Em missa pascal, Papa Francisco pede união ao enfrentar pandemia
Pontífice
propôs, na celebração deste domingo, que todos os povos estejam unidos no
combate à infecção pelo novo coronavírus
Com
informações do portal G1
“O
mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”,
conclamou o líder da Igreja Católica
Andreas
Solaro/AFP
Pela
primeira vez sem a presença de fiéis, para impedir a propagação do novo
coronavírus, o Papa Francisco celebrou, neste domingo (12), no Vaticano, a
missa de Páscoa, com a tradicional bênção Urbi
et Orbi – dirigida à cidade de Roma e ao mundo. O pontífice realizou sua
cerimônia em uma Basílica de São Pedro de portas fechadas, conforme recomenda as
autoridades italianas.
Durante
a celebração pascal, transmitida ao vivo pela internet, através do portal do
Vaticano, o pontífice suplicou a união de todos os povos e nações no
enfrentamento da pandemia da Covid-19. “Este não é tempo para indiferença,
porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a
pandemia”, afirmou.
O
Papa fez ainda um apelo aos mais vulneráveis – àqueles que vivem nas
periferias, aos refugiados e aos desabrigados – para que não faltem os bens de
primeira necessidade. Depois, o líder da Igreja Católica pediu a redução das
sanções internacionais que criam obstáculos a alguns países ao prestar
assistência adequada aos seus cidadãos.
Além
disso, Francisco também conclamou aos organismos humanitários internacionais “para
reduzir, se não mesmo anular a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países
mais pobres”. “Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos
nos une a todos e não faz distinção de pessoas”, discursou.
Neste
ano, para evitar contágio, celebração do Domingo de Páscoa aconteceu a portas fechadas e sem presença
de fiéis
Andreas
Solaro/Reuters
Gratidão
às vítimas e aos seus familiares
Como de praxe, ele não fez homilia ao celebrar a missa no Domingo de Páscoa.
Portanto, sua mensagem foi transmitida no momento da bênção Urbi et Orbi, seguida da concessão da
indulgência plenária, ou seja, do perdão dos pecados. O pontífice, em um
discurso bastante sóbrio, dedicou sua mensagem não apenas às vítimas do novo
coronavírus – enfermos e mortos –, como também a suas respectivas famílias.
Na
missa, o Papa renunciou ao tradicional rito que remete à surpresa do apóstolo
Pedro ao ver o sepulcro de Jesus vazio, pois, de acordo com a doutrina cristã,
Ele ressuscitou. “Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha
esperança, ressuscitou!’ É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração
a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da
esperança”, disse.
Francisco
ainda sugeriu que as palavras indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não
sejam ecoadas pelos quatro cantos da Terra. “Essas palavras prevalecem quando
em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus
vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte
abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre
humanidade e introduza-nos no Seu dia glorioso, que não conhece ocaso”,
defendeu.
Ao
mencionar diversos conflitos pelo mundo, a exemplo dos manifestados no Oriente
Médio, além da crise humanitária na Venezuela, o Papa voltou a propor a adesão
ao apelo a um cessar-fogo universal e imediato de todas as atrocidades. “Este
não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas
enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas”,
declarou o pontífice.
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