Mercado imobiliário baiano segue acelerado na pandemia

Graças a sua reinvenção por meios virtuais, aliada a outros fatores, segmento de compra e venda de imóveis está entre as áreas da economia brasileira não afetadas pela crise do novo coronavírus; o mesmo vem acontecendo na Bahia

Com informações da edição do boletim TV Alba no Combate ao Coronavírus, exibida em 31 de julho de 2020

Matéria atualizada em 5 de agosto de 2020, às 20h50


Rápida adaptação à demanda online foi um dos motivos que contribuíram para êxito do mercado imobiliário em meio à crise
Divulgação


O mercado imobiliário está entre os segmentos da economia brasileira que não foram atingidos pelos impactos negativos da pandemia do novo coronavírus, e a Bahia segue acompanhando o ritmo nacional. Os motivos para a contínua expansão do setor foram a menor taxa básica de juros (Selic), os incentivos oferecidos pelo governo federal face a essa conjuntura delicada e a estabilidade nos índices inflacionários.

Além disso, outro fator determinante para que o ramo de compra e venda de imóveis ajudasse a se consolidar neste presente momento foi a sua imediata adequação à demanda virtual. O diretor administrativo-financeiro da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Marcos Vieira Lima, explicou como o segmento se organizou com o objetivo de atender a essa exigência.

Conforme o executivo, “logo no início da pandemia, a construção civil foi considerada serviço essencial”. Ele também frisou que o setor teve, rapidamente, que se preparar para encarar esse novo cenário, e, portanto, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), os Sindicatos da Indústria da Construção (Sinduscons), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e as Ademis elaboraram um protocolo de segurança aplicado às empresas da construção civil.

“Esse protocolo garantiu que os nossos colaboradores tivessem um ambiente de trabalho seguro, e as atividades pudessem ter continuidade. Em março, os stands são fechados, e as imobiliárias e incorporadoras precisam se adaptar a essa nova realidade”, salientou Vieira Lima, em depoimento gravado para a TV Alba (canal 61.2 HD), emissora mantida pela Assembleia Legislativa da Bahia.


Apesar de não se familiarizar muito com tecnologias, Taciana acha necessário gravar imagens dos imóveis que comercializa
Reprodução/YouTube/TV Alba

 

Novas estratégias

O diretor da Ademi-BA mencionou ainda as ferramentas inovadoras, que fizeram com que o mercado imobiliário precisasse se reinventar, mesmo à distância. “Tours virtuais, visitas online, assinaturas de contrato online, sites muito mais detalhados são criados para facilitar o acesso à escolha e à compra de imóveis pelos adquirentes”, enfatizou.

Entre aqueles que aderiram de imediato a esse novo panorama está a corretora Taciana Torres, de Salvador, embora não esteja muito familiarizada com os recursos tecnológicos. Atualmente, ela sente a necessidade de gravar as imagens das casas e dos apartamentos que estão sendo comercializados.

“Eu começo a gravação do vídeo desde o acesso ao imóvel, na rua onde ele se localiza chegamos de carro, na entrada do imóvel e das áreas com ruas para, então, filmar toda a parte interna do imóvel”, contou à equipe da TV Alba.

Segundo Taciana, essa estratégia tem sido um diferencial, visando a aproximar o cliente de uma realidade na qual ele não pode conferir o imóvel presencialmente. “Quando há interesse do cliente naquele imóvel, aí, sim, nós partimos para a visita presencial, que, obviamente, já orienta o cliente sobre as normas de segurança e saúde”, disse a corretora.


“Além das visitas físicas, nós agora podemos também fazer as visitas online”, afirma Vieira Lima, da Ademi-BA
Reprodução/YouTube/TV Alba

 

Esperança de otimismo

Na avaliação da Ademi-BA, as expectativas para o mercado imobiliário baiano no período pós-pandemia são positivas. “Nós podemos esperar um mercado muito mais preparado, porque, além das visitas físicas, nós agora podemos também fazer as visitas online. Estamos preparados para isso”, argumentou o diretor administrativo-financeiro da associação, Marcos Vieira Lima.

Para ilustrar essa adaptação do setor ao âmbito digital, ele afirmou que é possível hoje uma pessoa residente na Alemanha, nos Estados Unidos ou em Paris, por exemplo, adquirir um imóvel em cidades baianas, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Lauro de Freitas ou Salvador, sem precisar sair de casa nem se deslocar de avião.

“Simplesmente, entrando no site, nos meios online, fazendo as suas comparações, fazendo suas tratativas todas de forma online, através de videoconferências, e assinando o contrato de promessa de compra e venda também online. Então, nós vamos ter um mercado muito maior do que o que nós estamos hoje”, finalizou, otimista, Vieira Lima.

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