Doe sangue, socorrendo muitas vidas

Fiquei muito contente, orgulhoso e solidário quando vivenciei um nobilíssimo - e inédito, já que nunca tinha feito anteriormente - gesto de amor ao próximo. Até então, jamais efetuei doação de sangue em minha preciosa plenitude vital, embora eu seja um indivíduo maior de idade e com uma saúde decente constante. Doar um líquido de coloração vermelho-escura, composto por glóbulos brancos, ou leucócitos, glóbulos vermelhos, ou hemácias, e plaquetas, é, para mim, para vocês e para nós, um excelentíssimo exercício humanitário, em se tratando de valorização sanitária por uma vida saudável e feliz.

Para que uma pessoa efetue o processo donativo, substancial para aqueles que estão precisando de transfusão sanguínea, é recomendável seguir os pré-requisitos arbitrariamente estipulados. Um indivíduo doador deve ser totalmente sadio, tendo um estado de saúde satisfatório, ter idade entre 18 e 65 anos e peso igual ou superior a 50 kg. Além dessas características, a pessoa, ao doar sangue, não deve estar em jejum e, convém salientar, tem que ser estar bem nutrida, não ter ingerido nenhum alimento rico em gorduras ou nenhuma bebida alcoólica nas quatro horas que precedem a doação.

Comprovando que o doador é um legítimo cidadão de corpo, de alma e de coração, é indispensável a apresentação de qualquer documento oficial com fotografia. Deve ser original, e em hipótese alguma não deve ser reprodução. O documento a ser apresentado na hora da doação de sangue - carteira de identidade, carteira de trabalho, certificado de reservista do Serviço Militar ou carteira de identidade do profissional, emitida por um conselho de classe na qual a profissão que ele exerce faz parte -, ressaltando, sempre deve ser original.

Há uma série de atribuições restritivas, excluindo a pessoa de um procedimento crucial para a perseverança da sua capacidade vital por motivos especiais. O ato de doar é proibido se o indivíduo estiver gripado, resfriado ou sentindo febre, ter histórico de hepatite após os 10 anos, ter ingerido alguma bebida alcoólica nas 12 horas que o antecedem, ter feito tatuagem ou piercing há menos de um ano ou for usuário de drogas lícitas ou ilícitas, a exemplo do fumo, dentre outras substâncias drasticamente nocivas.

Também não se pode doar sangue se a pessoa for portadora de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), o vírus T-linfotrópico humano (HTLV), as hepatites B e C e a sífilis, além da doença de Chagas, enfermidade infecciosa transmitida por um mosquito, vulgarmente denominado barbeiro, cujo nome científico é Trypanosoma cruzi. Pessoas que possuírem comportamento de risco para as DSTs devem estar abolidas da doação sanguínea. Uma advertência às mulheres com eventualidades: gestantes ou lactentes, aquelas que estão amamentando suas crianças nos anos iniciais de sua vida, não podem participar.

Doar sangue, um nobre processo salvador de uma infinidade de vidas, não traz ao doador nenhum efeito colateral. Não engorda nem emagrece, não dói nem vicia e, sobretudo, não é maléfico à saúde dos doadores, assim como a minha e a nossa contínua sanidade fisiológica, psicológica e cardiológica. O material empregado no processo de doação é integralmente descartável, não transmitindo nenhuma modalidade de enfermidades. Após efetuá-lo, nosso organismo repõe todo o teor de sangue doado. Durante o procedimento, exames para detectar doenças transmitidas pelo sangue, inclusive algumas DSTs, são realizados, visando garantir ao doador uma saúde lúcida, eficaz e otimista.

Ao ser uma atitude contributiva espontânea, auxiliando um quantitativo incontável de pacientes necessitados, por sua vez na fila aguardando as providências urgentes de reabastecimento de sangue, a doação desse líquido rubro escurecido, contudo não homogêneo, assegura-lhes o seu resgate vital e sanitário. Tanto homens quanto mulheres, cientes de suas ações, podem doar sangue novamente 3 e 4 vezes, respectivamente. Independentemente da frequência que for necessária, doar sangue é muito mais do que uma eterna e perpétua lição cidadã e salutar.

Já faço parte de um contingente de cidadãos obstinados pela reposição, do salvamento e do socorro das vidas por meio desse fabuloso gesto donativo. Ainda é deficitária, entretanto, a quantidade de sangue depositado nos bancos e nos hemocentros para, em seguida, ser transfundido no corpo do receptor. Entrei nessa monumental ação de compartilhamento para uma saúde melhor. E você já está incluído na partilha? Seja mais um voluntário responsável pela doação, que pode salvar um gigantesco número de vidas.

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