Novo coronavírus já se tornou uma pandemia sem limites

Mais conhecida por Covid-19, doença respiratória transmitida por vírus cujos casos foram a princípio observados na China, se disseminou para diversos países e regiões do planeta, resultando, assim, em um problema sanitário de magnitude incalculável


Com informações do Ministério da Saúde e do vídeo Why fighting the coronavirus depends on you, do portal Vox.com


Coronavírus se refere a uma família de vírus que causam infecções respiratórias agudas, entre elas a Sars
Ilustração: Getty Images

A humanidade vem sendo progressivamente ameaçada pelos efeitos de um novo vírus transmissor de uma infecção respiratória, cujos primeiros registros se manifestaram do outro lado do mundo e cuja estrutura, quando observada ao microscópio, é idêntica a uma coroa. Recentemente, autoridades sanitárias internacionais declararam estado de emergência em função de um surto causado por tal vírus, que acabou se transformando em mais um grave e complexo problema de saúde pública.

O micro-organismo em questão se trata de um coronavírus, família de vírus responsáveis por ocasionar infecções respiratórias de intensidade aguda, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que teve o seu auge epidêmico entre 2002 e 2003. De acordo com o Ministério da Saúde brasileiro, em sua página específica sobre o coronavírus, o novo agente, denominado SARS-CoV-2, foi detectado em 31 de dezembro de 2019, após casos notificados na cidade chinesa de Wuhan, e provoca a doença infectocontagiosa batizada de Covid-19, o novo coronavírus propriamente dito.

Por se tratar de uma doença de baixa letalidade, ao ser comparada com a gripe, dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) registram que 80% dos casos do novo coronavírus são leves. “A maioria dos coronavírus geralmente infecta apenas uma espécie animal ou pelo menos um pequeno número de espécies proximamente relacionadas. Porém, alguns coronavírus, como o SARS-CoV-2, podem infectar pessoas e animais. O reservatório animal para o coronavírus (Covid-19) ainda é desconhecido”, explicou o Ministério sobre a provável origem da infecção por essa espécie de vírus.

No último dia 11, a OMS passou oficialmente a classificar a disseminação em larga escala do novo contágio como pandemia. “Nas últimas duas semanas, o número de casos da Covid-19 fora da China aumentou em 13 vezes”, declarou, na ocasião, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em coletiva na sede do organismo sanitário internacional, em Genebra, na Suíça.

Além de contaminar milhares de habitantes do gigante asiático, que é o país mais populoso do planeta e a segunda maior economia global, causando várias mortes, o novo coronavírus infectou ainda dezenas de pessoas na Coreia do Sul, no Irã, no Japão e em outras nações da Ásia e Oceania, atingindo também os Estados Unidos.

À medida que a Covid-19 vem se propagando em uma magnitude difícil de se mensurar, a doença se expandiu para os demais continentes. Foi nesse cenário que ela invadiu sem precedentes a Europa – atual epicentro da pandemia, com a Itália e, agora, a Espanha ultrapassando a China em número de ocorrências e óbitos, um recorde –, a África e a América Latina, incluindo o Brasil. “Nos dias e semanas que virão, esperamos ver o número de casos, mortes e países afetados crescer ainda mais”, vaticinou Adhanom.

Contágio costuma ocorrer por secreções contaminadas, toque ou aperto de mãos e através de contato com objetos contaminados
Foto: Anthony Kwan/Getty Images

Como a doença é transmitida?

Segundo informações do Ministério da Saúde, “a maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus”.


A transmissão ocorre de um indivíduo para outro, que pode ser de forma continuada, ou por contato próximo – cerca de 2 metros – com uma pessoa que apresente sintomas respiratórios. O contágio costuma se manifestar através de secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse e catarro, do toque ou aperto de mãos, e do contato com objetos ou superfícies contaminados, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.


Os sintomas mais comuns da Covid-19, de natureza predominantemente respiratória e semelhantes a um resfriado, são febre, fadiga (cansaço), tosse, em sua maioria seca (sem produção de secreção), e dificuldade para respirar. Porém, mal-estar, dores e outros sintomas suaves estão entre os sinais que se desenvolvem com modesta frequência entre os pacientes.

Dados coletados na China e compilados pela jornalista Julia Belluz, do portal multimídia estadunidense Vox.com, comprovam que, na maioria das ocorrências, não houve risco de morte. “Em 80% dos casos, as pessoas têm apenas uma doença leve. Mas em 20% dos casos, a doença pode se manifestar de uma forma mais severa, que pode evoluir para uma pneumonia séria, em que pessoas precisam ser hospitalizadas para respirarem com auxílio de aparelhos”, esclareceu, em vídeo publicado no portal no último dia 16.

O estudo ainda demonstra que aproximadamente 1% a 2% dos casos conhecidos de Covid-19 induzem o (a) paciente a óbito. Entretanto, conforme estimativas baseadas em casos confirmados na província chinesa de Hubei – cuja capital é Wuhan – até 11 de fevereiro deste ano, essa taxa é muito mais baixa para jovens e muito mais alta para adultos. “Também parece que pessoas com outras doenças crônicas, às vezes desconhecidas, também têm dificuldade para se curarem desse vírus”, conclui Julia.

Higienizar as mãos com álcool em gel a 70%, entre outros métodos eficazes, auxilia na prevenção da Covid-19
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Formas de prevenção

Para mitigar o risco geral de contrair ou transmitir o novo coronavírus, faz-se necessária a adoção das seguintes precauções:
  • Lavar as mãos frequentemente por pelo menos 20 segundos, usando água e sabão ou sabonete, ou, caso contrário, higienizá-las com gel antisséptico à base de álcool a 70%;
  • Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e com um braço, e não com as mãos. Ao final, descartar o lenço no lixo;
  • Evitar contato físico com outras pessoas se estiver doente, permanecendo em casa até melhorar;
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como utensílios (pratos, talheres, copos, etc.) e toalhas;
  • Evitar aglomerações;
  • Manter os ambientes bem ventilados;
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência, incluindo celulares;
  • Permanecer sempre em casa;
  • Utilizar máscaras cirúrgicas (veja situações abaixo), quando associadas à lavagem frequente das mãos com água e sabão ou sabonete, ou à sua higienização com álcool em gel a 70%. Porém, após usar a máscara, recomenda-se descartá-la em um local apropriado e lavar as mãos;
  • Além das máscaras, profissionais de saúde devem seguir outras medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas, utilizando luvas, avental não estéril e óculos de proteção.
O uso das máscaras se aplica somente nos seguintes casos:
  • Indivíduos que apresentam sintomas respiratórios, como tosse, espirro ou dificuldade para respirar, mesmo quando procuram atendimento médico, para protegerem as pessoas que estão ao seu redor;
  • Pessoas que prestam atendimento àquelas que apresentam suspeita ou confirmação de Covid-19, inclusive familiares;
  • Profissionais de saúde, ao entrarem em uma sala com pacientes ou tratarem um indivíduo com sintomas respiratórios, de acordo com o tipo de atendimento que será prestado.
Tratamento do contágio

Quanto ao tratamento para infecções transmitidas por coronavírus humanos, não há nenhuma forma específica, como medicamentos. Todavia, para a Covid-19, os métodos mais indicados são o repouso e o consumo de água em abundância, além de algumas medidas recomendadas para amenizar os sintomas do contágio, conforme cada situação.

Entre elas, por exemplo, estão o uso de medicamentos analgésicos e antitérmicos, para quem está sentindo dor e febre, o uso de umidificador no quarto do (a) paciente contaminado (a) ou o banho quente, para auxiliá-lo (a) no alívio da dor de garganta e da tosse. O Ministério da Saúde recomenda que, caso haja incidência dos primeiros sintomas, o (a) paciente deve procurar ajuda médica imediata, a fim de confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Se um (a) paciente retornar de viagem a qualquer país ou região que apresente casos confirmados de Covid-19, é fundamental estar atento às suas condições de saúde, principalmente nos primeiros 14 (catorze) dias e intensificar os hábitos de higiene, como lavar as mãos com água e sabão ou sabonete. Além disso, caso apresente sintomas como febre e tosse ou dificuldade para respirar, ele (a) deverá procurar imediatamente um posto de saúde e informar detalhadamente o seu histórico de viagem.

Antes mesmo de a OMS confirmar a epidemia na China, o Brasil já vem adotando medidas de enfrentamento ao surto do novo coronavírus. “
Diante deste cenário, foram realizados boletins epidemiológicos diários, materiais para a vigilância, instruções de procedimentos da doença e fortalecimento da rede laboratorial. Além disso, foi criado um site para esclarecer as dúvidas da população e de profissionais de saúde”, afirmou o Ministério da Saúde, em um livreto informativo contendo perguntas frequentes a respeito da doença.



Aplicativo recém-lançado pelo governo permite ao usuário encontrar várias informações focadas na doença
Imagens: Reprodução/Google Play Store


Plataforma digital alerta população

Com o intuito de conscientizar a população brasileira sobre a Covid-19, mediante informações confiáveis e objetivas, bem como ajudar a evitar a propagação do contágio, foi desenvolvido o aplicativo Coronavírus-SUS.

Disponível para smartphones com sistemas operacionais Android (onde pode ser baixado através da Google Play Store) e iOS (por meio da App Store), a plataforma recém-lançada permite ao usuário encontrar informativos úteis sobre a doença, um mapa indicando unidades de saúde mais próximas de sua residência, checklist de sintomas e área de notícias oficiais do Ministério da Saúde com foco no coronavírus.

Coronavírus sem fake news


A pasta também disponibilizou um canal no WhatsApp, denominado Saúde sem Fake News, visando a alertar e esclarecer a população no combate à disseminação de notícias falsas – as fake news – acerca do tema coronavírus.

Por meio do número (61) 99289-4640, qualquer pessoa poderá enviar gratuitamente mensagens para apuração pelas áreas técnicas do Ministério, incumbidas em responder oficialmente se são verdade ou mentira. Essas mensagens apresentam imagens ou textos que os cidadãos tenham recebido das redes sociais para verificar se a informação procede, antes de continuar compartilhando.

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