A ressurreição carlista
ACM ao lado de ACM Neto nas eleições de
2006. Enquanto o carlismo governou a Bahia por 16 anos, o neto do ex-governador
e ex-senador o ressuscitou no plano municipal
(Foto: Dida Sampaio/Agência Estado - 1º/10/2006)
Bastou
um brevíssimo intervalo temporal para que o querido estado da Bahia fosse arrasado
por um colapso que atingiu seus vernizes e seus signos identitários, sistematicamente
resumidos por aquilo que denominamos de baianidade. A superação de uma crise
complexa pela qual nossa terra passava, acreditavam, só poderia ser equacionada
pelas obras e iniciativas de um corajoso político que a amava e a adorava eternamente.
Utilizando-se
do célebre mote Ação, Competência e Moralidade, constituído pelas iniciais do
seu nome, Antônio Carlos Magalhães foi, com certeza, um dos mais notórios
homens públicos do país na contemporaneidade. O líder da tendência batizada de
carlismo, ex-deputado, ex-prefeito, ex-governador, ex-ministro e ex-senador, lógico,
trabalhou com maestria para que os baianos restituíssem sua glória, sua
luminosidade, sua prosperidade e seu status.
Era
o ano de 1990. Posteriormente à sua despedida do Ministério das Comunicações,
pasta que ele ocupava durante toda a gestão do então presidente José Sarney, atual
senador, com quem havia efetuado uma perpétua amizade de mais de meio século,
ACM manifestou-se publicamente favorável a seu retorno ao governo da Bahia,
pela legenda do Partido da Frente Liberal, o PFL, agora renomeado Democratas,
DEM.
Sua
imagem positiva de salvador do estado em que viveu, mancomunada com o bem-sucedido
papel da mídia, especificamente da atividade dos marqueteiros, colaborou no
altíssimo desempenho de ACM nas pesquisas eleitorais daquele ano. Foi a partir daquela
campanha que saiu o jingle magistral armazenado
até hoje na lembrança de todos nós: ACM
meu amor, de Gerônimo e do saudoso Vevé Calazans, excepcionais cantores e compositores.
Os singelos versos da canção nos trazem saudade, em particular para os simpatizantes da
corrente carlista e do seu lendário expoente, que veio a óbito em 2007: “Você se lembra de mim / Eu nunca vi você
tão só / Ó meu amor, ó meu xodó / Minha Bahia // Tá faltando homem, doutor / Que saiba governar / Com força e coragem,
doutor / Pra realizar / Ninguém fez o
que você fez / E o povo consagrou // A, ACM meu amor / Quem gosta da Bahia,
quer / A, ACM meu amor.”
Ao
derrotar adversários – como o também ex-governador e ex-ministro Roberto
Santos, do PMDB, a então deputada federal comunista Lídice da Mata, o empresário
Luiz Pedro Irujo, do PRN (por sinal, o mesmo partido do presidente do Brasil na
época, Fernando Collor), e o petista José Sérgio Gabrielli, hoje secretário
estadual do Planejamento –, ele foi eleito no primeiro turno, com mais de um
milhão de votos de dianteira. Foi o prelúdio de uma sequência ininterrupta de
quatro vitórias do seu grupo, encerradas em 2002.
O
resultado esmagador viabilizou a recondução do homem carismático que havia
tomado as rédeas da Bahia e do seu querido povo, por duas vezes, quando nossa pátria estava sob o rígido controle das Forças Armadas. Empossado em cerimônia pomposa em 15 de março de 1991, com mandato até 1994, ACM prometeu pôr um ponto final à estagnação do nosso território, cheio de magias, mistérios, tesouros e belezas naturais de norte a sul. E, com o respaldo da nossa gente, cumpriu as promessas de resgate da baianidade.
Mas os problemas não foram subitamente amenizados. Além da ação, da competência e da moralidade, seus qualificativos absolutos, os governos de ACM e de seus sucessores, entre 1991 e 2006, tiveram um ingrediente essencial: planejamento de longo prazo, engrenagem para que a máquina institucional funcionasse com precisão, para, enfim, retornar a progredir administrativa e financeiramente o estado.
Contudo, o carlismo, sem nenhum representante no poder nos últimos anos, ressuscitou das cinzas como Fênix há nove meses, através do seu principal herdeiro, ACM Neto, o mais jovem prefeito de Salvador, ambicionando recompô-la, reestruturá-la e reconfigurar a feição urbanística da capital baiana. Por termos orgulho de sermos baianos, queremos que nossa cidade, berço do processo civilizatório brasileiro, se desenvolva com a cooperação de um povo laborioso e feliz.
Mas os problemas não foram subitamente amenizados. Além da ação, da competência e da moralidade, seus qualificativos absolutos, os governos de ACM e de seus sucessores, entre 1991 e 2006, tiveram um ingrediente essencial: planejamento de longo prazo, engrenagem para que a máquina institucional funcionasse com precisão, para, enfim, retornar a progredir administrativa e financeiramente o estado.
Contudo, o carlismo, sem nenhum representante no poder nos últimos anos, ressuscitou das cinzas como Fênix há nove meses, através do seu principal herdeiro, ACM Neto, o mais jovem prefeito de Salvador, ambicionando recompô-la, reestruturá-la e reconfigurar a feição urbanística da capital baiana. Por termos orgulho de sermos baianos, queremos que nossa cidade, berço do processo civilizatório brasileiro, se desenvolva com a cooperação de um povo laborioso e feliz.
Confira, a seguir, um vídeo especial mostrando os bastidores da construção da campanha eleitoral que reconduziu ACM ao governo da Bahia, em 1990.
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