Ansioso pelo verão
No alvorecer das minhas prolongadas férias de verão, que terminarão em fevereiro, estou ansioso em usufruir do meu doce e plácido ócio, ouvindo os novos sucessos para o próximo Carnaval, tanto cá quanto lá no meu bucólico recanto de veraneio. Ficarei demasiadamente excitado ao curtir as deliciosas vozes das cantoras de axé – Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Elaine Fernandes, Alinne Rosa, Larissa Luz, Cláudia Leitte – e as sonoridades interpretadas pelos representantes masculinos do rentável movimento musical – Saulo Fernandes, Bell Marques, Denny, Tomate, Durval Lelys e Tuca Fernandes. Ouvindo os timbres dos cantores exemplificados acima, nas ondas eletromagnéticas de radiofrequência e em compact discs, sonharei em um dia estarem ao lado deles.
A audição das últimas notícias cotidianas da Bahia, convertidas em canções por compositores e produtores com o objetivo de serem publicizadas e mercantilizadas, fomenta as dinâmicas física e emocional. O núcleo dos meus sentimentos, o infatigável coração, está 24 horas pulsando em mim à procura de novas expectativas para o meu verão, como o duradouro veraneio em família na ilha de Itaparica, uma noite de ensaio da Timbalada, além da minha corporeidade durante a curtição das músicas de axé que penetrarão no gosto popular no momento sucessivo à Quarta-Feira de Cinzas. Por enquanto, interagir com astros do axé, só no meu psicológico...
Superproduções anuais que precedem o nosso áureo Carnaval, tais como o Festival de Verão Salvador, os ensaios da Timbalada, do Araketu, os Saraus du Brown, entre outras, custam um preço exorbitante, ultrapassando até o limite mínimo de R$ 100. Dentre essas opções mencionadas, a que eu tenho mais afinidade, mais sinergia, é o espetáculo timbaleiro. Uma das minhas corajosas e exaltadas ambições na estação mais quente do ano é comparecer a essa atração percussiva no Museu du Ritmo, no Comércio em franco processo de revitalização. Cumprirei em definitivo, em qualquer domingo de janeiro, essa tão desejada aspiração, obstinação que surgiu desde o ano passado quando prometi, prometi, prometi, mas não cumpri a minha antiquada promessa.
Para sanar o gradual e inexorável decréscimo na minha mesada, ocasionado pelo pagamento desnecessário de mercadorias e serviços em volume significativo, controlarei os meus gastos poupando cédulas vermelhas de R$ 10 (a arara) e marrons de R$ 20 (o mico-leão-dourado). Quero fazer valer meu direito de dançar ao som dos valentes timbaus e dos demais instrumentos percussivos, revestidos pela performance vocal de um cantor e compositor oriundo de projeto socioeducativo, que atende pela simples alcunha de Denny, forma americanizada de um nome de batismo semi-impronunciável. Espero que esse prometido seja solidificado no meu racional e no meu emocional. Vou esperar janeiro chegar para me juntar a uma multidão de "loukos por Timbalada", mote de divulgação do evento.
Minha tarefa primordial nesta divertida sazonalidade, como um tranquilo, responsável, paciente e seguro andarilho urbano, será uma visita agendada nos estúdios da Rádio Transamérica FM 100,1, nesta quinta-feira 9! Já terei um anseio amplificadamente especial em conhecê-los, no fim de linha do bairro da Federação, próximo à TV Aratu! Ambiciono e quero conhecer minha locutora radiofônica favorita, uma loira positiva que eu tenho uma sincera simpatia e apreciação, cujo timbre vocal energético me anima, me excita e me enche de prazer. O nome dela é Michely Santana! Todos os domingos, como de praxe, ouço o enérgico desempenho de Michely no melhor dial do rádio jovem baiano, conduzindo competentemente o programa Transfolia.
Exprimo essas prováveis ambições, ânsias e previsões para, em breve, gozar delas e aquinhoá-las. Tenho plena obviedade de que meu verão seja o melhor entre todos que eu vivi, um verão completamente diferente, absurdamente descolado e orgulhosamente decente. Onde eu irei passar o Carnaval? Há controvérsias, por parte dos nossos concidadãos, a respeito das suas condições de abrigo na semana da maior festa de rua do planeta. Para mim, mais uma vez, repousarei no meu bendito refúgio insular, em Itaparica, ouvindo os sucessos quentes tanto nas estações radiofônicas quanto nos canais de televisão.
Exprimo essas prováveis ambições, ânsias e previsões para, em breve, gozar delas e aquinhoá-las. Tenho plena obviedade de que meu verão seja o melhor entre todos que eu vivi, um verão completamente diferente, absurdamente descolado e orgulhosamente decente. Onde eu irei passar o Carnaval? Há controvérsias, por parte dos nossos concidadãos, a respeito das suas condições de abrigo na semana da maior festa de rua do planeta. Para mim, mais uma vez, repousarei no meu bendito refúgio insular, em Itaparica, ouvindo os sucessos quentes tanto nas estações radiofônicas quanto nos canais de televisão.
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