Cientistas de Oxford e MIT criam tabela com níveis de risco para Covid-19
Perigo de transmissão da doença pode ser estabelecido através de critérios como uso de máscara, distância entre pessoas e ventilação do local
Com
informações da matéria exibida no Jornal
da Tarde, da TV Cultura, da BBC Brasil e da
Agência
IBGE de Notícias
Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, desenvolveram uma tabela que considera vários fatores de risco para o contágio pelo novo coronavírus. É mediante esses critérios, como o uso de máscara, a distância das pessoas e a ventilação do ambiente, que é possível estabelecer o perigo de transmissão da Covid-19.
A tabela, disponível em um artigo publicado no periódico de saúde britânico The BMJ, determina parâmetros de segurança para a interação social na pandemia, classificados em três graus de risco. São eles: risco baixo, moderado e alto risco, identificados respectivamente pelas cores verde, amarela e vermelha. No artigo, os cientistas também mencionam a distância mínima de 2 metros entre as pessoas como a mais segura.
“A regra dos dois metros não considerava o quadro total da exalação de partículas suspensas no ar e de como elas se movem. Hoje sabemos que não é só porque você mantém esses dois metros de distância que está seguro”, elucidou à BBC Brasil uma das autoras do estudo, a diretora do Laboratório de Dinâmica de Fluidos na Transmissão de Doenças do MIT, Lydia Bourouiba.
Uma vez que as partículas expelidas pela fala podem ultrapassar esse limite, a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, observou que o novo coronavírus tem a possibilidade de permanecer suspenso no ar.
“Aquela gotícula que eu emito – a hora que eu tusso, canto, grito e espirro – consegue ‘viajar’ distâncias mais longas, perdendo aquela umidade e ressecando. Com isso ela fica mais leve e consegue ‘voar’ distâncias mais longas. E mais do que isso: ela consegue ficar em suspensão no ar”, esclareceu a especialista, em depoimento ao Jornal da Tarde, da TV Cultura.
Portanto, quatro fatores são incorporados à tabela com o objetivo de mensurar o risco de contaminação pela Covid-19 – uso de máscara, ventilação do ambiente, tempo de aproximação e contato verbal. Se o local estiver menos ventilado, a pessoa estiver gritando ou ela não estiver usando máscara, por exemplo, o perigo pode ser ainda maior.
“Sempre
lembre: se você quer se proteger, (não se
esqueça) do tempo que você vai se expor, da distância que você vai
conseguir se manter entre as pessoas e da ventilação desse ambiente. Então,
esses três pilares são fundamentais”, aconselhou Rosana.
Isolamento rigoroso diminui no Brasil
Segundo a edição semanal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de indivíduos que mantêm o isolamento rigoroso aqui no País vem declinando. Da primeira para a segunda semana de setembro, o contingente diminuiu de 37,3 milhões para 35,3 milhões.
“O percentual de pessoas que informaram ter ficado rigorosamente em casa caiu significativamente, de 17,7% para 16,7%, enquanto aumentou o percentual daquelas que reduziram o contato mas continuaram saindo para trabalhar ou recebendo visitas”, ponderou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.
Ainda de acordo com o IBGE, pelo menos 83,2 milhões de brasileiros – quantitativo equivalente a 39,4% – já adotam um comportamento flexível quanto ao distanciamento social, tendo reduzido o contato, mas continuando a sair de casa e/ou a receber visitas. No futuro, se o contágio persistir, a melhor forma é se proteger conforme recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e instituições sanitárias governamentais.
Como exemplo do agravamento da pandemia, Rosana Richtmann explicou que, após o verão na Europa, o continente está vivenciando a segunda onda da Covid-19. Ela contou que lá houve uma flexibilização intensa, ocasionando constantes aglomerações e ausência de uso de máscara.
“O vírus não foi embora; e a pandemia, infelizmente, não vai embora. A gente tem que, realmente, poder manter essas regras para não ter tanta consequência lá na frente”, argumentou a infectologista à reportagem da TV Cultura.
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