Onde há luta, há Emiliano!
Constelações e galáxias de jornalistas intransigentes na luta em favor da democracia e da liberdade de imprensa são de natureza incomensuravelmente excepcional na construção de uma sociedade justa, sólida e complacente. Em meio a incontáveis estrelas da nossa imprensa, existem centenas delas que desafiaram com bravura, intrepidez e retidão o arbitrário establishment – ou sistema de governo – duradouro por vinte longos anos de obscuridade e impertinência em detrimento das mobilizações populares. Mesmo com os generais no elevado escalão do Palácio do Planalto, indicados pelo Alto Comando do Exército, a imprensa oposicionista, apesar de amordaçada pela censura, tentaram fazer de suas convincentes e bem-humoradas astúcias estratagemas para miná-la.
Regime anticonstitucional e antiético, no qual toda e qualquer crítica que lhe for inconveniente, ora radical, ora delicada, era desconsiderada por motivos subversivos, em particular nas suas segunda e terceira etapas, cujos chefes agiam com temperamento agressivo, daí a sua brutalidade. Sem nenhuma hesitação, os argumentadores mais combativos, majoritariamente cooptados ou pertinentes a agrupamentos de esquerda, foram cúmplices de anos inesquecíveis, sendo condenados a prisões, torturas, desterros e até mortes, atos vândalos cometidos contra eles. Foram, entretanto, suplícios armados pela própria ditadura, aparentemente humanista e veridicamente estúpida, excludente e maligna. No recôndito da miríade democrática, lá estava ele: um insigne jornalista, professor, político e escritor, com nove livros publicados.
Por isso, estou me referindo a um homem austero, tenaz, incorruptível e virtuoso. Nascido em Jacareí, interior de São Paulo, Emiliano José, vivendo na clandestinidade como militante da Ação Popular (AP), adotou a Bahia como domicílio no auge das turbulências da ditadura, driblando-a desde seus primórdios. Emiliano, assim como outros companheiros de batalhas que contribuíram na restauração libertária brasileira, foi torturado e condenado a quatro anos de prisão pelos donos do poder, justamente, em um infecto porão totalitário da Penitenciária Lemos Brito, em Salvador, conhecido por ele como "mar cinzento".
O currículo desse replicante guerreiro de 64 anos é extenso. Jornalista legendário, dinâmico e esclarecido, narrando e rememorando os largos meandros da história recente brasileira e baiana, professor aposentado da Faculdade de Comunicação (Facom) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde lecionou por 25 anos, entre 1983 e 2008, além de ser doutor em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela mesma faculdade, enfrentou as hostilidades e os rumores planejados pelas Forças Armadas, tornando-se voz ativa em defesa dos direitos humanos e da classe operária. Vantagens e valores adquiridos com o aval de lúcidos mediadores como Emiliano. Um batalhador conciliador, indefectível, sem repúdio, sem vacilo e sem receio, tanto na vida política quanto nos veículos em que ele atua – até hoje, ele assina textos e textualidades impecáveis.
Na trajetória voltada para uma política honesta, Emiliano postulou uma vaga na Assembleia Legislativa em 1986 pelo PMDB, sigla exortadora da libertação e da predestinação por mudanças aprofundadas nas estruturas políticas, sociais e econômicas do Brasil. Permaneceu, no entanto, na condição de suplente, assumindo a lacuna em três períodos: agosto de 1988 a junho de 1989, junho de 1989 a janeiro de 1990 e maio a outubro de 1990. Destacou-se como um dos parlamentares mais sensatos na Assembleia Estadual Constituinte, sendo um dos signatários da atual Carta, em 5 de outubro de 1989. Para lograr tal performance, defendeu as aspirações comunitárias, os direitos à moradia e à educação pública e gratuita, a reforma agrária, a ampla liberdade de culto e o controle externo do Poder Judiciário. Seus projetos apresentados foram inteligíveis para nosso povo.
Durante o período em que estava no ostracismo eletivo, foi condecorado cidadão soteropolitano no plenário da Câmara Municipal de Salvador, em 1996, pela memorável vereadora Yolanda Pires, esposa do amigo Waldir. Em 2000, já no PT, na época o maior partido de oposição do país, retornou ao cenário eleitoral, elegendo-se vereador de Salvador. Assim como em ocasiões anteriores, foi uma liderança tolerante no combate às desigualdades e na manutenção da nossa genuína democracia, só que em nível municipal. O seu profícuo desempenho na Câmara Municipal lhe rendeu mais um mandato como deputado estadual em 2002, desta vez como titular. Na legislatura 2003-2007, perenizou sua resistência, colocando-se propício aos interesses da juventude baiana e contrário às perversidades discriminatórias das mulheres, dos afrodescendentes e dos homossexuais.
Emiliano, ainda como deputado estadual, foi um dos articuladores da eleição de Jaques Wagner ao governo da Bahia em 2006. Wagner, ao eleger-se governador, anunciou o rompimento de sucessivas gestões do grupo político dominante até então. No mesmo pleito, concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas conseguiu ser suplente. A assunção de Emiliano em Brasília entre maio do ano passado a março deste ano, enquanto Nelson Pelegrino era o titular da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, apesar de provisória, era dignamente factível para que o Brasil e a Bahia continuem mudando. Teve um papel primaz no fortalecimento das nossas instituições públicas de educação superior, na relutância pelas igualdades socioeconômicas, na intransigência nas oportunidades para a juventude e na defesa da atividade cultural.
A sua candidatura a deputado federal, mais uma vez, simboliza o inesgotável comprometimento dos movimentos de base em ter alguém no Parlamento um representante voluntário das causas sintonizadas com a atual conjuntura. Por causa disso, aderiram à ela universidades públicas da capital e do interior do estado, grêmios estudantis, cantores, compositores, escritores, artistas plásticos e outros.
Precisamos reconduzir à Câmara um mestre exemplar e corajoso na resistência pelos direitos e deveres das multidões, premiado cidadão baiano há quatro meses em sessão especial. Concretas e exequíveis, as atividades e passividades de Emiliano José destinadas à comunidade, aos trabalhadores, aos homossexuais, aos negros, à educação, à cultura e à juventude são alicerces para a sua recondução ao cargo, bem como a reeleição de Wagner ao comando do nosso estado. Esperamos que essas duas eventuais conquistas consigam nos magnetizar incessantemente, possibilitando a amplitude e a completude de suas realizações e de suas propostas. Onde há a capacitada persona de Emiliano, há transparência, jurisprudência, moralidade e admissibilidade ao povo baiano.
Emiliano, ainda como deputado estadual, foi um dos articuladores da eleição de Jaques Wagner ao governo da Bahia em 2006. Wagner, ao eleger-se governador, anunciou o rompimento de sucessivas gestões do grupo político dominante até então. No mesmo pleito, concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados, mas conseguiu ser suplente. A assunção de Emiliano em Brasília entre maio do ano passado a março deste ano, enquanto Nelson Pelegrino era o titular da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, apesar de provisória, era dignamente factível para que o Brasil e a Bahia continuem mudando. Teve um papel primaz no fortalecimento das nossas instituições públicas de educação superior, na relutância pelas igualdades socioeconômicas, na intransigência nas oportunidades para a juventude e na defesa da atividade cultural.
A sua candidatura a deputado federal, mais uma vez, simboliza o inesgotável comprometimento dos movimentos de base em ter alguém no Parlamento um representante voluntário das causas sintonizadas com a atual conjuntura. Por causa disso, aderiram à ela universidades públicas da capital e do interior do estado, grêmios estudantis, cantores, compositores, escritores, artistas plásticos e outros.
Precisamos reconduzir à Câmara um mestre exemplar e corajoso na resistência pelos direitos e deveres das multidões, premiado cidadão baiano há quatro meses em sessão especial. Concretas e exequíveis, as atividades e passividades de Emiliano José destinadas à comunidade, aos trabalhadores, aos homossexuais, aos negros, à educação, à cultura e à juventude são alicerces para a sua recondução ao cargo, bem como a reeleição de Wagner ao comando do nosso estado. Esperamos que essas duas eventuais conquistas consigam nos magnetizar incessantemente, possibilitando a amplitude e a completude de suas realizações e de suas propostas. Onde há a capacitada persona de Emiliano, há transparência, jurisprudência, moralidade e admissibilidade ao povo baiano.
Comentários