O axé se despede de Manolo Pousada

Um dos mais prestigiados empresários da música baiana morreu hoje, no Hospital Aliança, aos 51 anos

Com informações de A Tarde On Line, do G1 Bahia e do Blog do Marrom

Morreu na madrugada desta quarta-feira, aos 51 anos, no Hospital Aliança, na Chapada do Rio Vermelho, o radialista e empresário de artistas musicais baianos Manolo Pousada. Vítima de cirrose e diabetes, ele estava internado no mesmo hospital desde o dia 13 de março. Como um dos mais prestigiados e influentes executivos da indústria do entretenimento da Bahia, Manolo subsidiou a impulsionar os maiores talentos do axé, como a cantora Daniela Mercury.

Ele, em convênio com Jorginho Sampaio e Edmundo Carôso, era sócio da produtora Perto da Selva, que gerenciou as bem-sucedidas carreiras, dentre outros, dos grupos Jammil e Uma Noites, Araketu - na época em que o líder era o cantor Tatau -, e Eva, quando Ivete Sangalo era a vocalista.

Além dos artistas mencionados, o empresário foi, em 2001, o "descobridor" da cantora Elaine Fernandes, hoje uma mera garota-propaganda de uma rede baiana de óticas. Nos anos 1980, ele era cinegrafista da TV Itapoan, à época pertencente ao Sistema Nordeste de Comunicação, do empresário espanhol naturalizado brasileiro Pedro Irujo, onde produzia programas que colaboraram na germinação de novos talentos para o embrião do que viria a ser, mais tarde, o axé.

Integrou, ainda na mesma década, a célebre equipe da Itapoan FM, com ênfase para vários locutores que fizeram escola na estação, incluindo Cristóvão Rodrigues (hoje na Itaparica FM), Urias Nery (hoje na Bahia FM) e Josenel Barreto.

Lamentos pela perda

Pelo Twitter, diversos artistas baianos, alguns deles gerenciados por Manolo, manifestaram condolências pelo seu falecimento. "Sinto pela perda do amigo, colaborador da minha carreira, Manolo Pousada. Sentiremos também a perda da sua constante afirmação a nossa cultura", lamentou Daniela Mercury no microblog.

O baixista e compositor da banda Jammil, Manno Góes, direto do Rio de Janeiro, onde estava tratando de negócios particulares, ficou chocado pela morte do seu ex-patrão. "Manolo foi visionário. Ele impulsionou a música baiana a um patamar que não existia. Foi muito importante para minha carreira, ouvia muito ele. Lamento muito, estou muito triste", emocionou-se Manno.

O jornalista musical Osmar Martins, o Marrom, do jornal Correio* e da TV Bahia, estava profundamente abatido com a perda de Manolo Pousada. “Manolo, além de ter sido um grande radialista, foi uma das pessoas mais importantes do começo da axé music, apoiando os nossos primeiros artistas”, lembrou Marrom. O corpo de Manolo foi sepultado às 16 horas desta quarta-feira, no Cemitério do Campo Santo, no bairro da Federação.