Exposição reflete olhar feminino sobre consciência negra

Com o objetivo de apresentar uma visão das mulheres artistas acerca da representatividade do povo negro, mostra continua em cartaz até o próximo dia 28, no Centro Histórico de Salvador

Hugo Gonçalves, jornalista (SRTE/BA 4507)

Barra do Gil (Vera Cruz), 8 de fevereiro de 2023

Com informações da curadoria da exposição

Matéria atualizada em 9 de fevereiro de 2023, às 22h39

 


Para a mostra coletiva, foram selecionadas 15 obras em técnicas diversas, como pintura a óleo, mosaico, escultura e fotografia
Fotos: Divulgação/Redes sociais

 

Foi prorrogada até o dia 28 deste mês a exposição O Olhar Feminino sobre a Consciência Negra, promovida pelo coletivo Arte e Ancestralidade em parceria com o Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia), órgão vinculado à Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Em cartaz desde novembro último na sede do Cepaia, no Santo Antônio Além do Carmo, Centro Histórico de Salvador, a mostra tem como propósito apresentar uma visão feminina no que tange à representatividade dos povos de matriz africana por intermédio das artes visuais.

Uma das participantes da ação gratuita, a artista plástica Luzimar Azevedo, que assina a curadoria juntamente com Adinelson Filho, salienta que o intuito primordial da exposição é elevar a visibilidade da mulher dentro desse espaço de discussões acerca das características e necessidades do povo negro. “Essa é uma ação de um grupo de mulheres, artistas visuais, que pretende mostrar, através das artes, o olhar feminino sobre a consciência negra, e o lugar que a mulher ocupa na potência negra”, afirmou.

O Olhar Feminino sobre a Consciência Negra compõe-se de uma seleção de 15 obras, elaboradas mediante as seguintes técnicas artísticas – pintura a óleo sobre tela, mosaico, aquarela, escultura em cerâmica, fotografia, bordado, técnica mista, fototipia e acrílico sobre tela. As artistas que estão participando da atividade são Doralice Palma, Edna Caldas, Izabel Andion, Jô Nascimento, Josmara Fregoneze, Juca Fraga, Kalundewa, Lívia Passos, Leila Chandani, Luzimar Azevedo, Magali Abreu, Margarita Arize, Mônica Monteiro, Sonianepo e Yara Guedes.

Entre as obras selecionadas para a mostra coletiva, e que também estão sendo comercializadas por suas respectivas autoras, está Sempre amor (veja foto abaixo), concebida pela artista e arte-educadora Mônica Monteiro aplicando a técnica mista. Nas palavras dela, sua criação faz referência ao “amor (dor) das mulheres que desejam ser mães e não conseguem. Muitas vezes, carregam o seu feminino ferido por não gestar”. “Uma arte que fala, silencia, expressa... ARTE!”, sensibilizou-se Mônica.

Grupo de artistas se reúne em prol da negritude

O grupo Arte e Ancestralidade – que desde 2019 vem atuando em novembro, Mês da Consciência Negra, como um chamamento à causa – é integrado por artistas visuais, poetas e escritores, que se reúnem espontaneamente no exercício de ações que promovam reflexões e interfaces com a sociedade. Contando histórias e apresentando os aspectos culturais, estéticos e religiosos do povo negro, bem como seus costumes, o coletivo busca potencializar a visibilidade afrodescendente e desvelar o conhecimento a respeito das suas origens.

 

Assinada por Mônica Monteiro, Sempre amor é, segundo ela, uma alusão ao amor-dor das mulheres que pretendem ser mães
Divulgação/Redes sociais

 

Serviço

Exposição: O Olhar Feminino sobre a Consciência Negra

Período: Até 28 de fevereiro (terça-feira)

Dias e horários: Segunda-feira a sábado, das 9h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00

Local: Sede do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos (Cepaia/Uneb)

Endereço: Rua do Passo, 4, Santo Antônio Além do Carmo, Salvador – BA

Entrada gratuita e aberta ao público


P. S.: Este jornalista agradece à artista plástica e arte-educadora Mônica Monteiro pela cessão das informações e fotografias necessárias para a elaboração desta matéria.

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