Morre o político baiano Ênio Mendes

Advogado, ex-deputado e ex-secretário de Segurança Pública partiu na madrugada de hoje, aos 83 anos, após estar internado

Com informações do Jornal da Mídia, da Tribuna da Bahia Online e da Assembleia Legislativa da Bahia

Ênio Mendes de Carvalho foi cassado em 1964, enquanto exercia o segundo mandato de deputado
(Foto: Arquivo/Assembleia Legislativa da Bahia)

O advogado, pecuarista e ex-deputado estadual Ênio Mendes de Carvalho morreu na madrugada desta quinta-feira (18), aos 83 anos, na Fundação Baiana de Cardiologia (FBC), no bairro da Pituba, onde se encontrava internado. Ex-secretário da Segurança Pública da Bahia no governo de Waldir Pires, Ênio foi primo do deputado estadual licenciado e secretário de Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Salvador, João Carlos Bacelar (PTN).

Nascido em Esplanada, no litoral norte do estado, em 10 de abril de 1928, cursou o primário e o ginasial – atuais Ensino Fundamental I e II, respectivamente – na Escola Monsenhor Basílio Pereira, em sua cidade natal, e o secundário (hoje Ensino Médio) no Colégio Estadual Ypiranga e no Colégio Central, na capital. Bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 1951. Durante sua trajetória estudantil, Ênio Mendes foi membro da União Nacional dos Estudantes (Une) e presidente do Grêmio Barão do Rio Branco e do Diretório Acadêmico Ruy Barbosa.

Ênio foi eleito para a Assembleia Legislativa em 1958, pela legenda do Partido Republicano (PR), renovando seu mandato em 1962, sendo filiado ao Partido Social Progressista (PSP). Exerceu a vice-liderança do PR em 1959; foi titular das Comissões de Finanças, Orçamento e Contas (1959), Viação e Obras Públicas (1959), Orçamento e Fiscalização Financeira (1961), Constituição e Justiça (1963) e Finanças e Serviços Públicos (1963); e suplente das Comissões de Constituição e Justiça (1959-1960), Economia (1959), Finanças e Serviços Públicos (1960), Economia e Transportes (1963) e Saúde Pública e Assistência Social (1963).

Ditadura e redemocratização

Cassado em 28 de abril de 1964, na aurora da tenebrosa ditadura imposta pelos chefes militares que iria perdurar por 21 anos, o então deputado teve seus direitos políticos suspensos em agosto de 1966. Na circunstância da suspensão, já vigorava, no contexto nacional, o sistema bipartidário instaurado pelo regime, com uma legenda situacionista, a Aliança Renovadora Nacional (Arena), em contraposição com o oposicionista Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Quando o pluripartidarismo foi restabelecido, em fins de 1979, Ênio Mendes ajudou a fundar o PMDB, do qual foi secretário-geral no estado. Teve importância decisiva no retorno à normalidade democrática no Brasil.

Regressou à vida pública em março de 1987, quando o então governador Waldir Pires (PMDB, hoje filiado ao PT) o convidou para assumir a titularidade da Secretaria da Segurança Pública, sendo o primeiro civil a ocupar a pasta na Bahia após a restituição da democracia – seu antecessor no cargo foi um militar, o coronel Antônio Bião Martins Luna (1983-1987). Ênio ficou nos quatro primeiros meses da gestão de Nilo Coelho, até agosto de 1989, quando foi substituído pelo então deputado estadual Fernando Daltro, falecido em 2009.

O corpo de Ênio Mendes está sendo velado no Palácio Deputado Luís Eduardo Magalhães, sede da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo da Bahia (Cab). De lá, segue para o Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, onde será cremado nesta sexta-feira (19), a partir das 9 h. O político deixa a viúva, dona Lígia Veloso Mendes de Carvalho; os cinco filhos, Aurélio, Raquel, Ênio Filho, Ana Clara e Luciana; e sete netos.

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