A dengue tem que ser combatida

Como vivemos num país de clima essencialmente tropical, estamos suscetíveis à rotineira proliferação do Aedes aegypti, a espécie do mosquito transmissor do vírus causador de uma doença infecciosa febril aguda, denominada dengue. O mosquito, comum em zonas urbanas tropicais e subtropicais, começou a ser erradicado no Brasil na década de 50, mas pouco tempo depois ele retornou, vindo dos países onde não foi combatido plenamente.

Existem dois tipos distintos de dengue, um dos expansivos problemas mundiais de saúde pública, de acordo com seu nível de gravidade. A patologia que se manifesta suavemente, repentinamente, é a clássica, entretanto a hemorrágica é a forma mais severa da doença, cujas consequências são drásticas. Todas elas estão estreitamente subordinadas ao clima e à temperatura da região onde o Aedes aegypti é germinado.

Febre com elevadas temperaturas, ultrapassando o limite de 38 graus, cefaleia - a popular dor de cabeça -, dores moderadas nos olhos e no corpo, desânimo, resfriado e manchas avermelhadas na pele podem ser sinais examinados no tipo clássico. Ele persevera por aproximadamente cinco dias, melhorando progressivamente seus sintomas em dez dias, porém não provoca morte por ser súbito, espontâneo e de breve duração.

Segunda e mais letal classificação da enfermidade, a hemorrágica, a princípio, é idêntica à clássica quanto aos seus sintomas. No entanto, com sua dinâmica evolução, sangramentos e choques no nosso organismo começam a ser apresentados em alguns pacientes. Os impactos corporais são causados devido às alterações da permeabilidade capilar e ao extravasamento intensivo do plasma, que atinge o coração, o pulmão, o fígado, os rins e outros órgãos.

A dengue hemorrágica difere da clássica ao surgir inúmeros sintomas, sendo os mais comuns dores abdominais, vômitos, sede excessiva, distúrbios respiratórios, pele pálida, fria e úmida, sonolência, perda de consciência e até insuficiência circulatória. Distúrbios neurológicos também podem ser frequentes. Convém frisar que o paciente com dengue hemorrágica, por ter vulnerabilidade ao óbito, necessita sempre de acompanhamento médico adequado nas unidades de saúde.

Para amenizar os efeitos das duas formas patológicas, o paciente deve conter a desidratação, ingerindo líquido em grande quantidade. Os medicamentos recomendados para o tratamento de uma das pestes tropicais são o paracetamol e a dipirona sódica. Se o paciente usar alguma medicação não condizente com os seus sintomas, como anti-inflamatórios à base de ácido acetilsalicílico (aspirina e AAS), prováveis riscos de hemorragias podem aumentar.

A prevenção da dengue deve ser feita combatendo, nas residências, os focos de acúmulo de água. Embalagens, reservatórios, latas, latões, pneus antigos, sacos e copos plásticos, lixeiras, vasos de plantas, tambores, garrafas, tampas de refrigerante e cisternas são locais onde as larvas e os ovos do mosquito transmissor são depositados. Ao invés da água parada acumulada, aplicar areia nos recipientes e outros objetos é uma maneira exemplar de nos proteger da dengue.

Sabemos que é possível e indispensável controlar a dengue, apesar de ser uma enfermidade difundida mundialmente e de complicada prevenção. Enquanto agentes comunitários itinerantes de saúde estão colaborando domiciliarmente nesta luta, moradores estão fazendo sua parte nas suas casas descobrindo alternativas capazes de impedir a proliferação do Aedes aegypti. Repor os líquidos perdidos e repousar em casa são tarefas imprescindíveis visando conter os sintomas.

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