Circuitos Dodô e Osmar terão praças de alimentação durante a folia

Para prefeitura, serão instalados, para o Carnaval do ano que vem, sete espaços onde se agregarão todos os comerciantes de alimentos ao longo dos dois principais trajetos
 
Com informações do Correio*

No circuito Dodô, entre Barra (acima) e Ondina, praças serão montadas em suas imediações, inclusive na Rua Sabino Silva
(Foto: Arquivo)

O Carnaval de Salvador agora terá, nos pontos próximos aos dois principais circuitos, sete espaços exclusivos para os foliões reporem suas energias durante a festa. De acordo com informações do jornal Correio*, a ideia da prefeitura é instalar praças de alimentação onde irão concentrar todos os comerciantes do segmento, exceto as baianas de acarajé.

Nas imediações do tradicional circuito Osmar, no Campo Grande, as praças serão montadas acima da Ladeira da Montanha, na Rua Carlos Gomes e no próprio Largo do Campo Grande. Já no circuito Dodô, entre os bairros da Barra e de Ondina, os permissionários serão alojados na Avenida Almirante Marques de Leão e na Rua Afonso Celso, na Barra; na Avenida Adhemar de Barros e na Rua Professor Sabino Silva, em Ondina.

Para a secretária municipal de Ordem Pública, Rosemma Maluf, o uso de equipamentos que podem causar acidentes ao longo dos percursos do Carnaval de 2014 na capital baiana estará proibido a partir dos seis dias da folia momesca, entre 28 de fevereiro e 4 de março. “Não vai mais ter fogareiro no meio dos foliões”, disse.

O titular da Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Sedes), Guilherme Bellintani, explicou que as praças de alimentação poderão servir de redes de fast food a vendedores independentes. “Isso significa maior diversidade de serviços, espaços mais confortáveis para o folião, mais controles pelos órgãos de fiscalização, inclusive da Vigilância Sanitária, e é um avanço para o Carnaval”, justificou.

Bellintani afirma que negociações com cervejarias já estão fechadas
(Foto: Marina Silva/Arquivo Correio*)

Como os espaços serão organizados

A estrutura das praças consistirá de ilhas contendo quatro estandes conjugados e cobertos com toldos, formando uma área maior. Nelas, os quiosques serão padronizados e providenciados por duas cervejarias diferentes que patrocinarão a festa de Momo em cada circuito. Segundo o Correio*, a prefeitura ainda não assinou contrato com nenhuma delas.

No entanto, Bellintani afirmou que as negociações com as empresas Brasil Kirin e Petrópolis – detentoras das marcas Nova Schin e Itaipava, respectivamente –, já estão praticamente confirmadas. “Cada cervejaria vai ficar com um circuito, isso quer dizer que a venda no espaço público será limitada à marca que patrocina aquele circuito. Nos bares, restaurantes e camarotes nada muda”, salientou o secretário, que também coordena o Carnaval de Salvador.

Ele ainda explicou que o circuito Batatinha, no Pelourinho, e o Carnaval nos bairros de Cajazeiras, Liberdade, Itapuã, Piatã, Periperi, Plataforma e Boca do Rio terão o patrocínio compartilhado entre as duas cervejarias. “Nossa ideia é que o Carnaval seja autossustentável”, afirmou. O valor total do investimento da Brasil Kirin e da Petrópolis será equivalente a R$ 30 milhões.

Haverá, em algumas praças, mesas e cadeiras, além de sanitários, que funcionarão em contêineres adjacentes. Conforme Guilherme Bellintani, a distribuição dessas áreas se adequará ao local, como no Campo Grande, onde formarão um círculo; na Rua Carlos Gomes, onde ficarão lado a lado, ao longo da via; e na Rua Sabino Silva, próxima ao circuito Dodô, onde estarão espalhados.

Já Rosemma Maluf determinou que na Sabino Silva serão armadas cinco ilhas, contabilizando 20 quiosques, mas nas demais vias o número de ilhas ainda não foi definido. “Nosso objetivo não é tirar os trabalhadores informais menores, mas garantir para todos a possibilidade de uma melhor prestação de serviço em uma estrutura que conta, inclusive, com energia elétrica”, esclareceu a secretária de Ordem Pública.

“Nosso objetivo é garantir uma melhor prestação de serviço”, afirma Rosemma Maluf, da Semop
(Foto: Gilberto Júnior/Bocão News)

Baianas poderão se instalar

Existe a possibilidade de as baianas de acarajé também se abrigarem nas praças. Todavia, as quituteiras já possuem espaço garantido em outros locais próximos aos circuitos Dodô e Osmar. Segundo estimativas da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam), cerca de 140 quituteiras trabalham nos dois itinerários carnavalescos, com exceção do Pelourinho, onde são as mesmas que já ficam nos pontos situados fora da folia.

Além das baianas, 3.500 vendedores ambulantes de bebidas e cerca de 300 carrinhos que comercializam pipoca, sorvete, mingau e água de coco estarão presentes na festa.

O cadastramento para que os permissionários trabalhem nas praças de alimentação ocorrerá em janeiro, mas ainda sem data definida, e poderá ser efetuado por pessoa física ou jurídica com no máximo um quiosque por Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), respectivamente.

Pontos azuis no mapa acima indicam as sete áreas reservadas à alimentação durante a festa de Momo
(Ilustração: Editoria de Arte/Correio*)

O que será proibido no Carnaval

O comerciante precisa estar atento e vigilante às restrições durante o Carnaval. Estão proibidas as vendas dos espetinhos e das bebidas artesanais, como licor, cravinho e príncipe maluco. Segundo informações do Correio*, a comercialização dos produtos não autorizados pode gerar uma multa no valor de R$ 97,07 ao licenciado. Quem for pego sem licença vendendo produtos, a mercadoria será apreendida.

Também se proíbe aos vendedores a utilização de barracas de camping nos locais de trabalho, tanto para dormir quanto para armazenar produtos. “As cervejarias que deixavam as cervejas na rua vão precisar repensar a logística”, adverte Rosemma.

Segundo a portaria nº 201 da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que regula o comércio de produtos na folia, publicada no Diário Oficial do Município em 28 de novembro, os vendedores não poderão mais explorar a mão de obra infantil nem mesmo levar crianças para acompanhar o trabalho de pais e parentes, em observância ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Caberão ao Juizado da Infância e da Juventude e à Semop fiscalizar essa determinação. Ainda de acordo com a portaria, o permissionário que fizer ligações clandestinas de energia elétrica terá seu espaço interditado e, portanto, a licença será imediatamente suspensa.

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