MPF pretende anular reintegração de posse de terras indígenas
Propostas enviadas à Justiça impedirão tensões em
área do sul da Bahia ocupada por índios tupinambás, notifica órgão
Com informações do
portal A Tarde e das assessorias de comunicação do MPF e da PGR
Expectativa do MPF é manter os indígenas em suas
terras
(Foto:
Joá Souza/Agência A Tarde)
O Ministério
Público Federal (MPF) na Bahia comunicou, nesta quarta-feira (9), que o órgão solicitou
à Justiça os requerimentos que propõem a suspensão imediata da reintegração de
posse das 16 fazendas instaladas na localidade de Serra do Padeiro, no sul do
estado. A área é ocupada por índios da tribo Tupinambá.
Segundo o portal A
Tarde, foram enviadas sete petições, em caráter de urgência, que serão
analisadas pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, desembargador
Mário César Ribeiro, em Brasília. Como forma de inibir o agravamento de
conflitos na região, a expectativa do MPF é de que mantenha os indígenas em
suas terras.
A Serra do Padeiro,
situada no município de Buerarema, é uma área já reconhecida e delimitada pela
Fundação Nacional do Índio (Funai), conforme nota divulgada pela assessoria de
imprensa do órgão. No ano de 2006, a localidade teve sua ocupação indígena
consolidada.
“Mesmo assim, a
Justiça Federal na Bahia concedeu os pedidos de reintegração de posse a não
índios, sem que haja, entretanto, local para a realocação dos indígenas ou
qualquer assistência por parte do Estado”, notificou o MPF.
Procuradora Eliana
Torelly, autora dos requerimentos
(Foto:
Divulgação/MPF)
Impactos da
reintegração
Conforme a autora
das petições, a procuradora regional da República Eliana Torelly, a expulsão
forçada dos tupinambás de suas terras contribuirá para o crescimento das
tensões e dos conflitos fundiários. Ela acrescentou que, nessa perspectiva, o
MPF reivindica pacificar a situação de hostilidade.
Recentemente, o
Supremo Tribunal Federal (STF) exerceu entendimento similar, ao revogar, a pedido
do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, seis liminares de reintegração
de posse na Terra Indígena Tupinambá. Segundo a assessoria da
Procuradoria-Geral da República (PGR), as ações foram ajuizadas por
proprietários das fazendas naquela região.
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