A civilização negra em cena
Peça Histórias de Mãe África, estrelada pela global Priscila Camargo, trará as belezas, as lendas e os mitos do vasto continente para o público soteropolitano
Com informações da Tribuna da Bahia Online e da assessoria de comunicação da atriz Priscila Camargo
Segundo a atriz, montagem também vislumbra memórias de gerações anteriores
(Foto: André Pinnola/Divulgação)
Concebido para satisfazer a magia do público, essencialmente infanto-juvenil, que será atraído pelas lendas, pelas histórias e pelos mitos afro-brasileiros quase desconhecidos dele, o espetáculo Histórias de Mãe África aportará em território baiano nesta sexta-feira (21), às 16 h. Protagonizada e adaptada pela atriz paulistana Priscila Camargo, a peça permanecerá em cartaz em curta temporada, sempre no mesmo horário, até domingo (23), na Caixa Cultural Salvador, na Rua Carlos Gomes, no Centro.
A premiada montagem teatral, dirigida por Cacá Mourthé e já encenada Brasil afora desde 2004, vale-se da ludicidade, com o objetivo de convencer a plateia para revelar uma visão bem diferenciada do continente africano, apresentando 9 histórias de suas diferentes regiões, distanciando-se do imaginário habitual. Partindo desse pressuposto, as pessoas compreendem profundamente os elementos mágicos dessa imensa civilização, considerada o berço da humanidade, com a participação de bonecos, fantoches, marionetes e músicos.
Em depoimento à reportagem do jornal Tribuna da Bahia, Priscila, 53 anos, conta que Histórias de Mãe África também vislumbra memórias herdadas por sucessivas gerações e propicia o surgimento de novas plateias. “Cheio de ritmos e canções especialmente compostas, o espetáculo convida à participação de crianças e adultos, que podem cantar e dançar”, observa a atriz da TV Globo, que também lecionou, na tarde desta quinta-feira (20), a oficina “Aprendendo a Contar Histórias”, no mesmo local onde a peça será encenada.
O boneco Griot (à direita, ao lado de Priscila), típico contador de histórias da África, incentiva o espírito criativo da plateia
(Foto: Divulgação)
Imaginação
Segundo Priscila Camargo, a peça é introduzida pelo conto da orixá Euá, guardiã dos artistas e senhora das dissimulações e de todas as artes, também denominada “Deusa das Transformações” pelo povo iorubá por trazer a imaginação e a beleza de se contar histórias. Na apresentação, a protagonista conta com a colaboração útil de Griot, tradicional contador de histórias africano, interpretado por um boneco. Griot comparece ao palco o tempo todo falando sobre ecologia e incentivando o espírito inventivo e imaginativo do público.
Uma vistosa árvore, que simboliza a vida, encontra-se no centro do palco. “É Irôco, uma árvore sagrada que, como tantas culturas, abriga seres divinos. Nas nossas histórias, as árvores caminham e falam, tendo sempre as profundas raízes na terra Aiê, e os altos galhos tocando o céu, Orum, na língua africana ioruba”, diz o release do espetáculo.
Os ritmos africanos são acompanhados por canções melodiosas, executadas ao vivo pelos músicos Marcelo Daguerre (violão e voz) e Anderson Vilmar (percussão e voz), que incitam crianças, adolescentes e adultos a entrarem no mundo lúdico, mágico e misterioso das histórias apresentadas na montagem. Sua parte técnica cabe ao cenógrafo e figurinista Chico Espinosa, ao sensível iluminador Aurélio de Simoni e à diretora musical e coreógrafa Via Negromonte.
Familiarizando a plateia com a extraordinária diversidade cultural dos povos africanos e resgatando a ancestralidade brasileira por um panorama complexo, Histórias de Mãe África propõe o descobrimento de belezas, mistérios e sabedorias antigas em perfeita consonância com a modernidade. O ingresso para a apresentação é gratuito, podendo ser trocado por 1 kg de alimento não-perecível no próprio local.
Serviço
Espetáculo: Histórias de Mãe África
Elenco: Priscila Camargo (atriz), Marcelo Daguerre (violão e voz), Anderson Vilmar (percussão e voz), bonecos, fantoches e marionetes
Direção: Cacá Mourthé
Período e horário: 21/10 (sexta-feira) a 23/10 (domingo), às 16 h
Local: Caixa Cultural - Rua Carlos Gomes, 57, Centro
Ingresso: 1 kg de alimento não-perecível
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