Blecaute mental
Mal de Alzheimer, mais comum entre pessoas idosas, caracteriza-se pelo
colapso intelectual ou demência, resultando na perda da memória dos pacientes
O mal de Alzheimer, caracterizado pela deterioração intelectual ou demência, está atrelado principalmente aos idosos, mas tem que ser diagnosticado logo na fase adulta. Tendo como consequência a desativação da memória, a doença, que atua como um curto-circuito nos neurônios e um blecaute no cérebro, passa por um estágio progressivo de evolução e apresenta sintomas focais, como problemas visuais, espaciais e de linguagem.
Descrita em 1906 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer (1864-1915) como uma modalidade de demência senil, a patologia se manifesta com maior incidência em indivíduos de faixa etária entre os 50 e os 60 anos, porém dos 35 aos 45 anos as pessoas já padecem desse distúrbio, constituindo a chamada forma juvenil, de acordo com o neurologista Antônio de Souza Andrade Filho, presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro, de Salvador.
Em artigo escrito pelo médico, intitulado O apagão da mente: Alzheimer, pesquisas revelam que 5% da população mundial sofre desse transtorno no sistema nervoso a partir dos 65 anos, percentual sujeito a aumento em razão do avanço da idade. A estimativa provável é de que, para o ano de 2025, uma cifra aproximada de 71% da população mundial apresente algum tipo de demência.
Os sintomas do mal de Alzheimer se iniciam com um brando colapso intelectual e cognitivo, aceito regularmente pelos familiares como indício natural do envelhecimento, mas que poderá se agravar rapidamente. Por isso, os idosos tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passam a fazer com que seu psicológico fique comprometido e a não reconhecer os membros de sua própria família.
“A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária, já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da autocrítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos”, explica Andrade Filho.
Estágios
Para o neurologista, a fase inicial da doença de Alzheimer abrange sintomas como distração, dificuldade de lembrar nomes e palavras e para aprender novas informações, esquecimento crescente, desorientação em espaços familiares, pequenos lapsos, mas que não são ligados ao julgamento e ao comportamento, e redução das atividades sociais dentro e fora do âmbito doméstico.
Na fase intermediária, o paciente passa a conviver com a perda marcante da memória e da atividade cognitiva, a deterioração das habilidades verbais, a retração no conteúdo e na variação da fala, além de se perder facilmente, estar incapacitado para convívio social autônomo, possuir tendência a fugir ou perambular pela casa e começar a perder o controle da bexiga. Seu comportamento também pode estar vulnerável a alterações, como frustração, impaciência, inquietação, alucinações, delírios e agressão verbal e física.
A patologia, em seu estágio avançado, consiste em uma múltipla gama de fatores. Entre eles pode-se mencionar a drástica abreviação da fala, tornando-a monossilábica e, posteriormente, nula, transtornos emocionais e comportamentais, perda do controle da bexiga e dos intestinos, problemas na ingestão dos alimentos, obrigando o paciente a usar sonda enteral ou gastrostomia (sonda do estômago), transtornos na locomoção, como piora da marcha e enrijecimento das articulações, e a morte.
Doença aguda
Segundo Andrade Filho, o hábito de o portador de Alzheimer se deslocar de um domicílio para outro é mal recebido, o que implica o caráter agudo dos sintomas. “Um paciente com doença de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização”, avalia.
O especialista diz que, concomitantemente com o progresso da enfermidade, os pacientes tornam-se mais dependentes dos familiares e cuidadores em várias circunstâncias do cotidiano. Ele enumera algumas situações nas quais enfrentam dificuldades, como precisar de auxílio para se locomover, se comunicar e necessitar de supervisão integral para a higiene, o ato de se vestir, a alimentação, entre outras atividades diárias.
O diagnóstico do mal de Alzheimer, efetuado somente através de exame patológico – biópsia do tecido cerebral –, é feito exceto quando não sofre de outras doenças que também podem evoluir com quadros demenciais, como alterações na glândula tireoide, acidentes vasculares cerebrais, hipovitaminoses, hidrocefalia (acúmulo excessivo de fluido no interior do cérebro), efeitos colaterais de medicamentos, depressão, desidratação, tumores cerebrais, entre outros.
De acordo com um estudo recente, citado por Andrade Filho, recomenda-se manter em atividade a vida intelectual como uma das formas de prevenção da doença. “Precisamos diagnosticar com precocidade o mal de Alzheimer, porque o diagnóstico é quase sempre tardio. Necessitamos, porém, retirar da velhice a imagem de decadência intelectual. E que dentro em breve teremos a cura”, vaticina.
O mal de Alzheimer, caracterizado pela deterioração intelectual ou demência, está atrelado principalmente aos idosos, mas tem que ser diagnosticado logo na fase adulta. Tendo como consequência a desativação da memória, a doença, que atua como um curto-circuito nos neurônios e um blecaute no cérebro, passa por um estágio progressivo de evolução e apresenta sintomas focais, como problemas visuais, espaciais e de linguagem.
Descrita em 1906 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer (1864-1915) como uma modalidade de demência senil, a patologia se manifesta com maior incidência em indivíduos de faixa etária entre os 50 e os 60 anos, porém dos 35 aos 45 anos as pessoas já padecem desse distúrbio, constituindo a chamada forma juvenil, de acordo com o neurologista Antônio de Souza Andrade Filho, presidente da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia – Instituto do Cérebro, de Salvador.
Em artigo escrito pelo médico, intitulado O apagão da mente: Alzheimer, pesquisas revelam que 5% da população mundial sofre desse transtorno no sistema nervoso a partir dos 65 anos, percentual sujeito a aumento em razão do avanço da idade. A estimativa provável é de que, para o ano de 2025, uma cifra aproximada de 71% da população mundial apresente algum tipo de demência.
Os sintomas do mal de Alzheimer se iniciam com um brando colapso intelectual e cognitivo, aceito regularmente pelos familiares como indício natural do envelhecimento, mas que poderá se agravar rapidamente. Por isso, os idosos tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passam a fazer com que seu psicológico fique comprometido e a não reconhecer os membros de sua própria família.
“A perda de memória causa a estes pacientes um grande desconforto em sua fase inicial e intermediária, já na fase adiantada não apresentam mais condições de perceber-se doentes, por falha da autocrítica. Não se trata de uma simples falha na memória, mas sim de uma progressiva incapacidade para o trabalho e convívio social, devido a dificuldades para reconhecer pessoas próximas e objetos”, explica Andrade Filho.
Estágios
Para o neurologista, a fase inicial da doença de Alzheimer abrange sintomas como distração, dificuldade de lembrar nomes e palavras e para aprender novas informações, esquecimento crescente, desorientação em espaços familiares, pequenos lapsos, mas que não são ligados ao julgamento e ao comportamento, e redução das atividades sociais dentro e fora do âmbito doméstico.
Na fase intermediária, o paciente passa a conviver com a perda marcante da memória e da atividade cognitiva, a deterioração das habilidades verbais, a retração no conteúdo e na variação da fala, além de se perder facilmente, estar incapacitado para convívio social autônomo, possuir tendência a fugir ou perambular pela casa e começar a perder o controle da bexiga. Seu comportamento também pode estar vulnerável a alterações, como frustração, impaciência, inquietação, alucinações, delírios e agressão verbal e física.
A patologia, em seu estágio avançado, consiste em uma múltipla gama de fatores. Entre eles pode-se mencionar a drástica abreviação da fala, tornando-a monossilábica e, posteriormente, nula, transtornos emocionais e comportamentais, perda do controle da bexiga e dos intestinos, problemas na ingestão dos alimentos, obrigando o paciente a usar sonda enteral ou gastrostomia (sonda do estômago), transtornos na locomoção, como piora da marcha e enrijecimento das articulações, e a morte.
Doença aguda
Segundo Andrade Filho, o hábito de o portador de Alzheimer se deslocar de um domicílio para outro é mal recebido, o que implica o caráter agudo dos sintomas. “Um paciente com doença de Alzheimer pergunta a mesma coisa centenas de vezes, mostrando sua incapacidade de fixar algo novo. Palavras são esquecidas, frases são truncadas, muitas permanecendo sem finalização”, avalia.
O especialista diz que, concomitantemente com o progresso da enfermidade, os pacientes tornam-se mais dependentes dos familiares e cuidadores em várias circunstâncias do cotidiano. Ele enumera algumas situações nas quais enfrentam dificuldades, como precisar de auxílio para se locomover, se comunicar e necessitar de supervisão integral para a higiene, o ato de se vestir, a alimentação, entre outras atividades diárias.
O diagnóstico do mal de Alzheimer, efetuado somente através de exame patológico – biópsia do tecido cerebral –, é feito exceto quando não sofre de outras doenças que também podem evoluir com quadros demenciais, como alterações na glândula tireoide, acidentes vasculares cerebrais, hipovitaminoses, hidrocefalia (acúmulo excessivo de fluido no interior do cérebro), efeitos colaterais de medicamentos, depressão, desidratação, tumores cerebrais, entre outros.
De acordo com um estudo recente, citado por Andrade Filho, recomenda-se manter em atividade a vida intelectual como uma das formas de prevenção da doença. “Precisamos diagnosticar com precocidade o mal de Alzheimer, porque o diagnóstico é quase sempre tardio. Necessitamos, porém, retirar da velhice a imagem de decadência intelectual. E que dentro em breve teremos a cura”, vaticina.
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