Iniciativa inédita busca salvaguardar ofício das baianas de acarajé

Objetivo do projeto, realizado em formato híbrido – online e presencial –, é refletir sobre preservação, saberes e fazeres desse patrimônio imaterial

Com informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA)

Matéria atualizada às 23h19

 

Produtos e serviços de diversas linguagens artísticas serão entregues à sociedade, valorizando importância do ofício das baianas
Arquivo/Ipac


Abrangendo as múltiplas linguagens artísticas, um projeto inédito de salvaguarda do tradicional ofício das baianas de acarajé está sendo realizado em formato híbrido. Denominada “Histórias, Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé”, a iniciativa tem por objetivo proporcionar reflexões sobre a preservação do exercício, bem como seus saberes e fazeres na qualidade de patrimônio imaterial da cultura brasileira.

Todas as atividades, disponíveis nas modalidades online e presencial e financeiramente apoiadas pelo Programa Aldir Blanc Bahia, já estão em execução e podem ser acompanhadas no perfil do projeto no Instagram. A partir do dia 30 de março, elas serão disponibilizadas integralmente no Museu Digital das Baianas de Acarajé.

As ações integrantes de “Histórias, Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé”, que entregarão à sociedade produtos e serviços atemporais com o intuito de valorizar a importância do ofício de um dos ícones identitários da Bahia – a elaboração do quitute como alimento principal –, obedecem a todos os protocolos de segurança determinados pelas autoridades competentes, visando à prevenção da Covid-19.

Entre as atividades programadas está o curso “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade”, cujas inscrições, abertas desde 25 de janeiro último, se encerram no dia 19 deste mês. A ação pedagógica se destina exclusivamente às baianas devidamente cadastradas na Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), que atuam em 8 territórios de identidade e 15 municípios do estado (confira lista ao final desta notícia).


Curso é destinado apenas às baianas de acarajé de 15 municípios da Bahia, devidamente cadastradas em associação
Divulgação


Demais ações

Além do curso, a iniciativa inédita contempla ainda a criação de um Museu Digital no qual elencará registros documentais e iconográficos inerentes ao trabalho das baianas de acarajé, bem como seu legado ancestral e histórico, sua trajetória e catalogação do acervo pertencente à Abam.

Será editado, em formato digital (e-book), um livro intitulado Tradição, ofício e práticas cotidianas das baianas de acarajé, baseado na dissertação de mestrado da pesquisadora Vanessa Castaneda, defendida na New York University (NYU) em 2014. No campo do audiovisual, está prevista a produção do documentário historiográfico Do dendê ao acarajé, cuja narrativa versará acerca da cadeia produtiva do azeite de dendê, bem como a sua relação direta com a iguaria-símbolo da Bahia.

Também serão disponibilizadas lives gratuitas de caráter educativo, direcionadas a baianas de acarajé e demais interessados. Nesses conteúdos que serão transmitidos pelo YouTube, especialistas e consultores abordarão temáticas vinculadas às áreas de empreendedorismo cultural, logística, patrimônio imaterial, atendimento ao cliente, gastronomia, empoderamento feminino e associativismo.

Por fim, haverá o lançamento de uma campanha através do Instagram e de grupos de WhatsApp, objetivando divulgar ações com vistas à proteção do patrimônio, especialmente do patrimônio imaterial do Memorial das Baianas de Acarajé.

Realizado pelo Grupo Cultural Ska Reggae, o projeto tem o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura (SecultBA) e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) – Programa Aldir Blanc Bahia – via Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017/2020), direcionada pelo Governo Federal por meio da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo.


Territórios de identidade e seus respectivos municípios de atuação das baianas que participarão do curso “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade”

Baixo Sul: Valença;

Costa do Descobrimento: Porto Seguro;

Litoral Norte e Agreste Baiano: Alagoinhas;

Metropolitano de Salvador: Abrantes (Camaçari), Candeias, Dias d’Ávila, Lauro de Freitas, Madre de Deus, São Francisco do Conde e Vera Cruz;

Portal do Sertão: Feira de Santana;

Recôncavo: Cruz das Almas, Nazaré e Santo Antônio de Jesus;

Sertão do São Francisco: Juazeiro;

Vale do Jiquiriçá: Jaguaquara.

 

Agenda de atividades do projeto “Histórias, Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé”

25 de janeiro a 19 de fevereiro: Prazo para inscrição no curso “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade”;

22 de fevereiro: Resultado das inscrições;

1º a 19 de março: Aulas do curso “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade”;

30 de março: Lançamentos do Museu Digital das Baianas de Acarajé, do documentário Do dendê ao acarajé e do e-book (livro digital) Tradição, ofício e práticas cotidianas das baianas de acarajé.

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