Em época de pandemia, se isolar (e se distanciar) é preciso
Texto e ilustração: Hugo Gonçalves
Atualização: 9 de abril de 2020, às 18h28
Atualização: 9 de abril de 2020, às 18h28
A
prática do isolamento social é recomendada, sobretudo, pela Organização Mundial
de Saúde (OMS) como mecanismo padrão de reduzir, ou talvez inibir, o avanço
acelerado da infecção pelo novo coronavírus. Ao adotarem essa lógica, as
pessoas, embora não contraiam a doença por ele transmitida, têm que permanecer limitadas
a seus próprios domicílios. No entanto, nem todos estão respeitando o
isolamento, considerado o esquema mais apropriado e seguro numa época em que
o contágio vem se expandindo sem controle sequer.
Como os
“doces lares” nos permitem o acolhimento, o conforto, o cuidado, a manutenção e
a integral restituição das nossas condições sanitárias, nossa jornada peculiar de
confinamento diário no interior de cada casa e apartamento no período da
quarentena vem auxiliando na mitigação da pandemia da Covid-19, ao associá-la à
eficácia das boas práticas preventivas. Dentre elas, lavar ou higienizar com
frequência as mãos, higienizar os objetos e utensílios, evitar contato físico
com outros indivíduos – ou seja, não abraçar, não beijar ou não apertar as mãos
– e, sobretudo, evitar ambientes aglomerados.
Venho
a defender o isolamento – e também o distanciamento – social, porque ambos os fenômenos podem contribuir, é lógico, para impedir que o problema do contágio continue
se multiplicando por todo o nosso planeta, como estamos vendo nos noticiários
de hoje. É por tal razão que, preocupadas com o crescimento exorbitante do coronavírus,
não somente as autoridades e entidades representativas de saúde, como também a
própria sociedade unida, devem cooperar no combate, adotando com rigor, cautela
e atenção, esses métodos protetivos essenciais.
Em
situações nas quais um ou mais indivíduos se encontram circunscritos à
residência, conforme vivenciamos nestes tempos críticos, porém afastados um (a)
do (a) outro (a) a pelo menos um metro de distância, a probabilidade de transmissão
pela Covid-19 em seus lares se situa em patamares mínimos ou praticamente
nulos. O contrário só se manifesta quando há, dentro de casa, um ou mais
pacientes infectados, em especial àqueles que já haviam regressado de viagem
aos países, territórios ou regiões com elevadas incidências da patologia.
Apesar
do isolamento e do distanciamento social, nem sempre as pessoas são unânimes
quanto à adoção dessas estratégias, tidas como fatores cruciais na erradicação do
vírus cujo nível de propagação já foi alcançado. Por exemplo, certos contingentes
populacionais ainda se aglomeram em vias públicas – inclusive formando filas para
atendimento em serviços essenciais –, praias, terminais e modais de transporte coletivo,
praticam atividades físicas ao ar livre e se agregam em banquetes e ocasiões afins,
recebendo visitas. Ignoram, portanto, a importância da permanência domiciliar
em prol do seu bem-estar.
Observem,
como evidência disso, os resultados de uma pesquisa Datafolha divulgada nesta
terça-feira (7), na qual demonstra que 28% dos brasileiros não estão obedecendo
às normas de isolamento. Conforme o levantamento, 24% dos entrevistados em todo
o território nacional afirmaram que continuam saindo de seus domicílios para
trabalhar ou desempenhar outras atividades, mesmo tendo prudência para não serem infectados pelo novo coronavírus, ao passo que apenas 4% seguem suas rotinas
normais. Aqueles que optaram por estar totalmente isolados atingem 18%.
Uma
vez que estamos sob um regime de quarentena nunca antes presenciado na
humanidade, cujo ciclo parece ainda não ter prazo para encerrar, com pessoas em
sua maioria confinadas e centros urbanos preponderantemente vazios, merecemos especial
atenção em tempos de epidemia globalizada. Reitero que é fundamental, em meio a
este cenário nebuloso dominado pela Covid-19, nos protegermos de imediato de um
contágio voraz que vem sacrificando preciosas vidas pelo mundo, sempre
priorizando e valorizando o ato de ficarmos isolados em nossas casas.
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