No dia de Santa Dulce dos Pobres, Caminho da Fé é inaugurado

Após missa em honra à primeira santa brasileira, e sob presença de autoridades políticas e eclesiásticas, prefeitura entrega nova Avenida Dendezeiros, que passou por requalificação


Com informações dos portais Correio* e G1 Bahia e da Secretaria Municipal de Comunicação de Salvador (Secom)

Matéria atualizada às 22h30


Avenida na Cidade Baixa interliga dois dos mais célebres templos religiosos de Salvador, entre eles a Basílica do Bonfim (acima, ao fundo)
Max Haack/Secom PMS

 

Quem tem fé, agora vai muito melhor a pé. Em uma ocasião histórica, a prefeitura de Salvador inaugurou, nesta quinta-feira (13), a conclusão das obras do projeto Caminho da Fé, com a entrega da requalificação da Avenida Dendezeiros. Situada na Cidade Baixa, a via interliga dois dos monumentos religiosos mais famosos da capital baiana, o Santuário de Santa Dulce dos Pobres e a Basílica Santuário do Nosso Senhor do Bonfim.

O ato, que contou com a presença do prefeito ACM Neto (DEM), ocorreu pela manhã, logo após a missa solene em homenagem à primeira santa nascida no País, no santuário que lhe é dedicado, no Largo de Roma. A celebração litúrgica integrou a primeira festa em honra à já santificada Irmã Dulce, que recebeu o hábito de freira em 13 de agosto de 1933 – daí a razão para que ela, desde a sua beatificação, em 2011, fosse homenageada neste dia.

Também presente na inauguração da nova Dendezeiros, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Dom Sérgio da Rocha, que celebrara a missa, ressaltou que a iniciativa da municipalidade soteropolitana representa a importância da fé na vida de cada cidadão.

“Caminho da Fé lembra que nós somos chamados a caminhar, que ninguém jamais se acomode e caminhe sempre, iluminados por Deus e por Sua Palavra, com a intercessão de Santa Dulce dos Pobres. Que seja uma oportunidade para um exercício maior de fraternidade e solidariedade, e que cada um que percorra este local tenha luz na fé e caminhe junto com os irmãos”, abençoou.

Além de Neto e de Dom Sérgio, participaram ainda, em ambos os eventos, o vice-prefeito de Salvador e pré-candidato do DEM ao Palácio Thomé de Souza, Bruno Reis, o reitor da Basílica do Bonfim, padre Edson Menezes, e a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha da santa.

Estímulo ao turismo religioso

Considerado um “corredor” de forte apelo turístico e religioso pela gestão municipal, o Caminho da Fé – cujo trajeto possui 1,1 km –, congrega milhares de fiéis durante a Lavagem do Bonfim, uma das maiores festividades populares da Bahia, realizada em janeiro de cada ano.

Também de acordo com informações da prefeitura, o projeto tem como foco os turistas que visitam a cidade de Salvador visando ao turismo religioso, mediante o uso das vias pelos pedestres. A Bahia recebe anualmente cerca de 5 milhões de pessoas que vão ao estado em nome da fé, tendo como principal destino sua capital – sobretudo depois da canonização de Irmã Dulce, em 13 de outubro do ano passado, em cerimônia no Vaticano presidida pelo Papa Francisco.

ACM Neto afirmou que as intervenções vão estimular o turismo religioso na cidade, atraindo uma quantidade cada vez maior de romeiros, peregrinos e pessoas que optam por essa categoria como forma de lazer em suas vidas. “Com isso, também, pretendemos dinamizar a economia da cidade. Em uma homenagem a Santa Dulce, a gente conseguiu concluir a obra para que esse dia fosse ainda mais histórico”, enfatizou.

Ainda segundo o prefeito, a entrega das obras consiste em um momento importante para a cidade. “Claro que se não estivéssemos vivendo a pandemia, estaríamos aqui hoje em festa. Estaríamos aqui hoje com a natural característica do povo baiano, soteropolitano, de se unir em torno da sua fé, celebrar a sua fé e aqui hoje estaria esse santuário tomado por centenas de pessoas”, frisou à reportagem do jornal Correio*.

 

Segundo prefeitura, intervenções no local incluem benfeitorias como ampliação de passeios, nova pavimentação e novo paisagismo
Bruno Concha/Secom PMS


Obra custou mais de R$ 18 milhões

Elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), e executado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), através da Superintendência de Obras Públicas (Sucop), o projeto Caminho da Fé – iniciado em junho de 2019 – recebeu investimentos da ordem de R$ 18,2 milhões, com recursos injetados pela própria municipalidade, além de convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF).

As intervenções na Avenida Dendezeiros duraram 14 meses. De acordo com a prefeitura, foram realizadas as seguintes benfeitorias no local: ampliação dos passeios para até 5 metros em alguns trechos, novas faixas de pedestre, equipamentos de acessibilidade, nova pavimentação, fiação subterrânea da rede telefônica, iluminação em LED, serviços de macrodrenagem, nova configuração no paisagismo e implantação de mobiliário urbano.

Também serão implantados, em breve, 14 marcos religiosos, que estão sendo finalizados por artistas plásticos. Cada totem irá representar a via-crúcis de Jesus Cristo, além de narrar as histórias de Irmã Dulce e do Senhor do Bonfim. Em cada uma das 14 paradas – que servirão de pontos de descanso para os fiéis que percorrerem toda a extensão do trajeto, seja como passeio ou promessa – foram instalados bancos.

No âmbito paisagístico, foi inserida uma faixa de jardim no mesmo nível do passeio que conecta os dois templos, sendo interrompida apenas nos locais de passagem. Para proporcionar um caminho agradável de sombra para quem realizar o percurso, foram mantidas as árvores já existentes que se encontram em bom estado de conservação, colocadas novas e replantados os dendezeiros – espécie que dá nome à avenida recém-requalificada e que caracterizava a sua flora original.

Tendo como intenção solucionar os alagamentos frequentes na região, as obras de macrodrenagem foram implantadas considerando inicialmente os dados topográficos do cadastro da rede coletora de esgoto e bocas de lobo já construídas. Além da Dendezeiros, 1,3 km da vizinha Avenida Fernandes da Cunha, na Calçada, passou por intervenções de passeio e meio-fio, incrementadas por rampas de acessibilidade.

Comentários