Fernando Schmidt é eleito novo presidente do Bahia
Secretário do governo estadual foi o
primeiro dirigente a ser escolhido democraticamente na história do tricolor,
vencendo com 67% dos votos. Ele assume amanhã, em cerimônia na Arena Fonte Nova
Com
informações dos portais A Tarde, Globoesporte.com e iBahia
Schmidt (à direita, de azul) comandou o Esquadrão
de Aço em sua fase vitoriosa, em meados dos anos 1970, na qual sagrou-se
heptacampeão baiano
(Foto:
Hailton Andrade/iBahia)
Um momento
épico para ser estampado na história e na memória do futebol baiano e brasileiro.
No mesmo dia em que nossa pátria comemorou 191 anos de independência política,
o 7 de Setembro, um sábado, sócios-torcedores do Esporte Clube Bahia
conquistaram, pela primeira vez, a sua tão desejada independência: chegou a esperada
hora de eleger o seu presidente por via democrática.
Vencendo esmagadoramente dois candidatos de peso, o advogado e atual secretário estadual de Relações Internacionais, Fernando Schmidt, foi escolhido para ocupar um mandato-tampão, até dezembro de 2014, sem direito à reeleição. Aos 69 anos, Schmidt havia sido mandatário do tricolor na segunda metade da década de 1970, quando o clube venceu todas as temporadas do Campeonato Baiano.
Vencendo esmagadoramente dois candidatos de peso, o advogado e atual secretário estadual de Relações Internacionais, Fernando Schmidt, foi escolhido para ocupar um mandato-tampão, até dezembro de 2014, sem direito à reeleição. Aos 69 anos, Schmidt havia sido mandatário do tricolor na segunda metade da década de 1970, quando o clube venceu todas as temporadas do Campeonato Baiano.
O
resultado das eleições, que ocorreram na Arena Fonte Nova através de urnas
eletrônicas, foi divulgado oficialmente perto das 18 h. Com cerca de 67% dos
sufrágios – maioria absoluta –, Schmidt derrotou com facilidade os empresários
Antônio Tillemont e Rui Cordeiro, que tiveram, respectivamente, 23% e 9% dos
votos válidos. Atendendo aos anseios da torcida, o novo presidente do Bahia
assumirá na próxima segunda-feira (9), às 20 h, em solenidade na Arena Fonte
Nova.
De acordo com o vitorioso, as circunstâncias que o fizeram ser eleito foram uma “grande responsabilidade”, não só pelas emoções compartilhadas com a torcida tricolor. “Hoje (ontem) nós vivemos juntos um dia histórico aqui no Esporte Clube Bahia, e verdadeiramente a torcida tomou conhecimento de que ela é a dona do Esporte Clube Bahia. E ela vai agir assim na nossa gestão. Vai ter canais de comunicação, onde possa participar efetivamente da vida do clube. Isso faz com que a responsabilidade não nos cause medo”, discursou.
De acordo com o vitorioso, as circunstâncias que o fizeram ser eleito foram uma “grande responsabilidade”, não só pelas emoções compartilhadas com a torcida tricolor. “Hoje (ontem) nós vivemos juntos um dia histórico aqui no Esporte Clube Bahia, e verdadeiramente a torcida tomou conhecimento de que ela é a dona do Esporte Clube Bahia. E ela vai agir assim na nossa gestão. Vai ter canais de comunicação, onde possa participar efetivamente da vida do clube. Isso faz com que a responsabilidade não nos cause medo”, discursou.
Chapa de Schmidt saiu majoritária no conselho
A
torcida também determinou, em votação proporcional, a nova configuração do
Conselho Deliberativo do time. Encabeçada por Schmidt, a chapa “Diga Sim ao
Novo Esquadrão” computou 72% dos votos válidos, enquanto a chapa adversária, “Virada
com Transparência”, que respaldou Tillemont e Cordeiro, acumulou apenas 28% dos
votos.
Já
que a eleição para os membros do conselho ocorreu pelo critério da proporcionalidade,
as chapas “Diga Sim ao Novo Esquadrão” e “Virada com Transparência” serão
constituídas por 72 e 28 nomes, respectivamente. Um dos conselheiros eleitos é
Jorge Maia, autor da ação judicial que decretou intervenção no Bahia quando o
então presidente Marcelo Guimarães Filho foi destituído do cargo, no dia 9 de
julho.
Coube ao advogado mineiro Carlos
Rátis, designado pela Justiça, a chefiar transição, com a organização de
eleições diretas. "É a continuidade do dia 17 de agosto, quando 99% dos
sócios, sejam antigos ou novos, buscavam esse dia. A gente percebe que existe
uma felicidade estampada no rosto do sócio-torcedor, que estava com isso engasgado,
de poder escolher o seu presidente, seu vice e também poder optar por nomes no
Conselho Deliberativo”, afirmou, em entrevista ao portal iBahia.
O interventor do Bahia aproveitou
a oportunidade para agradecer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), através de
sua presidente, desembargadora Sara Brito, pelo apoio inestimável durante o
pleito. Rátis espera que o novo presidente, um ficha limpa, seja responsável e cumpridor
de seus compromissos da dimensão das necessidades da agremiação esportiva.
Mais velho entre os concorrentes,
Schmidt foi o último a oficializar candidatura
(Foto: Raphael Carneiro/Globoesporte.com)
Detentor de uma gestão gloriosa
Conforme o iBahia, Fernando
Schmidt, o mais velho entre os que estavam no páreo, foi o último a homologar sua candidatura à presidência do Esquadrão de Aço. Durante sua heroica gestão,
entre 1975 e 1979, houve uma sequência de títulos que culminaram na conquista
do heptacampeonato. Também no mesmo período o patrimônio tricolor se expandiu, com
a construção do Centro de Treinamento Osório Vilas Boas, o Fazendão, num
terreno situado em Itinga, bairro popular da cidade de Lauro de Freitas.
O presidente recém-eleito, hoje acomodado
no Partido dos Trabalhadores (PT), circulou nos bastidores da política nos anos
subsequentes. Em 15 de novembro de 1982, elegeu-se vereador de Salvador pelo
PMDB, na condição de membro da ala esquerda da legenda, cumprindo mandato de
1983 a 1988 – licenciou-se da Câmara Municipal para assumir a chefia da Casa Civil na
segunda gestão do então prefeito Mário Kertész, entre janeiro de 1986 e março
de 1988.
No período compreendido entre
1993 e 1996, Schmidt exerceu a titularidade da Secretaria de Governo da capital
baiana, na administração da então prefeita Lídice da Mata (PSDB), atualmente
senadora pelo PSB, partido que ela comanda no estado. Ascendeu, no início do
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, ao cargo de
chefe de gabinete do Ministério do Trabalho e Emprego. Foi ministro interino da
pasta entre 31 de julho e 6 de agosto de 2003, substituindo temporariamente o
então titular, Jaques Wagner.
Em 2006, foi assessor especial do
Ministro para Assuntos Internacionais da Secretaria de Relações Internacionais
da Presidência da República e diretor-presidente da Companhia das Docas do
Estado da Bahia (Codeba). Com Wagner governador, no ano seguinte, assumiu a
chefia de gabinete e, em 2011, tornou-se secretário de Relações Internacionais.
Uma nova fase será iniciada com a
assunção de Schmidt ao posto máximo do Bahia, tendo como premissa suprema reordenar
o clube. Posteriormente à sua oficialização como vencedor, ele anunciou suas medidas,
inclusive convocar o Conselho Deliberativo a fim de eleger seu dirigente. “Na
próxima semana, nós queremos essa reunião feita para que possamos mostrar nosso
plano de ação. Também apresentar nossos diretores e deixar claro que o Conselho
vai governar junto com o presidente”, esclareceu.
Ele afirmou ainda que, em sua
gestão-tampão, ele vai trabalhar para ampliar a quantidade de sócios-torcedores
e formar a equipe que vai gerir o tricolor até o final de 2014, além de buscar
novos reforços com vistas à continuidade da Série A do Campeonato Brasileiro. O
sucessor de Schmidt será eleito com vistas a um mandato de três anos.
Resultados da eleição
Votação
para presidente
Fernando Schmidt: 3.300 votos (67%)
Antônio Tillemont: 1.164 votos (23%)
Rui Cordeiro: 468 votos (9%)
Total: 4.932 votos
Votação
para o Conselho Deliberativo
Chapa “Diga Sim ao Novo Esquadrão”
(apoio a Schmidt): 72%
Chapa "Virada com Transparência" (apoio a Tillemont e Cordeiro): 28%
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