O som do pôr do sol

Com duração de exatos seis minutos, este belo material audiovisual, sugestivamente intitulado O som do pôr do sol, é um documentário exploratório do vasto panorama da música instrumental soteropolitana. Entretanto, foi determinado um enfoque único, a Jam no MAM, série de concertos semanais que ocorre todos os sábados, entre o final da tarde e o anoitecer, na área externa do Solar do Unhão, complexo arquitetônico colonial do século XVI e sede do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), situado na Avenida Contorno, com direito a uma incrível, charmosa, cômoda e atraente visão da Baía de Todos-os-Santos.

O vídeo, resultado de três meses de definição e delineamento temáticos, pesquisa do ambiente e das fontes, gravação e edição, até a obtenção do material definitivo, trata-se de uma primorosa atividade avaliativa do 6º Semestre do curso de Jornalismo do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), supervisionada pelo professor Mauro Luciano de Araújo, docente da disciplina Práticas Investigativas Interdisciplinares III. Para idealizá-lo e produzi-lo, foi formado uma equipe de, no mínimo, quatro jovens estudantes com razoável afinidade no assunto abordado: eu, Carole Lago, Laís Amorim e Lorenlai Caribé, esta última perfeitamente infiltrada no jornalismo cultural.

Todas as cenas deste documentário foram gravadas num sábado inesquecível, dia 26 de novembro de 2011, desde a passagem de som, que envolve ajustes prévios como o afinamento dos instrumentos, atingindo seu apogeu na apresentação, efetuada pelos excelentes músicos da chamada Banda Base, aos instantes finais daquela memorável e apoteótica edição da Jam no Mam, com a banda fazendo bem seu show e demonstrando seu talento e sacerdócio artístico. Nele encontram-se inseridas duas versões jazzísticas de canções antológicas da Música Popular Brasileira: O meu amor, de Chico Buarque, e Cravo e canela, de Milton Nascimento e Ronaldo Bastos.

Além disso, são exibidos depoimentos de anônimos estrangeiros de passagem pelas maravilhas de Salvador: o cinegrafista francês Didier Guillon, falando português com sotaque típico de seu país natal, e o casal Jennifer e Robert, de Nova York, Estados Unidos, no original inglês. Em suas falas, eles elogiam a tranquilidade do Solar do Unhão por acolher a Jam e declararam seu incomensurável fascínio pelos encantos e pelas maravilhas proporcionados pela capital baiana. Repare que no depoimento dos dois turistas estadunidenses aparecem as legendas indicando a transcrição dos diálogos, elaboradas pela própria entrevistadora Carole.

Ficha técnica

Direção: Lorenlai Caribé

Edição e finalização: Hugo Gonçalves e Lorenlai Caribé

Roteiro: Hugo Gonçalves

Produção: Carole Lago e Laís Amorim

Imagens: Laís Amorim e Lorenlai Caribé

Narração: Carole Lago

Segue, abaixo, a íntegra do documentário O som do pôr do sol, que levou dois dias para terminar. Ao fim desta postagem, transcrevo completamente o seu texto bem informativo. Por favor, prezados leitores internautas: acompanhem a leitura do texto abaixo escutando o áudio do vídeo a seguir.



Carole Lago (voz over de abertura) – Tema e improvisação sem ensaios prévios. Essa é a fórmula para se obter uma trilha sonora especial nos fins de tarde dos sábados, na área externa do Solar do Unhão, construído no século XVI, que abriga o principal reduto da arte contemporânea da Bahia, o Museu de Arte Moderna, o MAM.

Didier Guillon (cinegrafista) – Eu cheguei aqui a primeira vez, gostei muito dessa abertura cultural num clima mundial que reúne jazz aqui em Salvador. Outra coisa, que é pagode, que é arrocha. É ter assim esse ambiente bem tranquilo, dentro da paz, nunca teve brigas, nunca teve problemas.

Carole Lago (voz over) – Na contramão da maioria das jam sessions espalhadas mundo afora, nas quais os músicos se apresentam após a meia-noite, a Jam no MAM segue uma tendência peculiar. Antes de saírem para tocar em casas noturnas de Salvador, os músicos costumam se reunir para improvisar ao pôr do sol, contemplando a beleza da Baía de Todos-os-Santos.

Carole Lago (voz over) – A Banda Base, formada apenas por instrumentistas, incorpora a tradição percussiva baiana a gêneros como o samba, o frevo, o suingue, a bossa nova, a salsa, o rock e o blues. Essa fusão rítmica resulta no desenvolvimento de uma identidade própria em meio a um estilo singular, o jazz.

Robert (turista de Nova York, EUA) – Estamos muito felizes por ter encontrado este lugar, um ambiente muito agradável, a banda parece ser boa.

Jennifer (turista de Nova York, EUA) – Os petiscos são maravilhosos (risos).

Robert – É legal encontrar no meio do caos em Salvador. É muito bacana essa calmaria.

Jennifer – Parece ser um lugar frequentado pelos nativos da cidade.

Carole Lago (voz over) – A Jam no Mam foi idealizada a fim de produzir um tipo de sonoridade que foge dos parâmetros estabelecidos no mercado fonográfico baiano. Com direção artística e musical do baterista Ivan Huol, a série dá continuidade ao antigo Jazz MAM, realizado entre 1993 e 2001.

Carole Lago (voz over de encerramento) – O projeto semanal atrai, além de virtuoses do cenário instrumental local, artistas brasileiros e estrangeiros. A Jam no MAM, por ser um espaço artístico democrático, viabiliza o livre exercício do improviso junto aos integrantes da Banda Base e aos instrumentistas originários da Bahia.

P. S.: Gostaríamos de agradecer este documentário à toda a equipe do MAM-BA; ao estagiário do seu Núcleo de Comunicação, Luiz Oliveira, colega da nossa turma que nos adquiriu força, dinâmica e auxílio necessários para concretizar este fabuloso trabalho audiovisual, já que ele estava presente naquele dia; aos funcionários do Laboratório de Comunicação (Labcom) da Unijorge, Diogo Soares, Jorge Medina, Raimundo Júnior, Alex Alves e Antônio Muniz.

Comentários

Hugo Gonçalves disse…
parabéns galera, ficou massa!! boas férias a todos!!
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Luiz Oliveira Filho
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Núcleo de Comunicação - MAM
15 de dezembro de 2011


Hugo Gonçalves disse…
Que legal, Hugo. Parabéns!!!
Realmente está fabuloso!

Abs,

Cláudio Colavolpe
16 de dezembro de 2011
Hugo Gonçalves disse…
Adorei Hugo... Os músicos são meus amigões..
Trabalhei na JAM no MAM como produtora..

Que saudade dessa galera.

Bianca Lessa

71 8152-3755
71 8886-7003

16 de dezembro de 2011