Até quando o corona será exorcizado?

Hugo Gonçalves – Jornalista (SRTE/BA 4507)

3 de março de 2021

Atualizado às 20h28


Um ano depois, ainda estamos traumatizados pela catástrofe provocada por esse minúsculo fantasma biológico
Matejmo/Getty Images via BBC


Com um quantitativo ínfimo de vacinas para proteger toda a população de um silencioso vírus, nosso País e o mundo ainda estão traumatizados por uma desoladora catástrofe sanitária que se instaurou há um ano, provocada por esse minúsculo e até então incógnito fantasma biológico. E muitos de nós, conscientizados, seguem cuidando das suas preciosas vidas, de preferência isolados em casa, e aproveitando o “novo normal” por força da corrente pandemia.

O genocídio em profusão de milhares de cidadãos brasileiros pelo coronavírus resulta, inequivocamente, da inércia e da imprudência atribuídas a um sujeito impopular que privilegia questões atreladas aos interesses das classes dominantes e das Forças Armadas. E que por sinal negligencia os direitos sociais já conquistados – entre eles a promoção da saúde –, reverberando de norte a sul a sua retórica negacionista e antidemocrática que nós, na qualidade de simples mortais, precisamos rejeitar.

Se a capacidade de ocupação dos leitos destinados apenas ao tratamento da Covid-19 ultrapassa o seu limite ideal, nosso sistema sanitário, da maneira como observamos diuturnamente na mídia, poderá ingressar em uma fase de colapso generalizado. Isso ocorre porque certos indivíduos, ainda não imunes do vírus, insistem em se aglomerar, além de boicotar protocolos preventivos como a utilização de máscaras em ambientes externos. São atitudes que poderiam (e deveriam) ser proibidas nesta conjuntura hipercrítica.

O surgimento de novas cepas – a exemplo da britânica, da brasileira detectada em Manaus e da sul-africana –, bem como sua replicação e multiplicação exponenciais e sua consequente irradiação planetária nestes últimos meses, elucidam que a pandemia vem atingindo a sua pior época. Portanto, suas contínuas mutações genéticas são, de fato, provas de que o Sars-CoV-2 – a princípio verificado na cidade chinesa de Wuhan – já exerce hoje um potencial contaminador e destrutivo avassalador.

Prosseguimos, em paralelo e nos interiores dos nossos domicílios, trabalhando, estudando, repousando, refletindo e problematizando o hoje/agora e o amanhã – mesmo desafiando as intempéries criadas e agravadas pela crise em todas e quaisquer dimensões da nossa sociedade. Apesar de estarmos “aprisionados” no âmbito físico, continuamos na luta infatigável pela manutenção de um dos mais valiosos direitos, a saúde, ajudando a mitigar os efeitos nocivos de um organismo invisível e mortal.

Enquanto a vacina não alcança as faixas etárias e os grupos populacionais na sua integralidade, a resposta prioritária para este cenário pandêmico consiste em permanecermos nos mínimos conforto e segurança oferecidos em nossos lares, nos prevenindo de um mal que ainda carece de alternativas farmacêuticas comprovadas. Logo, o melhor remédio para exorcizarmos o infinito fantasma do coronavírus é mantermos o isolamento, associado ao distanciamento, à higienização das mãos, ao uso de máscaras e demais medidas oficialmente recomendadas.

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