CPMF não é decisiva para que país volte a crescer, diz especialista
Entrevista:
Victor Pereira
Advogado
tributarista comenta sobre polêmico retorno da contribuição
social, vigente em âmbito nacional por dez anos
“As
pessoas, infelizmente, têm o hábito de se referir à CPMF como um
imposto”, explica Victor
(Foto: Divulgação)
Está
sendo discutida no Congresso Nacional, com divergências de opiniões
entre os parlamentares, uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) que prevê a recriação da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF). Tendo sua vigência no período
compreendido entre 1997 e 2007, ela foi um tributo, pertencente à espécie contribuição social, instituído
exclusivamente para servir de suporte ao financiamento da saúde
pública no Brasil.
Nesta
entrevista, o advogado tributarista e professor de cursos
preparatórios para concursos Victor Pereira analisou as razões e
as consequências do possível retorno da CPMF, uma das medidas que
contemplam o chamado ajuste fiscal, anunciado pelo governo federal a fim de tentar
conter os efeitos provocados pela crise econômica que o país está atravessando. “O que
faltam de fato são políticas públicas e eficientes para voltarmos a
crescer”, argumentou.
Semanas
atrás, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, em visita oficial à
Suécia, que “a CPMF é crucial para o Brasil voltar a crescer”.
Qual é o seu ponto de vista no tocante ao retorno da CPMF?
Victor
Pereira – Penso que o Brasil já possui uma carga tributária
demasiada, em comparação com outros países. Ademais, o retorno de
uma contribuição social, não é que a CPMF seja do gênero
tributo, não é fator decisivo para o retorno (do crescimento)
do nosso país. O que faltam de fato são políticas públicas e
eficientes, além de controles efetivos dos gastos públicos para
voltarmos a crescer.
A
CPMF não se trata de um imposto, mas sim de um tributo, classificado como contribuição
social.
V.
P. – As pessoas, infelizmente, têm o hábito de se referir à
CPMF como um imposto. Mas, na realidade, ela é um tributo da espécie contribuição social, que é muito diferente. Uma contribuição
social, nesse caso, que venha custear despesas que o governo tem com
investimentos em saúde.
Se
o governo decidir recriar a CPMF, essa contribuição poderá ser
aplicada nas demais áreas, como educação?
V.
P. – A CPMF, quando foi criada, teve uma destinação
exclusiva, que, nesse caso, era para o custeio da saúde. Então, não
se pode acontecer o que ocorreu no passado, que era a arrecadação
da CPMF para fundos diversos, para educação, etc. Tem que ser única
e exclusivamente para o custeio da saúde.
Comentários
Tudo bem ? Obrigado pela entrevista.
Abs
VP