Série “Viajando pela Bahia” encerra temporada mostrando as belezas de Itaparica

Localizada na Baía de Todos-os-Santos, maior ilha marítima brasileira é marcada por histórias e paisagens encantadoras; episódio foi o último de uma série de treze programas exibidos na TVE, com apresentação de Matheus Boa Sorte

Hugo Gonçalves, jornalista (SRTE/BA 4507)

Fotos: Reprodução/YouTube/TVE Bahia

Barra do Gil (Vera Cruz), 25 de dezembro de 2022, Natal

Matéria atualizada em 27 de dezembro de 2022, às 16h35


Mais de 67 mil pessoas, distribuídas em cerca de 35 comunidades, vivem na ilha, cuja área totaliza 239 km2

Depois de explorar de norte a sul o extenso território baiano percorrendo seus principais atrativos turísticos, a série Viajando pela Bahia, que a TV Educativa (TVE, canal 10.1 HD) acabou de ir ao ar, teve sua primeira temporada encerrada com a veiculação do episódio de número 13, gravado na ilha de Itaparica, famosa por suas paisagens de tirar o fôlego. O último episódio da fase inicial do programa semanal, que contou com o apoio da Rede de Hospedagem do Serviço Social do Comércio (Sesc-BA), foi originalmente exibido nesta quinta-feira (22), na emissora pública do estado.

O jornalista e apresentador Matheus Boa Sorte, acumulando uma vasta bagagem em dezenas de destinos nacionais e internacionais, e sua equipe partiram para a maior ilha marítima do Brasil em uma expedição deslumbrante, visitando os dois municípios que a integram – Vera Cruz e Itaparica. Ao longo dos seus 239 kmde superfície, essa paradisíaca região circundada pela Baía de Todos-os-Santos é habitada por mais de 67 mil pessoas, distribuídas em aproximadamente 35 comunidades, em meio a histórias, curiosidades e aspectos naturais e urbanos fascinantes.

Na qualidade de mochileiro experiente, Matheus decidiu introduzir sua jornada se deliciando com um café da manhã reforçado no Grande Hotel Sesc de Itaparica, para aguentar horas de trabalho durante a gravação. Lá, não hesitou em servir uma tradicional tapioca recheada com carne do sol, queijo coalho e banana da terra, preparada pela chef Ellen Silva. “Quem escolhe o Sesc Itaparica tem acesso a um dos melhores cafés da manhã que eu já encontrei em minhas andanças pelo Brasil”, comentou o apresentador, que também é cantor, escritor, educador e palestrante.

Minutos depois, o último Viajando pela Bahia da temporada 2022 prosseguiu roteiro pela área urbana do município homônimo à ilha, com suas ruas pacatas e construções coloniais, agregada às praias abundantes em águas calmas, que por serem encantadoras atraem um sem-número de velejadores. “Esse público, inclusive, representa uma fatia considerável dos visitantes locais e ajuda a movimentar a macroeconomia do turismo local”, explicou Matheus Boa Sorte.


Hora do café: no hotel, Matheus serve uma deliciosa tapioca com carne do sol, queijo coalho e banana da terra


Nas praias de Vera Cruz, piscinas naturais são formadas na maré baixa, permitindo um agradável banho de mar


Passeando por Vera Cruz

Situada na porção meridional do território insular, Vera Cruz, emancipada em 1962, também se notabiliza pelas suas formosas praias – entre as quais se inclui Barra do Gil, onde o autor desta matéria se encontra em estadia. Por toda a faixa costeira vera-cruzense, as piscinas naturais se formam durante a maré baixa, propiciando cenários maravilhosos para se contemplar um agradável banho de mar.

Matheus, junto à sua equipe de programa, ainda teve a oportunidade de adentrar as comunidades de Cacha Pregos e Jiribatuba, dois refúgios pesqueiros localizados no sul de Vera Cruz. Foi nessa segunda localidade, cujo aspecto bucólico “respira ares de isolamento e tranquilidade”, onde o jornalista e apresentador terminou a sua expedição pela ilha de Itaparica.

Também em Jiribatuba, grande parte dos seus moradores faz da pesca e da catação de mariscos suas principais atividades geradoras de renda. Presença recorrente nas cenas da pacata comunidade, a Ponte João das Botas – mais conhecida por sua denominação popular, Ponte do Funil –, possui um comprimento estimado em 660 metros, conectando a ilha ao continente através da rodovia BA-001 (Nazaré-Bom Despacho).

Repletas de encantos naturais surpreendentes, “Itaparica e Vera Cruz trazem, nas linhas do seu cotidiano, as rimas adocicadas de quem tem o privilégio de conviver com o tão bonito recanto. Lugar onde o mar e as histórias, de mãos dadas, seguem um caminho iluminado e que tanto inspira”, concluiu Matheus, enquanto foi projetada uma sequência de paisagens espetaculares dessa joia lapidada pela natureza.


Apesar de sua descoberta em 1501, colonização de Itaparica teve início somente em 1560, através dos jesuítas


Ocupada por jesuítas e invasores

Descoberta pelo navegador italiano Américo Vespúcio em 1° de novembro de 1501, juntamente com a Baía de Todos-os-Santos, a ilha de Itaparica – que, na língua tupi, significa “cerca de pedras” – começou a ser colonizada somente em 1560, por iniciativa dos missionários jesuítas. “Mas, em 1510, já havia registrado a passagem do navegador português Diogo Álvares Correia, o Caramuru – que, ao casar-se com a princesa tupinambá (Catarina) Paraguaçu, filha do cacique Itaparica, formou-se a primeira família genuinamente brasileira”, narrou o apresentador do Viajando pela Bahia.

Em virtude de sua posição geográfica estratégica, bem como de suas próprias belezas naturais, a região se tornou alvo de constantes ataques de corsários ingleses e invasores holandeses, numa tentativa de estabelecer um ponto fundamental para se fixarem no então Brasil colonial.

Com vistas a proteger o território itaparicano de possíveis novas hostilidades estrangeiras, a Coroa portuguesa mandou edificar o Forte de São Lourenço, no entorno do centro histórico. Tendo sua construção datada de 1647, a fortaleza foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ilha pertenceu ao município de Salvador até 1823, quando os moradores da região conseguiram, enfim, conquistar sua independência.


Assista, a seguir, ao episódio de número 13 – o último – da primeira temporada da série Viajando pela Bahia, gravado na ilha de Itaparica.

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