O que são parabenos, por que e como evitar essas substâncias
Frequentemente usados como conservantes de produtos industrializados, compostos químicos podem causar algumas doenças, como câncer e problemas na pele
Hugo Gonçalves, jornalista (SRTE/BA 4507)
Fotos: Divulgação
Salvador, 12 de maio de 2023
Com informações dos portais Dermaclub,
eCycle e Tua Saúde
Matéria atualizada em 13 de maio de 2023, às 23h56
Ao conferirem a lista de ingredientes nas embalagens de determinados produtos industrializados, como cosméticos, muitos consumidores já ouviram falar nos parabenos, mas ainda não têm noção dos riscos que essas substâncias podem trazer para a saúde. Tratam-se de uma classe de conservantes frequentemente utilizada na indústria, cujo objetivo primordial é impedir a proliferação de fungos, bactérias ou outros microrganismos nas formulações dos produtos, aumentando a sua validade.
Presentes em larga escala nos mais diversos produtos de higiene e beleza – como shampoos, cremes para cabelo, corpo e rosto, desodorantes, sabonetes, batons e lenços umedecidos –, os parabenos estão geralmente associados ao desenvolvimento de certas doenças, como cânceres, urticária e dermatites na pele. Além disso, algumas espécies desses compostos químicos também são empregadas na fabricação de alimentos, bebidas e medicamentos.
Os tipos mais comuns de parabenos, segundo um artigo disponibilizado no portal Tua Saúde acerca do tema, são o metilparabeno, o propilparabeno, o butilparabeno e o isobutilparabeno. Apesar de a quantidade permitida nos produtos ainda ser considerada segura por órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Food and Drugs Administration (FDA) – agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos –, alguns estudos têm constatado que o uso dessas substâncias pode ocasionar certos problemas à saúde.
Efeitos nocivos
Conforme a dermatologista paulistana Flávia Ravelli, os parabenos podem potencializar o surgimento de alergias, irritações e sensibilidade cutânea devido à ação antimicrobiana por eles desempenhada. “O acúmulo de parabenos no organismo, segundo estudos, também pode gerar doenças como câncer de mama e de pele, melanoma e afetar a fertilidade”, observou, em depoimento ao portal especializado Dermaclub.
Já a Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBE) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) classificam os parabenos como desreguladores endócrinos – substâncias químicas capazes de alterar o metabolismo de hormônios, podendo causar distúrbios no sistema nervoso central, infertilidade ou certos tipos de tumores, como os manifestados na mama, no ovário, no útero ou na próstata. E o mais grave: promove a alteração metabólica das células gordurosas, resultando na obesidade.
Segundo o portal Tua Saúde, o uso de parabenos produz o risco de os pacientes desenvolverem alguns cânceres por imitarem a ação do estrogênio, o que fazem maximizar os níveis do hormônio sexual feminino no corpo humano, estimulando a divisão das células mamárias.
Dentre uma infinidade de produtos cujas formulações contêm parabenos, destacam-se shampoos, condicionadores, cremes para pentear, desodorantes, sabonetes, cremes hidratantes, protetores solares, itens para maquiagem – batom, rímel, sombra e base – e cremes dentais. Ademais, esses compostos podem ser encontrados ainda em alguns produtos alimentícios, a exemplo de molhos para salada, conservas e cremes para confeitaria, e em fármacos, como pomadas para o tratamento de hemorroidas.
Flávia Ravelli afirma que, como os parabenos são conservantes acessíveis, os produtos isentos dessas substâncias custam mais e, além disso, não são maioria no mercado. “É bom lembrar que os parabenos não são os únicos que podem causar malefícios e toxicidade à saúde. Formol, ftalatos e benzofenona, por exemplo, também devem ser evitados”, aconselhou a dermatologista.
Como evitar parabenos
De acordo com o portal eCycle, há um controle bastante rígido sobre os percentuais de parabenos adicionados aos cosméticos. No contexto brasileiro, a Anvisa estipulou, como limite, as concentrações máximas de 0,4% de cada parabeno e um teor máximo de 0,8% de parabeno total presente nos produtos de higiene e beleza.
A fim de evitar o uso de parabenos, recomenda-se que os consumidores estejam atentos às embalagens dos produtos antes de comprá-los, verificando se eles contêm pelo menos um desses compostos químicos na relação de ingredientes. Para isso, basta encontrar no rótulo as palavras parabeno(s), em português, ou paraben(s), em inglês –, podendo estar acompanhadas de alguns prefixos, como metilparabeno (ou methylparaben), propilparabeno (ou propylparaben) e etilparabeno (ou ethylparaben).
Também é comum, entretanto, encontrar no mercado produtos já identificados pela indústria como livres desses tipos de conservantes (paraben free). Ainda é possível optar pelo consumo de produtos naturais, pois grande parte de suas formulações não inclui parabenos.
“Os produtos cosméticos chamados de low poo (shampoos sem sulfatos) geralmente são isentos de vários compostos químicos, sendo uma ótima opção para diminuir o uso de produtos com parabenos. No entanto, se não for possível deixar de usar totalmente os produtos com o composto, pode-se substituir alguns dos produtos de costume para diminuir a concentração de parabenos no organismo”, sugeriu o artigo publicado no portal Tua Saúde.
Comentários