Nosso esporte perde Luciano do Valle, um vitorioso
Ícone
da mídia esportiva brasileira, locutor da Band morreu de infarto após passar
mal em avião em direção a Uberlândia, Minas Gerais, onde narraria um jogo pela primeira rodada do Brasileirão
Com informações do Jornal Nacional, da TV Globo, e dos portais Folha e Band
Com informações do Jornal Nacional, da TV Globo, e dos portais Folha e Band
Luciano
participou da cobertura de dez Copas e dez Olimpíadas
(Foto: Zanone Fraissat/Folhapress –
18/05/2012)
Morreu na tarde deste sábado (19) o locutor Luciano do
Valle, um dos ícones do telejornalismo esportivo nacional. Vítima de infarto
fulminante, o jornalista, que tinha 66 anos, passou mal durante um voo para
Uberlândia, onde narraria um jogo entre Atlético-MG e Corinthians, válido pela rodada
de estreia desta temporada da Série A do Campeonato Brasileiro. A partida, realizada no dia seguinte, terminou empatada em 0 a 0.
O avião que transportava Luciano, a mais
relevante voz das coberturas do esporte da TV Bandeirantes, saía do Aeroporto
de Congonhas, em São Paulo, com destino à cidade do Triângulo Mineiro, onde pousou
às 14:35. Segundo o portal Folha, o quadro de saúde do comunicador se agravou enquanto
estava numa ambulância a caminho do Hospital Santa Genoveva, onde deu entrada
por volta das 15:15 com complicações cardiorrespiratórias, vindo a falecer uma
hora depois.
Entre os registros antológicos em seu currículo vitorioso,
ele não apenas se especializou em coberturas de jogos de futebol – esporte em
que cobriu dez Copas do Mundo –, mas seu tino, sua eloquência e sua genialidade marcantes também foram decisivos nas narrações de automobilismo, vôlei,
basquete, boxe, entre outras modalidades.
Além disso, transmitiu dez Jogos Olímpicos, sempre com o mesmo prestígio multiplicado em cinco décadas de profissionalismo. Luciano faria parte da equipe da Band no Mundial deste ano, sediado no Brasil, bem como nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Além disso, transmitiu dez Jogos Olímpicos, sempre com o mesmo prestígio multiplicado em cinco décadas de profissionalismo. Luciano faria parte da equipe da Band no Mundial deste ano, sediado no Brasil, bem como nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Do rádio para a telinha
A promissora vereda laboral de Luciano do Valle foi
introduzida prematuramente em 1963, aos 16 anos, na Rádio Brasil, em Campinas,
no interior de São Paulo, onde nasceu. Transferiu-se, então, para a capital
quatro anos mais tarde, na Rádio Gazeta AM, cuja atuação serviu de trampolim
para a televisão em rede nacional.
Em 1971, Luciano migrou para a TV Globo, onde
permaneceu por 11 anos. No período em que estava no Jardim Botânico, cobriu eventos esportivos memoráveis, como as Olimpíadas de 1972, em Munique, na Alemanha, a Copa de 1974, também ocorrida naquele país – cujas partidas ele acompanhou do Rio –, além das corridas vitoriosas de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1.
“O Luciano participou muito da minha vida.
Para mim, é um dia muito triste e eu quero prestar uma homenagem muito grande a
esse ícone do esporte brasileiro”, disse o ex-piloto, via internet, diretamente
do sul da Bahia. Anos mais tarde, Emerson teria suas corridas narradas pelo
jornalista na Fórmula Indy, difundida no país graças
a seu incentivo.
Para
Flávia do Valle (consolando o corpo de Luciano), marido “não
sofreu, teve uma morte digna”
(Foto:
Eliane Leme/Band)
Fez da Band “o canal do esporte”
Dois meses após o término do último Mundial na Globo em que
participou, em 1982, na Espanha, Luciano, que era o locutor principal
da emissora dos Marinho numa era pré-Galvão Bueno – àquela altura, Galvão já havia ingressado lá, porém exercendo papel secundário nas transmissões do torneio –, foi demitido. Teve breve passagem pela Record, mas
rapidamente transplantou todo o seu carisma para a Bandeirantes.
Na Band, onde ajudou a consolidar a imagem da TV como “o canal do esporte”, atingindo seu clímax no segmento, Luciano trabalhou entre 1983 e 2003, e, posteriormente a um curto intervalo de três anos, de 2006 até a sua morte.
Na Band, onde ajudou a consolidar a imagem da TV como “o canal do esporte”, atingindo seu clímax no segmento, Luciano trabalhou entre 1983 e 2003, e, posteriormente a um curto intervalo de três anos, de 2006 até a sua morte.
Luciano do Valle também se aventurou na
popularização de esportes até então pouco conhecidos no país. Entre eles, estavam o boxe,
pelo fato de ter convertido Adilson Rodrigues no fenômeno e no mito Maguila; o basquete, por ter cunhado os apelidos Magic
Paula e Rainha Hortência para as então atletas da modalidade; e a Fórmula Indy,
hoje a segunda categoria mais importante do automobilismo mundial.
Seu meio século de uma emblemática trajetória foi consumado no último dia 13, durante a cobertura da final do Campeonato Paulista entre Ituano e Santos, no estádio do Pacaembu, na qual o time de Itu conquistou o título deste ano.
Velado neste domingo (20), em cerimônia no plenário da Câmara Municipal de Campinas, o corpo do narrador foi enterrado no mesmo dia, no Cemitério Parque Flamboyant, em sua cidade natal, sob intensos e cordiais aplausos de amigos, familiares e admiradores. Entre os presentes no funeral, estavam o ex-jogador de futebol e comentarista da Band Neto, a ex-jogadora de basquete Hortência e a viúva, a gaúcha Flávia do Valle.
Velado neste domingo (20), em cerimônia no plenário da Câmara Municipal de Campinas, o corpo do narrador foi enterrado no mesmo dia, no Cemitério Parque Flamboyant, em sua cidade natal, sob intensos e cordiais aplausos de amigos, familiares e admiradores. Entre os presentes no funeral, estavam o ex-jogador de futebol e comentarista da Band Neto, a ex-jogadora de basquete Hortência e a viúva, a gaúcha Flávia do Valle.
Tristeza e fé
Consternada e consolando o caixão com os restos mortais de Luciano do Valle, Flávia declarou, em depoimento ao portal Band, que a despedida repentina de seu marido comunicador foi um “momento muito triste, de muita dor, de muita fé também”.
Ao dar adeus ao companheiro, a viúva, sensibilizada, prosseguiu: “A gente é itinerante aqui nesse andar de baixo. Ele não sofreu, teve uma morte digna, como ele sempre foi, um homem digno. Fica o legado. Colocou tanta gente para trabalhar na televisão. Ele realmente era só coração. Não haveria outra forma de o meu marido partir para o andar de cima”.
Consternada e consolando o caixão com os restos mortais de Luciano do Valle, Flávia declarou, em depoimento ao portal Band, que a despedida repentina de seu marido comunicador foi um “momento muito triste, de muita dor, de muita fé também”.
Ao dar adeus ao companheiro, a viúva, sensibilizada, prosseguiu: “A gente é itinerante aqui nesse andar de baixo. Ele não sofreu, teve uma morte digna, como ele sempre foi, um homem digno. Fica o legado. Colocou tanta gente para trabalhar na televisão. Ele realmente era só coração. Não haveria outra forma de o meu marido partir para o andar de cima”.
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