Palestra de deputado federal discute situação LGBT no Brasil
Reportagem coletiva, elaborada por Camila Barreto, Érica Torres, Helton Carlos, Hugo Gonçalves, Jessica Sandes e Laila Cristina, estudantes do 6º Semestre de Jornalismo da Unijorge
Edição: Danilo Oliveira
Orientação: Alberto Oliveira, professor da disciplina Jornalismo Online e Produção de Novos Conteúdos
Edição: Danilo Oliveira
Orientação: Alberto Oliveira, professor da disciplina Jornalismo Online e Produção de Novos Conteúdos
A política brasileira, a realidade sociopolítica da comunidade das lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) e as liberdades civis em uma sociedade marcada pela homofobia.
Esses foram alguns temas discutidos durante a palestra “A política brasileira e o movimento LGBTT”, ministrada pelo deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), no dia 5 deste mês, no Auditório Zélia Gattai, no Campus Paralela do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), em Salvador.
A atividade foi declarada aberta por seus idealizadores, a coordenadora dos cursos de Comunicação Social da Unijorge, Patrícia Barros Moraes, e os professores da instituição Sílvio Benevides e Max Bittencourt.
Antes de passar o microfone para o palestrante, Max Bittencourt, docente da instituição, recordou o assassinato do estudante de Psicologia do centro universitário, Isaac Souza Matos, ocorrido em 11 de julho, no bairro do Corsário, na orla marítima de Salvador.
Foi pensando nesse homicídio que, de acordo com Max, definiu-se o assunto para desenvolver o projeto interdisciplinar, já que os requintes de crueldade indicam se tratar de um crime homofóbico.
O parlamentar iniciou sua apresentação fazendo um resgate histórico da homossexualidade. A exposição contou com relatos da antiguidade oriental e alcançou a atualidade ocidental, período em que a aversão à homoafetividade encontra-se consolidada.
Diante de um público jovem, Wyllys aproveitou para destacar a importância da desconstrução do senso comum por meio da educação, dentro das instituições de ensino: “As universidades devem desconstruir o senso comum, pois representam lugares de discernimento em nossa sociedade”, disse.
O deputado pontuou ainda que a língua inscreve-se profundamente no ser humano e reproduz os valores e preconceitos enraizados.
Defensor de uma mentalidade consciente e igualitária no tratamento aos homossexuais, Jean Wyllys apontou ainda o fundamentalismo religioso como fator negativo na construção de conceitos.
Kit anti-homofóbico
No momento em que foi questionado sobre o polêmico Kit Anti-Homofobia do Ministério da Educação (MEC), Jean foi direto: “Os deputados conservadores pegaram o material de outro projeto voltado para homossexuais e apresentaram como se fosse o verdadeiro ‘Escola sem homofobia’”.
De acordo com o parlamentar, o kit, cuja adoção foi vetada em maio pela presidente Dilma Rousseff, seria implantado em escolas que o solicitassem e consiste em vídeos curtos, boletins informativos e cartilhas educativas.
O orgulho gay parte, na acepção dele, do princípio da equidade. “Um grupo que historicamente tem privilégios não evoca o princípio da igualdade formal”, elucida Wyllys.
O deputado Jean Wyllys coordena a Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, e integra as comissões temáticas de Direitos Humanos e de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, no Distrito Federal.
O evento inaugurou ainda a série de trabalhos que será desenvolvida por discentes dos cursos de Comunicação Social da instituição, para o Projeto Interdisciplinar “Homofobia”.
Durante estadia na capital baiana, o parlamentar participou de eventos em diversas instituições de ensino superior e prestigiou também a 10ª Parada Gay da Bahia.
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