Análise antropológica das músicas de rock nacional
A seguir estão duas letras de música que eu analisei e discuti antropologicamente. A primeira letra trata-se de um sucesso na voz de uma das principais musas do samba-funk-rock, Fernanda Abreu, tendo como coautor o antropólogo Hermano Vianna, irmão de Herbert; e a segunda é uma música do grupo O Rappa. Ambas possuem um forte conteúdo socioantropológico-cultural, refletem e valorizam a identidade e a diversidade culturais brasileiras.
Brasil é o país do suingue
Fernanda Abreu (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett, Laufer e Hermano Vianna, 1995)
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo pulando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar
O brasileiro é do suingue
O brasileiro é do baile
O brasileiro é de festa
O brasileiro tem carnaval no sangue
Tem carnaval no sangue
E deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril e grita
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
Vem comigo dançar
Em Belém do Pará
Na festa-aparelhagem tupinambá
Vem comigo, vem dançar
O reggae do Maranhão
Nos tambores da crioula
À toa rebolar
Vem comigo dançar
O forró bem cearense
E o reggae do surfista catarinense
Vem comigo pra São Paulo
Vem dançar na Liberdade
Se acabar na festa funk-japonesa
Que beleza!
Vamo pra Bahia
E se acabar na rua
No esculacho da delícia
De vontade de festa
É Timbalada, Ilê Aiyê
Candomblé de umbandance
É Timbalada, Ilê Aiyê
Candomblé de umbandance
Vem dançar em Pernambuco
O mangue-beat recifense
Vem dançar em Porto Alegre
O rock-funk do Ocidente
Vem comigo, vem pro Rio de Janeiro
Vem comigo, vem pro Rio de Janeiro
(O Rio de Janeiro...
Cidade sangue quente...)
Cidade do suingue sensual demais
Toda a esquina é samba-funk
Vem pro Rio de Janeiro
Terra de Marlboro,
Rei dos bailes big mix
Big mix total, big mix total!
Honolulu
(Eu quero ver, eu quero ver!)
Honolulu
Honolulu
Honolulu...
(Remix é superimportante!)
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Solta esse quadril e grita...
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
E vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo pulando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar
Funk Nordeste
Funk Noroeste
Funk Centro-Oeste
No Sudeste, Norte, Sul
Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão e Goiás
Rondônia, Paraíba, Paraná, Minas Gerais
Brasília, Roraima, Piauí, Espírito Santo
São Paulo, Ceará, Acre, Tocantins
Amazonas, Sergipe, Alagoas, Amapá
Santa Catarina, Bahia e Pará
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul
É Grande Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul
É Grande Rio de Janeiro!
E deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Solta esse quadril e grita...
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
Instinto coletivo
O Rappa (Marcelo Yuka, Falcão, Xandão, Lauro Farias e Marcelo Lobato, 2001)
Quadras e quadras e quadras e quadras
Cirandas, cirandas, cirandas, B. boys e capoeiristas
Velhos sonhos, novos nomes, velhos sonhos, novos nomes na avenida
O folclore é hardcore e ataca o nosso momento
Abre a roda, quem tá fora e quem tá dentro participa
O folclore é hardcore e instiga alegria
Em respeito do homem ao tambor
O ritmo que ilumina com louvor
No fato de estarmos juntos sem pavor
Pois o instinto, o instinto é coletivo, meu senhor
Eu represento o instinto coletivo
É domingo e só temos uma opção
As caixas são grandes e o som tem que ser alto
Pra tocar na multidão
Essa dança não faz seleção
Pro homem do samba, o homem do funk, o homem do bangra
Baile da Furacão, Folia de Reis, Quarup e o Boi-Mamão
Nossa identidade é nosso lar
E dentro de uma área de exclusão
Marcos, Afrika Bambataa, Padre Cícero e Lampião
Contra a mente de exclusão, sempre souberam
Que o instinto é coletivo, meu irmão
Eu represento o instinto coletivo
O Rappa from Brazil
Third world posse on the hill
O Rappa from Brazil
Essa dança não faz seleção
Para o homem do samba, para o homem do funk, para o homem do bangra
Baile da Furacão, Folia de Reis, Quarup e o Boi-Mamão
Nossa identidade é nosso lar
E dentro dessa área, dessa área de exclusão
Comandante Marcos, Afrika Bambataa, Padre Cícero e Lampião
Contra a mente de exclusão, sempre souberam
Que o instinto é coletivo, meu irmão
Que o instinto é coletivo, meu irmão
When you see my passport number
You don't see my culture
You don't see me
Observando as letras das canções acima, é possível demonstrar que o Brasil possui uma enorme, incrível, fantástica, exótica, extraordinária e rica diversidade social, cultural e étnica, fazendo do nosso país um verdadeiro mosaico de inúmeras manifestações artísticas (música, cinema, teatro, dança, culinária, artes plásticas e arquitetura). O povo brasileiro é heterogêneo, pois foi formado a partir de um aspecto socioantropológico denominado miscigenação. Portanto, o seu instinto deve ser originalmente coletivo.
Cada região - de Norte a Sul - representa um ambiente propício ao surgimento de certos fenômenos artísticos, culturais e sociais, dando origem à radiante e colorida variedade de ritmos, etnias, comidas, vestuários, crenças, estilos, hábitos, costumes e patrimônios. Respeitar as diferenças é se orgulhar da pluralidade de hábitos e costumes que, integrada à identidade cultural, forma o vasto universo da cultura brasileira.
Fernanda Abreu (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett, Laufer e Hermano Vianna, 1995)
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo pulando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar
O brasileiro é do suingue
O brasileiro é do baile
O brasileiro é de festa
O brasileiro tem carnaval no sangue
Tem carnaval no sangue
E deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril e grita
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
Vem comigo dançar
Em Belém do Pará
Na festa-aparelhagem tupinambá
Vem comigo, vem dançar
O reggae do Maranhão
Nos tambores da crioula
À toa rebolar
Vem comigo dançar
O forró bem cearense
E o reggae do surfista catarinense
Vem comigo pra São Paulo
Vem dançar na Liberdade
Se acabar na festa funk-japonesa
Que beleza!
Vamo pra Bahia
E se acabar na rua
No esculacho da delícia
De vontade de festa
É Timbalada, Ilê Aiyê
Candomblé de umbandance
É Timbalada, Ilê Aiyê
Candomblé de umbandance
Vem dançar em Pernambuco
O mangue-beat recifense
Vem dançar em Porto Alegre
O rock-funk do Ocidente
Vem comigo, vem pro Rio de Janeiro
Vem comigo, vem pro Rio de Janeiro
(O Rio de Janeiro...
Cidade sangue quente...)
Cidade do suingue sensual demais
Toda a esquina é samba-funk
Vem pro Rio de Janeiro
Terra de Marlboro,
Rei dos bailes big mix
Big mix total, big mix total!
Honolulu
(Eu quero ver, eu quero ver!)
Honolulu
Honolulu
Honolulu...
(Remix é superimportante!)
Deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Solta esse quadril e grita...
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
E vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo pulando
Vamo lá, rapaziada
Todo mundo dançando
Dançando sem parar
Funk Nordeste
Funk Noroeste
Funk Centro-Oeste
No Sudeste, Norte, Sul
Mato Grosso, Pernambuco, Maranhão e Goiás
Rondônia, Paraíba, Paraná, Minas Gerais
Brasília, Roraima, Piauí, Espírito Santo
São Paulo, Ceará, Acre, Tocantins
Amazonas, Sergipe, Alagoas, Amapá
Santa Catarina, Bahia e Pará
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul
É Grande Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul
É Grande Rio de Janeiro!
E deixa solta essa bundinha
Deixa solto esse quadril
Solta esse quadril e grita...
Brasil, Brasil
Brasil é o país do suingue
Instinto coletivo
O Rappa (Marcelo Yuka, Falcão, Xandão, Lauro Farias e Marcelo Lobato, 2001)
Quadras e quadras e quadras e quadras
Cirandas, cirandas, cirandas, B. boys e capoeiristas
Velhos sonhos, novos nomes, velhos sonhos, novos nomes na avenida
O folclore é hardcore e ataca o nosso momento
Abre a roda, quem tá fora e quem tá dentro participa
O folclore é hardcore e instiga alegria
Em respeito do homem ao tambor
O ritmo que ilumina com louvor
No fato de estarmos juntos sem pavor
Pois o instinto, o instinto é coletivo, meu senhor
Eu represento o instinto coletivo
É domingo e só temos uma opção
As caixas são grandes e o som tem que ser alto
Pra tocar na multidão
Essa dança não faz seleção
Pro homem do samba, o homem do funk, o homem do bangra
Baile da Furacão, Folia de Reis, Quarup e o Boi-Mamão
Nossa identidade é nosso lar
E dentro de uma área de exclusão
Marcos, Afrika Bambataa, Padre Cícero e Lampião
Contra a mente de exclusão, sempre souberam
Que o instinto é coletivo, meu irmão
Eu represento o instinto coletivo
O Rappa from Brazil
Third world posse on the hill
O Rappa from Brazil
Essa dança não faz seleção
Para o homem do samba, para o homem do funk, para o homem do bangra
Baile da Furacão, Folia de Reis, Quarup e o Boi-Mamão
Nossa identidade é nosso lar
E dentro dessa área, dessa área de exclusão
Comandante Marcos, Afrika Bambataa, Padre Cícero e Lampião
Contra a mente de exclusão, sempre souberam
Que o instinto é coletivo, meu irmão
Que o instinto é coletivo, meu irmão
When you see my passport number
You don't see my culture
You don't see me
Observando as letras das canções acima, é possível demonstrar que o Brasil possui uma enorme, incrível, fantástica, exótica, extraordinária e rica diversidade social, cultural e étnica, fazendo do nosso país um verdadeiro mosaico de inúmeras manifestações artísticas (música, cinema, teatro, dança, culinária, artes plásticas e arquitetura). O povo brasileiro é heterogêneo, pois foi formado a partir de um aspecto socioantropológico denominado miscigenação. Portanto, o seu instinto deve ser originalmente coletivo.
Cada região - de Norte a Sul - representa um ambiente propício ao surgimento de certos fenômenos artísticos, culturais e sociais, dando origem à radiante e colorida variedade de ritmos, etnias, comidas, vestuários, crenças, estilos, hábitos, costumes e patrimônios. Respeitar as diferenças é se orgulhar da pluralidade de hábitos e costumes que, integrada à identidade cultural, forma o vasto universo da cultura brasileira.
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