Amabília Almeida sela adesão a programa socialista
Notável
defensora dos direitos humanos e das mulheres na Bahia, educadora e
ex-parlamentar se filiou ao PSB, legenda com qual possui uma histórica afinidade
Com informações da assessoria de comunicação
do PSB Bahia e do portal da Assembleia Legislativa da Bahia
Amabília (à esquerda, assinando a ficha de filiação ao lado de Lídice da Mata) frisou que partido “busca chegar ao poder
pelas vias democráticas”
(Foto:
Ascom PSB Bahia)
Declarando ter afinidade e simpatia
com o ideário do Partido Socialista Brasileiro (PSB) há tempos, a educadora, ex-vereadora
e ex-deputada estadual constituinte Amabília Almeida se filiou à legenda, no dia 28 de março, em cerimônia realizada em sua sede estadual,
no Campo Grande, em Salvador. A nova integrante socialista expressou sua
satisfação ao aderir às propostas do partido.
“Minha relação com o PSB é antiga. Há
muito tempo me identifico com as propostas da legenda porque o PSB é um partido
que busca chegar ao poder pelas vias democráticas, com propostas programáticas
muito claras e pautadas pela confirmação dos direitos básicos do cidadão,
saúde, educação, justiça e segurança”, declarou, durante o ato de adesão.
Amabília disse ainda que, no PSB,
atuará como membro da militância e será uma das mobilizadoras no crescimento da
agremiação socialista e no fortalecimento das candidaturas da presidente
estadual, senadora Lídice da Mata, ao governo da Bahia, e da ex-ministra do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, ao Senado Federal, para a
disputa eleitoral marcada para 5 de outubro.
“Estas mulheres (Lídice e Eliana) têm um discurso diferenciado, respaldado pela
ética. Vejo que elas realmente estão preocupadas com o estado e não vejo em
nenhuma das duas inclinações para barganha política”, explicou a agora
militante socialista, lúcida.
Visionária
Conforme Lídice, a ex-parlamentar, incansável
defensora dos direitos humanos e das questões de gênero, sempre foi uma
visionária no âmbito político. “Amabília conseguiu um fato inédito: a única
Constituição do Brasil que tem um capítulo exclusivo falando sobre o direito da
mulher é a Constituição da Bahia”, enfatizou, aludindo à Carta hoje vigente no
estado, promulgada em 5 de outubro de 1989, cuja elaboração teve respaldo da
recém-filiada ao PSB, à época deputada constituinte.
Ainda segundo a senadora, que foi colega
de Amabília Almeida na Câmara Municipal de Salvador entre 1983 e 1987, ela
contribuiu não apenas na luta pelos direitos humanos e das mulheres, como também
no processo de redemocratização do Brasil.
Na condição de educadora, pontua
Lídice, a ex-deputada defende um sistema de educação pública de qualidade e em
tempo integral, por ter fundado a Escola Experimental, em 1965, subsequentemente à sua aposentadoria compulsória imposta pelo governo ditatorial (leia biografia abaixo).
História narrada em livro
A pré-candidata ao Palácio de Ondina sugeriu a seu correligionário e presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, que viabilizasse a feitura de um livro sobre o itinerário biográfico e político de Amabília Almeida, a ser publicado o mais breve possível, objetivando o conhecimento de sua história pelas novas gerações.
“Amabília fará com que o PSB se sinta ainda mais um partido socialista por conta do seu reconhecido legado pela ética e educação”, elogiou Leonelli, que acumula o cargo de secretário-geral da agremiação na Bahia.
A pré-candidata ao Palácio de Ondina sugeriu a seu correligionário e presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli, que viabilizasse a feitura de um livro sobre o itinerário biográfico e político de Amabília Almeida, a ser publicado o mais breve possível, objetivando o conhecimento de sua história pelas novas gerações.
“Amabília fará com que o PSB se sinta ainda mais um partido socialista por conta do seu reconhecido legado pela ética e educação”, elogiou Leonelli, que acumula o cargo de secretário-geral da agremiação na Bahia.
O evento que marcou a filiação da
ex-parlamentar ao PSB, além das nobres presenças de Lídice e de Leonelli,
contou, segundo a assessoria de imprensa do partido, com as participações da
líder socialista na Câmara Municipal da capital, vereadora Fabíola Mansur, do
secretário sindical do PSB-BA, Claudemir Nonato, e de membros do Sindicato dos
Rodoviários da Bahia e da Força Sindical.
Lutas por educação e direitos
femininos fizeram Amabília entrar na política junto com Lídice. Ambas foram
eleitas vereadoras em 1982
(Foto: Divulgação)
Do
educacional ao político
Natural
de Jacobina, na Chapada Diamantina, Amabília Vilaronga de Pinho Almeida, 84
anos, encontrou sua vocação no campo pedagógico. Formou-se professora no
magistério no Instituto Normal Senhor do Bonfim, em sua cidade natal,
especializando-se em Educação Pré-Escolar, Higiene Escolar e Puericultura em
convênio entre a Secretaria da Saúde da Bahia e a extinta Legião Brasileira de
Assistência (LBA).
Aposentada
compulsoriamente pelo regime militar, instituiu, em 1965, a Escola Experimental, referência
no ensino construtivista em Salvador, da qual era diretora – funciona até hoje
no bairro da Vila Laura. Presidiu, por dois mandatos, a Associação Feminina da
Bahia. Suas lutas por uma educação de qualidade e pelos direitos das mulheres fizeram Amabília ingressar na política,
elegendo-se vereadora pelo PMDB em 1982, juntamente com outros 25 parlamentares do partido,
incluindo Lídice da Mata.
Quatro
anos depois, pela mesma legenda, foi eleita suplente de deputada estadual,
ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa em março de 1987 – foi a única
mulher em meio aos 43 homens parlamentares. No período que culminou na
elaboração da atual Constituição baiana, introduziu na pauta legislativa
temáticas como violência contra a mulher, assédio sexual e esterilização
massiva, além de apresentar e articular a aprovação do capítulo referente à
mulher na Carta Federal de 1988.
Amabília
Almeida também presidiu a Liga de Assistência e Reintegração (Lar) na gestão de
Lídice como prefeita de Salvador, entre 1993 e 1996, onde, conforme a senadora,
realizou um excelente trabalho, inclusive com a instalação do Centro de
Profissionalização da Mulher (Ceprom), uma iniciativa de vanguarda.
Situado
no bairro de Santa Mônica, o Ceprom foi concebido para servir de apoio à
incorporação feminina na economia e na política, além de tornar as mulheres
capazes de ajudar efetivamente na manutenção de suas famílias e na construção
da cidadania em coletividade. No ano passado, Amabília foi empossada como um
dos sete membros da Comissão Estadual da Verdade, tendo participado, em Feira
de Santana, de um grupo de trabalho.
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