Carne bovina fortificada é mais saudável do que a comum
Desenvolvido
por pesquisadores da USP, novo alimento apresenta teores elevados de vitamina E,
selênio e gordura insaturada, o que reduz o nível de colesterol na dieta humana
Com
informações do Jornal Hoje e do
portal G1 Araraquara e São Carlos

Por
ter selênio em sua composição, carne saudável ajuda a fortalecer a imunidade
(Foto:
Reginaldo dos Santos/EPTV)
Pesquisadores
da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São
Paulo (USP), em Pirassununga, interior do estado, desenvolveram uma carne
bovina mais saudável e rica em vitaminas e minerais, além de possuir baixo teor
de colesterol. O estudo demonstrou que, após os bois comerem rações contendo
esses nutrientes, a carne fortalece a imunidade do organismo.
Num
período de três meses, os animais ingeriram quatro tipos de ração – uma à base
de óleo de canola, outra obtida através da mistura de vitamina E com outro
antioxidante, o mineral selênio, e a terceira, enriquecida com as três
substâncias. No entanto, um grupo reservado de bois comeu apenas a ração
tradicional, preparada com milho e soja.
Depois
do abate dos gados, as amostras de carne foram analisadas em laboratório e o
estudo atingiu resultados satisfatórios, comprovando um produto mais benéfico para
a saúde. “Houve a redução do colesterol na carne e nós esperamos que esse mesmo
processo aconteça com os idosos que irão consumir o alimento”, argumentou a
pesquisadora Lísia Bertonha, da USP, ao portal G1.
O
professor Marcus Antônio Zanetti afirmou à reportagem do Jornal Hoje, da TV Globo, exibido na última terça-feira (4), que houve também uma elevação na
quantidade de selênio, que passou a ser seis vezes maior do que na carne comum.
Além disso, de acordo com o pesquisador, o teor de vitamina E na carne
fortificada aumentou quatro vezes mais.
A
ideia da pesquisa, para Zanetti, foi reduzir o percentual de gordura saturada,
que auxilia no aumento da lipoproteína de baixa densidade (LDL), o chamado
colesterol ruim, e pode ocasionar doenças cardiovasculares, e elevar o teor de
gordura insaturada através do consumo do óleo de canola. “Aumentamos também o
teor de ômega 4 na dieta, e paralelo a isso, elevar o nível de selênio e
vitamina E, dois importantes antioxidantes”, declarou.

Amostras
do produto foram analisadas em laboratório, atingindo resultados eficazes
(Foto:
Reginaldo dos Santos/EPTV)
Melhor para a saúde do idoso
Finalmente,
o estudo ainda avaliou os efeitos da nova carne bovina na dieta do homem. Num
asilo da cidade de Leme, vizinha a Pirassununga, os idosos a degustaram três
vezes por semana, durante três meses, e aprovaram o sabor do alimento. “É mais
gostosa, (tem) um paladar que chama
atenção”, comentou um deles, em depoimento ao Jornal Hoje.
Os
pesquisadores, ao diagnosticarem o sangue dos idosos, concluíram que o nível de
colesterol diminuiu 13%, além de encontrarem uma alta concentração de selênio,
o que é vantajoso para o organismo. “Doenças inflamatórias podem ser evitadas, (o mineral) melhora a imunidade dos
idosos e também existem algumas pesquisas que estão comprovando que pode até
reduzir o câncer em longo prazo, já que ele combate os radicais livres”, frisou
Lísia Bertonha.
Segundo
Marcus Antônio Zanetti, o alimento recém-desenvolvido ajuda a suprir a ingestão
diária recomendada (IDR) do mineral. “Um bife de 100 gramas seria mais que o suficiente
para que o indivíduo atingisse as suas necessidades diárias totais de selênio”,
disse o professor da USP.
A
carne saudável, afirmam os responsáveis pelo estudo, dura pelo menos um dia a
mais na geladeira, se for comparada à carne convencional. O produto já atraiu o
interesse de alguns frigoríficos, porém ainda não há previsão de quando ele começará
a estar disponível no mercado.
Comentários