglutinar as sonoridades da diáspora africana, do Nordeste a Cuba, do samba ao jazz. Essa é a proposta que norteia Preta brasileira: Estúdio vivo, segundo álbum da cantora, compositora e historiadora baiana Juliana Ribeiro, 42 anos. O tão aguardado lançamento do disco acontece em uma live-show neste sábado (1º de maio), Dia do Trabalho, às 19 h, dentro da programação do projeto Sesc Sonoridades – uma iniciativa do Serviço Social do Comércio (Sesc) na Bahia.

A única apresentação será transmitida no canal oficial do órgão no YouTube, com direito a participação especial do marido da artista, o músico e professor César Batista. Ele, por sinal, compôs a faixa-bônus Sonora – tributo à filha homônima do casal, atualmente com onze meses.

“Um show pulsante para dançar e emocionar. Será o repertório do CD que tanto me emociona cantar, espero que emocione vocês também”, declarou Juliana em seu perfil no Instagram, nesta segunda-feira (26), ao anunciar a nova data e o novo horário do espetáculo, que já havia sido adiado em função do lockdown e de outras medidas restritivas adotadas na cidade de Salvador, bem como da própria finalização do álbum.

Segundo a assessoria de imprensa da cantora, seu novo trabalho fonográfico – a ser lançado uma década após Amarelo (2011) – é “fruto de uma experiência muito viva, imersiva, colaborativa e intensa de gravações ao vivo”. Como cenário para essa profícua experiência musical, escolheu-se a bela praia de Massarandupió, no litoral norte do estado, caracterizada por uma atmosfera litorânea, mística e abundante em baianidade.

Faixa-título do novo CD, a canção autoral Preta brasileira nasceu a partir de uma inspiração de Juliana após participar do documentário Go Brazil Go! (2013), de Spike Lee, quando o cineasta estadunidense estava de passagem pela capital baiana. Sua letra irreverente explora o universo da mulher negra contemporânea, bem como suas questões cotidianas, o machismo, o racismo, entre outras temáticas.

O repertório do disco inclui ainda outras três composições autorais. Exibindo o lado intimista e romântico da artista, Dragão de Gaudí traz um “belo arranjo para voz e trompete” – de acordo com ela mesma, que o concebeu –, influenciado pela cantora Sade, britânica nascida na Nigéria. Na gravação da música, Juliana Ribeiro convidou a cantora Vânia Abreu, irmã de Daniela Mercury, para dividir os vocais.

Já o samba-enredo Rainha Ginga, composto por Juliana em parceria com a também cantora Lia Chaves, homenageia a lendária diva negra Clementina de Jesus (1901-1987). Encerrando o ciclo autoral, o chula-jazz Ella constrói uma narrativa sobre uma mulher que faz da dança um instrumento de libertação. A canção tece ainda reverências a uma constelação de matriarcas, sambadeiras e iyalorixás.


Preta brasileira: Estúdio vivo foi desenvolvido em shows ao longo dos anos, como no seu pré-lançamento no TCA (acima)
Reprodução/YouTube/Juliana Ribeiro


Presentes especiais

Músicas inéditas de grandes nomes da cena nacional foram compostas especialmente para o novo álbum de Juliana Ribeiro. Filho ilustre do Recôncavo, Roque Ferreira ofereceu-lhe duas faixas: Lindomar, uma chula corrida, e Mulher: pessoa que fala, esta com as elegantes participações de Fernando Marinho no piano e Cicinho de Assis no acordeom.

Do saudoso Riachão (1921-2020) – considerado por Juliana o seu “padrinho musical” –, a artista interpretou Panela no fogo, sob um alegre arranjo de coco e maracatu incrementado por tubas (instrumentos de sopro). E Gerônimo Santana, Lapa e Vevé Calazans (1947-2012) compuseram o afoxé Bela Oxum, um presente para a cantora, na fase intermediária da sua gravidez.

Por fim, um eterno clássico da Música Popular Brasileira (MPB). Carcará, assinado pelo maranhense João do Vale (1934-1996) e pelo fluminense José Cândido (1927-2008) – uma releitura social do antológico show Opinião, de 1964, que projetou nacionalmente Maria Bethânia –, traz um arranjo marcado pelas claves cubanas.

Com produção fonográfica assinada por Caji Andrade, aliada à direção musical de Marcos Bezerra, que também tocou violões, Preta brasileira: Estúdio vivo contou com o inestimável auxílio dos demais músicos parceiros durante sua gravação.

São eles: Fabrício Cyem (baixo e backing vocal), Lorena Martins (bateria e backing vocal), Rafael Bolota e Rosimeire Ratinha (percussões) e Vinícius Freitas (flauta e arranjos). Somam-se aos seis instrumentistas as participações especiais de Fernando Marinho (piano), Cicinho de Assis (acordeom), Felipe Guedes (bateria, baixo, violão, teclados e clarineta), Jelber Oliveira (teclados), Jamberê (tuba), Fernando Miranda (trompete) e Luan Almeida (trompa, violinos, violoncelo e viola).

Gestação sonora

O disco Preta brasileira: Estúdio vivo foi se desenvolvendo ao longo dos anos, mediante apresentações nos principais palcos da Bahia – inclusive seu pré-lançamento em janeiro do ano passado, no Teatro Castro Alves (TCA), durante o projeto Domingo no TCA. Além disso, Juliana levou sua pluralidade rítmica ao excursionar por diversas cidades do País – Rio de Janeiro (2015), Brasília (2017), Curitiba (2017) e Recife (2018) –, e até nos Estados Unidos, em uma temporada no Clef Club of Jazz, na Filadélfia.

Disseminando um repertório “pulsante e pensante”, nas palavras dela, seu novo CD transborda identidades, brasilidade, samba feminino, suingue, ancestralidade e contemporaneidade. Um trabalho, enfim, germinado durante um fértil processo de criação em que a artista ainda carregava em seu ventre sua primeira filha, batizada Sonora.

O álbum Preta brasileira: Estúdio vivo estará disponível, em breve, nas principais plataformas de streaming. Sua produção teve o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (SecultBA) e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) – Programa Aldir Blanc Bahia –, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), direcionada pelo Governo Federal através da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo.


Serviço

Evento: Live-show de lançamento do CD Preta brasileira: Estúdio vivo Sesc Sonoridades

Artista: Juliana Ribeiro

Data: 1º de maio (sábado)

Horário: 19 h

Canal: Sesc Bahia, no YouTube

Ingresso: Gratuito

Comentários

Hugo Gonçalves disse…
Em seu perfil no Instagram (@julianaribeiro_oficial), Juliana anunciou o adiamento desta live:

"Em vista do lockdown e medidas restritivas tivemos que adiar o lançamento do CD "Preta Brasileira - Estúdio Vivo", que seria esta semana, dia 10 de abril. 😷
Estamos finalizando a mixagem esta semana para entrar na masterização, fase "aguenta coração!" Rs (risos) 🙃🎼 , e imagino que vocês também estejam na expectativa do lançamento do álbum. Em breve coloco a nova data oficial aqui. Espalhem pra geral que em breve tem Preta Brasileira na área, Oxalá no comando. Bjs (beijos) sonoros!"
Hugo Gonçalves disse…
Agora sim, já foi definida a nova data e o novo horário desta live, conforme Juliana anunciou em seu perfil no Instagram há um dia:

"Dia 1 (de) maio as 19h tem! ❤ Show " Preta Brasileira " pelo projeto SESC Sonoridades! Um show pulsante para dançar e emocionar. Será o repertório do CD que tanto me emociona cantar - espero que emocione vocês também - e estará em breve em todas as plataformas digitais! Para assistir é fácil: se inscrevam no YouTube do @sescba e vão receber o link em casa! Espalhem pra geral: Dia 1 (de) maio, as 19h tem "Preta Brasileira" na área! Sábado nos vemos, Preciosos! 😘🎼❤"