Carnaval suspenso. Agora, é só esperar por vacina

Hugo Gonçalves – Jornalista (SRTE/BA 4507)

Salvador, 29 de novembro de 2020

Atualizado às 19h52

 

Como forma de evitar propagação do novo coronavírus, folia soteropolitana de 2021 teve que ser cancelada pela prefeitura
Sérgio Pedreira/Ag. Haack/Bahia Notícias – 20/02/2020

 

Faltando pouco mais de um mês ao expirar seu mandato, o prefeito ACM Neto já anunciou a decisão absolutamente correta: enquanto a vacina para erradicar o novo coronavírus não chegar, Salvador teve o seu maior espetáculo ao ar livre cancelado para 2021. O Carnaval, que em apenas um verão encanta soteropolitanos e turistas, pela primeira vez está suspenso, propondo evitar a propagação do contágio emanado das aglomerações que sistematicamente vinham saturando as ruas, praças e avenidas da quarta maior cidade brasileira.

Todas as folias, como de praxe, são terrenos férteis para a transmissão de patologias infectocontagiosas – inclusive a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis –, pelo fato de os desfiles se concentrarem em ambientes sujeitos a contaminação por micro-organismos (vírus, bactérias, etc.). Portanto, o governo sempre lança para a ocasião campanhas de utilidade pública, a fim de conscientizar os foliões a apreciarem a festa de Momo com relações sexuais seguras, mediante o uso de um escudo eficaz, o preservativo.

Mas, desta vez, a incidência voraz em patamar global de um outro contágio – a pandemia de Covid-19 – inibe a realização de uma série de eventos pelo Brasil e mundo cuja tônica são as aglomerações, alterando continuamente o calendário festivo; o Carnaval se encontra nessa lista. No Rio de Janeiro, por exemplo, os desfiles de escolas de samba e também dos blocos de rua já foram cancelados, a pretexto de ainda não haver imunizantes disponíveis que combatam um inimigo silencioso e visivelmente oculto, porém de dimensões avassaladoras.

Como estamos em uma metrópole alegre, receptiva e pulsante como Salvador, é inequívoco dizer que a folia se constitui em um dos fatores contribuintes para a dinamização da nossa economia, produzindo emprego e renda para todas as partes envolvidas, desde o humilde vendedor ambulante até o afortunado executivo do ramo hoteleiro. Além da maior festa popular do planeta, outras celebrações aqui na capital baiana (muitas delas tradicionais) ingressaram no rol das suspensões do próximo ano, como a secular Lavagem do Bonfim, programada para janeiro.

A determinação de suspender o Carnaval, postergando-o talvez para 2022, foi anunciada com sabedoria pela prefeitura, como a resposta mais adequada e conivente com as normas e protocolos delineados por autoridades sanitárias para enfrentar uma monumental pandemia, que ainda não atingiu o seu crepúsculo. Caso contrário, uma segunda onda invadiria a nossa cidade, infectando milhões de pessoas pela ação de um vírus letal que até hoje carece de antídoto. Agora, só basta aguentar firme e aguardar os resultados dos testes, até que uma vacina inédita seja aprovada.

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