A Assembleia é a face de uma Salvador pós-moderna
Fachada (acima) e detalhe do interior a partir da ala oeste (abaixo) do Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, edifício-sede da Assembleia Legislativa da Bahia
(Fotos: Hugo Gonçalves - 26/11/2010)
Ao perceber a majestosa concretude piramidal materializada numa zona bem distante ao Centro antigo de São Salvador, simpatizo bastante com ela arquitetonicamente. O atual edifício-sede da Assembleia Legislativa da Bahia, no Centro Administrativo da Bahia (Cab), foi inventado, concebido e edificado conforme técnicas pós-modernas de engenharia civil.
Inaugurado no primeiro dia do mês de março do ano de 1974 pelo saudoso Antônio Carlos Magalhães, em seu primeiro governo estadual, a construção é, na minha opinião, um marco da arquitetura contemporânea local e nacional por utilizar majoritariamente concreto armado que, apesar de ser a matéria-prima-símbolo dos edifícios da década de 1970, é um elemento ímpar, empregado até o presente.
Parcialmente sacrificada por um fatídico incêndio em 21 de novembro de 1978, inclusive o acervo e os famosos painéis de Carybé e de Carlos Bastos, a sede da Assembleia, então com apenas quatro anos de inaugurada, foi devolvida novamente em 1º de março de 1980, na segunda gestão estadual de ACM. Seu presidente era o então deputado Rosalvo Barbosa Romeu, do recém-fundado Partido Democrático Social (PDS), que substituiu a Aliança Renovadora Nacional (Arena) quando o pluripartidarismo foi restaurado no Brasil, contudo, controlado no governo do general João Figueiredo, último presidente do ciclo militar.
O fascinante edifício de quatro pavimentos recebeu a denominação atual - Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães - por ocasião do falecimento do ex-deputado estadual e federal, em 21 de abril de 1998.
Equilíbrio, coerência e simplicidade: esses são os qualificativos da gigante pirâmide erigida em aço, concreto armado e vidro, que abriga todas as deliberações do povo baiano, contígua a um dos eixos de conexão entre a antiga e a nova Salvador, a aniversariante de amanhã. Parabéns, Salvador, pelos seus 462 anos de existência como capital de um estado receptivo, hospitaleiro, acolhedor e criativo.
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