Retrospectiva: Gaby Amarantos apresentou o tecnomelody para o Vídeo show em 2010
Já famosa como a “Beyoncé do Pará”,
cantora, cuja música toca na abertura da novela das sete, explicou em detalhes o
gênero e seus elementos que fazem dele a identidade regional amazônica
Um dos elementos
indispensáveis do som que Gaby e outros artistas executam é a típica aparelhagem
de Belém
(Foto: Divulgação)
Com
seu álbum de estreia, Treme, literalmente
vazando no mercado, a onipresente Gaby Amarantos empresta seu lindo dom da voz ao tema
de abertura da novela das 19 h, Cheias de
charme, da TV Globo. O folhetim, que narra o cotidiano das empregadas
domésticas Penha (Taís Araújo), Cida (Isabelle Drummond) e Rosário (Leandra
Leal), serviçais da cantora de eletroforró Chayene (Cláudia Abreu), abre com a
interpretação da paraense para Ex mai love, cuja ritmicidade adquire influências da conterrânea banda Calypso.
Dois anos
antes de a musa do tecnomelody, tendência musical nascida em seu estado, ganhar
uma canção em uma produção teledramatúrgica, ela figurou como repórter por um
dia exclusivamente para o programa vespertino global Vídeo show. Na edição datada de 20 de setembro de 2010, Gaby, direto
de Belém do Pará, explicou os elementos substanciais do gênero genuinamente
amazônico, merecendo destaque para as aparelhagens.
Ela iniciou a
matéria dizendo que o movimento, que além de febre na Amazônia já ultrapassou
as fronteiras, tocando até no exterior, tornou-se conhecido no Brasil inteiro através
do DVD Tecnomelody Brasil, lançado
pela gravadora Som Livre, braço fonográfico das Organizações Globo. Seu
repertório, segundo a cantora, incluía números de “uma série de artistas
incríveis”, como a banda Tecno Show, que ela comandava, e uma constelação de nomes secundários, coadjuvantes, pouco consagrados
nacionalmente: Quero Mais, Fruto
Sensual, Xeiro Verde, Bruno e Trio e o cantor Jurandir.
Entenda o que é uma aparelhagem
“Essa
música maravilhosa não seria nada se não fossem elas: as poderosas, as
tecnológicas aparelhagens”, enfatizou Gaby Amarantos, que àquela altura já fazia
jus à sua alcunha “Beyoncé do Pará” pelo seu criativo talento, que vislumbra nitidamente o equivalente ao da
popstar americana. Alguém tem ciência do que são as aparelhagens,
cujo som que emana delas leva o povo ao delírio?
Fala, Gaby: “Uma
aparelhagem é um grande sound system,
uma grande equipe de som. São caixas monumentais, onde a gente tem uma cabine
que tem um dos DJs que comandam a festa. São aquelas aparelhagens de Belém com
todos os efeitos, eles soltam fogos, têm telões de LED (do inglês light emitting diode,
diodo emissor de luz, um método que irradia
a luz em locais e instrumentos onde não há lâmpada)”.
Sobre o
tecnomelody, ela o observou como a primeira música eletrônica de identidade da
Amazônia, misturando batidas eletrônicas com atributos regionais, a exemplo do folclore
local caracterizado pelo carimbó. “Ele é cheio de sintetizadores, de samplers, de efeitos, de vinhetas; é uma
música muito eletrizante”, apontou. “Hoje em dia, na Europa, se fala muito em
tecnomelody. No Brasil, as pessoas estão começando a conhecer e a sentir essa vibração
dessa música nova, que é produzida em Belém do Pará, aonde não se imaginava que
fosse se encontrar tanta tecnologia”, descreveu acerca da penetração do ritmo.
O inventivo gênero,
sensação nacional dos últimos tempos, conta com as criatividades atribuídas aos
produtores, aos DJs e aos próprios cantores, além de despertar a curiosidade de
quem curte as canções inovadoras. Uma informação adicional: ex-coreógrafa, Gaby
sugere distintas formas de dançá-las. “E você pode dançar junto, você pode
dançar solto, separado, você dança com coreografia”. Ela encerrou a matéria dedicando-a
a André Marques, um dos apresentadores do Vídeo
show, e entoando um trechinho da música que a consagrou nacionalmente: Hoje eu tô solteira, versão em português
para Single ladies, de Beyoncé, com
direito aquela célebre coreografia.
Assista à matéria no vídeo abaixo:
Comentários