Reunião aborda os direitos da pessoa com deficiência
Sob
a coordenação de uma psicóloga, membros do grupo de trabalho dialogaram a
respeito do segmento em diferentes temáticas
Da
esquerda para a direita: Catarina Soares, Valter da Mata Filho, Márcia Araújo,
Renan Vieira e Lumena Aleluia
Grupo
tem como objetivo geral estar em consonância com a área psicológica, no que se
refere aos cuidados e à defesa dos direitos da PcD
(Foto: Hugo Gonçalves)
O Conselho Regional de Psicologia
da 3ª Região (CRP-03), por intermédio do Grupo de Trabalho de Psicologia e
Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (GTPcD), está realizando
semanalmente, até dezembro, suas reuniões ordinárias. Na quinta reunião, ocorrida
na noite desta terça-feira (23), no auditório da sede do órgão, na Federação,
os membros do grupo discutiram, na perspectiva dos direitos humanos, o papel do
psicólogo na reabilitação das pessoas com deficiência (PcD).
Coordenadora do grupo de
trabalho, a psicóloga Márcia Araújo explicou que, após anos de prática
profissional, seus colegas de ofício também participam das discussões,
problematizações, políticas públicas, reivindicações e dialogizações tocantes
ao segmento dos deficientes, “sujeitos esses que se constituem como seres
humanos de direito, mas que carregam consigo um longo passado de violações, e
sobre os quais muitos ainda acreditam que sejam sujeitos inimputáveis”.
De acordo com Márcia, o GT tem
como objetivo geral estar em consonância com a categoria, sensibilizando-a
sobre a importância do papel e da prática profissional da Psicologia, no que se
refere aos cuidados e à defesa dos direitos da PcD. Enquanto ambiente de
diálogo, reflexão, mobilização e sensibilização com organizações governamentais
e não-governamentais (ONGs), sociedade civil, órgãos de controle social,
comunidade, profissionais e estudantes em geral, o grupo é um espaço aberto e
democrático, propiciando a reflexão social, política e científica em
Psicologia.
“Nossa proposta de trabalho
posiciona-se com um novo olhar para as PcD, a partir de uma atuação que adote a
perspectiva deste segmento como um sistema complexo e considerando sua
constituição sócio-histórica, cultural, educacional e linguística, bem como as
relações de poder inerentes a tal, como temas transversais na construção da
identidade e no fortalecimento emocional das PcD”, ponderou a coordenadora do
GTPcD.
A reunião de ontem consistiu
na leitura e na interpretação do texto da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência, e na introdução de alguns temas de suma relevância
para o segmento. Entre os assuntos abordados, os integrantes do GT esclareceram
a questão da acessibilidade, o mercado de trabalho e a sensibilização dos
empresários frente às ações que podem contemplar as peculiaridades das pessoas
que apresentem algum tipo de deficiência.
“Trouxemos também as ações
da superintendência (estadual) que
atua na defesa dos direitos da pessoa com deficiência, e agora estamos
introduzindo o papel do psicólogo nesse contexto de atuação”, disse a psicóloga
Lumena Aleluia, um dos membros fundadores do GT. Além de Lumena, participaram
do debate outro membro fundador, Renan Vieira, o presidente do CRP-03, Valter
da Mata Filho, a integrante do Grupo de Trabalho de Psicologia e Relações
Raciais (GTPRR), Dila França, e a estagiária de Psicologia da Secretaria da
Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Catarina Soares.
Da
esquerda para a direita: Catarina Soares, Márcia Araújo e Lumena Aleluia
Entre
os temas abordados na reunião, membros do GT esclareceram a questão da acessibilidade,
o mercado de trabalho e o papel do psicólogo
(Foto: Hugo Gonçalves)
Norte para a profissão
Segundo Mata Filho, o CRP-03
gira em torno da orientação e da fiscalização profissional. “Nossa presença nesse
grupo de trabalho é importante para nortear a atuação profissional dos
psicólogos e de outros profissionais que podem se espelhar de documentos que
nós podemos produzir no atendimento e no acolhimento às pessoas com deficiência
que possuem especificidades”, disse.
Os membros do GTPcD
afirmaram ainda que, para piorar a situação dos deficientes em Salvador, não há
nenhum organismo encarregado das políticas públicas de direitos da pessoa com
deficiência em nível municipal, o qual fica sob a responsabilidade de uma
superintendência do governo estadual, vinculada à SJCDH.
Embora seja integrante do GTPRR,
a psicóloga Dila França se juntou à quinta reunião ordinária do GTPcD. “Eu
estou participando aqui do GT, porque a temática das pessoas com deficiência
também tem ligação com a temática das relações raciais, tendo em vista que
muitas pessoas com deficiência têm como um de seus aspectos a cor negra ou a
cor indígena. Então é algo para a gente discutir de modo interdisciplinar”,
enfatizou.
Dila destacou que os
diferentes grupos de trabalho pertinentes ao conselho, por possuírem eixos
temáticos diversos, têm como dinâmica agir de forma integrada. Valendo-se desse
princípio, os grupos estão promovendo e efetuando diálogos multidisciplinares,
com o propósito de discutir questões inerentes aos direitos humanos com
interface junto à Psicologia.
“Consideramos o Sistema
Conselhos de Psicologia do Brasil (Federal
e Regionais) como um espaço que possibilitará as proposições do GTPcD, onde
deixaremos velhas práticas medicamentosas e propomos uma nova era, onde a PcD
passa a ser vista do seu jeito, inserida em um sistema complexo que deve ser
preservado na sua natureza mais genuína, que é nas suas diferenças”, certifica
Márcia Araújo.
Dila
França: “Muitas pessoas com deficiência têm como um de seus aspectos a cor
negra ou a cor indígena”
(Foto: Hugo Gonçalves)
Serviço
Evento:
Reuniões ordinárias do Grupo de Trabalho de Psicologia e Defesa dos Direitos da
Pessoa com Deficiência (GTPcD)
Período
e horário: Todas as terças-feiras, até dezembro de 2013, das 18:30
às 21 h
Local:
Auditório da sede do Conselho Regional de Psicologia (CRP)
Endereço: Rua
Professor Aristides Novis, 27 – Federação
Informações:
(71)
3247-6716 / (71) 3332-6168 / (71) 8894-7411 / www.crp03.org.br
/ crp03@crp03.org.br
Comentários
Me conte como anda esse jornalismo.
Gostei das matérias, principalmente a do Mixto Quente. hahahaha.
Abração!
Weslei Gomes
Estudante do 6° semestre de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo (Unijorge).
(71) 9286-2411/3351-4781
Estou atuando, desde abril, como colaborador de uma ONG, o Centro de Estudos Culturais Linguísticos Surdos (Ceclis), que tem como uma das coordenadoras a psicóloga Márcia Araújo, de quem fui paciente durante a minha infância. Nessa entidade, sou repórter, cobrindo eventos vinculados à temática dos deficientes auditivos, porém a função - por enquanto - não é remunerada.
Neste blog há seis matérias abordando esses eventos.
Atenciosamente,
Hugo Gonçalves
Vou dar uma olhada nas matérias e mostrar a minha namorada, ela certamente vai se interessar. Ela faz psicologia na UFBA.
Quanto a grana, uma hora você começa a receber, geralmente as ONG's enfrentam uma dura realidade nas finanças e é preciso se preparar para determinadas situações, como a contratação de novos colaboradores.
Você me mandou o convite pro Linkedin, mas eu nem tenho, dessas redes sociais só uso o Facebook mesmo.
Abração!
Weslei Gomes
Estudante do 6° semestre de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo (Unijorge).
(71) 9286-2411/3351-4781
http://umtompracantar.blogspot.com.br/
abs
Patrícia Moraes - Coordenadora dos cursos de Comunicação Social da Unijorge