Palestra discute marketing político

Especialista explicou o processo de elaboração de campanhas políticas e a sua influência na vida de cada eleitor em palestra no segundo dia do IV Interculte

"As eleições vêm aí. O eleitor, não." Essa frase sinaliza à população brasileira que a hora de votar nos candidatos de sua preferência, que será o grande momento decisivo para a nossa democracia, está se aproximando. Daqui a um ano, serão realizadas eleições para presidente da República, governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, senadores (2 vagas para cada estado), deputados federais e deputados estaduais. Os preparativos para a campanha eleitoral, entretanto, já começaram, com as escolhas dos pré-candidatos a presidente e a governador e as negociações partidárias.

Pensando nisso, a professora Juliana Mousinho, coordenadora dos cursos de Tecnologia em Gestão do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), ministrou, ontem à noite, a palestra "Marketing político e planejamento de campanha eleitoral" dentro do IV Encontro Interdisciplinar de Cultura, Tecnologias e Educação (Interculte), no campus da instituição. O relacionamento de Juliana com o marketing político se iniciou ainda adolescente, em 1992, no comitê da juventude da campanha que elegeu Lídice da Mata, então no PSDB, prefeita de Salvador. Mais tarde, transferiu-se para Alagoas, onde trabalhou nas campanhas que elegeu e reelegeu Ronaldo Lessa (então no PSB) governador, em 1998 e 2002, respectivamente.

O tema central da palestra foi o marketing político, conjunto de técnicas e procedimentos para avaliar aspectos psicológicos e emocionais do eleitorado, conquistando a simpatia popular do candidato. Basicamente, ele é centrado nas imagens dos candidatos e dos seus partidos, nos aspectos psicológicos dos eleitores e no acompanhamento de todo o processo eleitoral.

Um bom marqueteiro deve adquirir conhecimentos confiáveis sobre o eleitor, dividir o eleitorado em grupos (região, comunidade, faixa etária, entre outros), definir as formas de comunicação em função do tamanho do eleitorado, do tempo disponível e do perfil dos segmentos e associar a imagem do candidato à mensagem e à expectativa do eleitor.

Como chegar a uma boa campanha

A elaboração de uma campanha eleitoral é dividida em sete etapas. Na primeira fase, são feitas pesquisas com análise de informações, montagem dos cenários (positivo e negativo) e levantamentos de todos os dados possíveis sobre os candidatos. As pesquisas de opinião são comumente classificadas em quantitativas e qualitativas. Entre os instrumentos de participação popular mais utilizados para construir a plataforma eleitoral de um candidato estão os comitês, os comícios, as passeatas e as tendas.

Os programas do horário eleitoral gratuito, que abrem oficialmente as campanhas, começam geralmente na segunda quinzena de agosto e terminam no final de setembro ou início de outubro, na quinta-feira anterior às votações. Eles apresentam forte impacto ao eleitor, pois neles são exibidos a trajetória biográfica, profissional e política de cada candidato, seus programas de governo e suas propostas. É também nesse período que se realizam os debates no rádio e na televisão, sempre com a presença do público, esperançoso na vitória do seu concorrente preferido.

Além disso, Juliana Mousinho relembrou o polêmico confronto entre Fernando Collor de Mello (PRN) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 1989, as primeiras realizadas após 29 anos de jejum imposto pela ditadura. Para que o primeiro vencesse aquele pleito, a Rede Globo trabalhou constantemente a imagem do jovem de corpo atlético, praticante de cooper, piloto de ultraleve e de jet-ski, com fama de "caçador de marajás" e "salvador da pátria". A vitória de Collor foi atribuída, portanto, à construção da sua imagem pela imprensa.

Juliana ainda destaca a grande expectativa em relação às eleições de 2010: "Eu acho que vai ser um momento de muita competição e o papel do PMDB vai ser fundamental nisso. Vai ser um momento importante também para que o governo Wagner possa ser avaliado pelo povo baiano".

Para refletir:

"A CAMPANHA NÃO ACABA COM O FIM DO HORÁRIO ELEITORAL.
A CAMPANHA SÓ ACABA COM A CONTAGEM DO ÚLTIMO VOTO."

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