Adolfo Menezes é eleito presidente da Alba

Escolhido para chefiar Legislativo baiano nos próximos dois anos, deputado do PSD foi o mais votado entre todos os membros da nova Mesa Diretora

Com informações da assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba)

Matéria atualizada em 3 de fevereiro de 2021, às 16h46


Novo presidente da Assembleia destacou os compromissos de sua gestão, entre eles o diálogo com demais parlamentares
Divulgação/Agência Alba


Eleito por 60 dos 63 deputados, Adolfo Menezes (PSD) se tornou, nesta segunda-feira (1º), o novo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Natural da cidade de Campo Formoso, no sertão do estado, o parlamentar de 62 anos – que hoje está em seu quarto mandato – obteve a maior votação entre todos os integrantes da Mesa Diretora, escolhidos para conduzir os trabalhos da Casa no biênio 2021-2023.

Segundo a assessoria de imprensa da Alba, a transição ocorreu de forma negociada e transparente, observado o critério da proporcionalidade na distribuição de cada cargo. Onze partidos com representação no plenário passaram a ocupar os 14 cargos na configuração recém-empossada da Mesa, incluindo os cinco suplentes.

Menezes proferiu o discurso que inaugurou seus próximos dois anos à frente do Legislativo baiano, evidenciando o compromisso firmado em compartilhar as decisões e abrir o gabinete da Presidência a todos os seus pares, ouvindo-os e consultando-os, evitando desse modo as condutas monocráticas.

“A disputa política é inerente ao Poder Legislativo – por excelência uma Casa de contrários – mas o acordo político legítimo, transparente, lhe é superior, pois a negociação é a própria essência do Parlamento”, ponderou, acrescentando que a Alba irá agir com transparência e democracia na nova gestão, em consonância com os ditames da Constituição estadual e do Regimento Interno.

Ainda em seu pronunciamento, ele honrou o seu compromisso em fortalecer e aperfeiçoar a Assembleia, cuja modernização administrativa é necessária “para adaptar a estrutura atual às exigências do terceiro milênio – de rapidez e transparência – reduzindo a burocracia”, e defendeu uma maior eficiência com menor custo.

Uma das marcas da ação da nova Mesa Diretora, conforme Menezes, será a austeridade na aplicação dos recursos do estado, considerada uma obrigação de todos os cidadãos, “ainda mais urgente devido à difícil conjuntura econômica nacional, agravada pelo combate à pandemia”.

Covid-19

Em seu pronunciamento, o novo chefe do Legislativo da Bahia reverenciou a memória dos mais de 220 mil brasileiros que tiveram suas vidas perdidas pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), incluindo os cerca de 10 mil baianos. “Dor e sacrifício que atingiram a todos nós, sem exceção. Um período de desassossego e trevas”, lamentou Adolfo Menezes.

Mas haverá alguma luz em meio às trevas. Sensibilizado, ele defendeu as iniciativas da ciência como mecanismos vitais no combate à pandemia. Portanto, fez questão de enaltecer as ações de cientistas em todo o mundo que, “em tempo recorde, desenvolveram vacinas eficazes contra o coronavírus, que mitigarão e, por fim, eliminarão a Covid-19, nos devolvendo o prazer de conviver com o próximo, sem medo”.

Ainda no que tange às vacinas, o parlamentar vislumbrou que os imunizantes já estão sendo aplicados em todas as regiões da Bahia desde 19 de janeiro último, privilegiando os cidadãos mais vulneráveis. No entanto, de acordo com ele, “infelizmente conviveremos com o novo normal por algum tempo, até que a vacinação retire do nosso horizonte esse véu que turvou a vida em comunidade, aqui e em todo o mundo”.

Menezes ainda homenageou os médicos, enfermeiros e demais profissionais da área da saúde que põem suas próprias vidas em risco a fim de “salvar, confortar e oferecer alento a tantos neste grave momento da vida nacional”. Prosseguiu sua fala parafraseando o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965), ao salientar que, durante a pandemia, “nunca antes tantos deveram tanto a tão poucos”.

O presidente recém-eleito da Alba também teve a oportunidade de tecer elogios à postura responsável do governador Rui Costa (PT) e do então prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto. Embora estejam ideologicamente em polos opostos, ambos trabalharam juntos em prol dos baianos ao enfrentarem a crise sanitária inédita, sendo amparados pela ciência.

“Homenageio igualmente às prefeitas e prefeitos de nossa terra, bem como todas as autoridades – públicas e privadas – envolvidas no combate ao flagelo inédito”, declarou o deputado.


Durante seu discurso, Menezes analisou as dificuldades geradas pela pandemia na Bahia
Divulgação/Agência Alba


Fechamento da Ford

Além disso, Adolfo Menezes traçou um panorama das dificuldades econômicas e sociais ocasionadas pela pandemia, acentuadas com o recente anúncio do fechamento das unidades da Ford no Brasil, inclusive a de Camaçari. O término das atividades na planta do município da Região Metropolitana de Salvador (RMS) impactou negativamente na economia baiana, gerando a perda de 10 mil empregos diretos e 50 mil indiretos.

“Nós, os 63 deputados estaduais da Bahia, estaremos prontos para contribuir com medidas capazes de viabilizar a vinda das outras montadoras, bem como para mitigar o sofrimento das famílias atingidas com essa decisão fatídica, unilateral e surpreendente da Ford”, enfatizou.

Por fim, Menezes expressou sua gratidão a todos os seus pares e servidores da Alba pelo apoio. Ele também agradeceu a Rui, ao vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, João Leão (PP), e aos senadores baianos Ângelo Coronel, Otto Alencar (ambos do PSD, mesma legenda do deputado) e Jaques Wagner (PT).

Aplaudido seis vezes durante seu discurso, o parlamentar não deixou de lado seu afeto familiar. Lembrou seu irmão Herculano Menezes (1960-1998) – morto prematuramente no exercício de deputado estadual –, bem como seu pai, o ex-prefeito de Campo Formoso Pedro Gonzaga de Menezes (1927-2018). Em seguida, o novo presidente da Casa concedeu entrevista coletiva na sala batizada coincidentemente com o nome do seu falecido irmão.

Votação na pandemia

A adoção de precauções sanitárias rígidas para conter a propagação da Covid-19 fez com que o acesso ao local das votações na sessão, que durou mais de quatro horas e meia, fosse restrito. Antes de adentrarem o edifício-sede da Alba, todos os presentes mediram suas temperaturas. Também foi disponibilizado álcool a 70° e vedado o acesso à sala do cafezinho e ao Saguão Nestor Duarte.

Foram realizadas três votações secretas no plenário. Além de Adolfo Menezes, o colega Hilton Coelho (Psol) também se candidatou à presidência da Casa do povo baiano, o que já aconteceu há dois anos, quando a eleição do hoje ex-presidente Nelson Leal (PP) foi sacramentada.

Na disputa pela 2ª vice-presidência, o deputado Marcelinho Veiga (PSB) venceu sua correligionária Fabíola Mansur, que na composição anterior da Mesa Diretora ocupava uma das cinco suplências. Já os demais cargos foram votados de uma só vez, através de uma chapa definida pela Secretaria-Geral da Mesa, mediante chamadas. O deputado Paulo Rangel (PT) foi escolhido 1º vice-presidente.

Antes de proclamar o resultado da votação, o deputado Nelson Leal se despediu da presidência da Assembleia baiana com um discurso na tribuna em que celebrou a convergência “baseada pelo afeto, pela tolerância e pelo respeito”, agradecendo o apoio e a confiança recebidos dos colegas durante seus 731 dias à frente da Casa.

“Continuarei, onde quer que eu esteja, sempre a postos, em defesa dos interesses maiores do povo baiano e da Bahia”, disse o ex-chefe do Legislativo estadual, desejando boa sorte, coragem e fé ao seu sucessor Adolfo Menezes, bem como os demais membros da Mesa Diretora eleita para o biênio que se inicia.


Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, edifício-sede da Alba, situado no Centro Administrativo da Bahia (Cab)
Carlos Augusto/Jornal Grande Bahia – 01/02/2013


Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia, eleita para o biênio 2021-2023 

Presidente: Adolfo Menezes (PSD)

1º vice-presidente: Paulo Rangel (PT)

2º vice-presidente: Marcelinho Veiga (PSB)

3º vice-presidente: Bobô (PCdoB)

4º vice-presidente: Paulo Câmara (PSDB)

1º secretário: Júnior Muniz (PP)

2º secretário: Alan Sanches (DEM)

3º secretário: Soldado Prisco (PSC)

4ª secretária: Neusa Cadore (PT)

1º suplente: Roberto Carlos (PDT)

2ª suplente: Fátima Nunes (PT)

3ª suplente: Mirela Macedo (PSD)

4ª suplente: Kátia Oliveira (MDB)

5ª suplente: Talita Oliveira (PSL)

Comentários