Seminário celebra os 200 anos do jornalismo na Bahia

História, transformações, prática da profissão e ensino do jornalismo terão expressivo alcance em evento de extensão no auditório da Facom/Ufba, entre amanhã e sexta-feira, comemorativo ao bicentenário da imprensa no estado

Celebrando o bicentenário do advento da imprensa baiana, a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba) promoverá o seminário 200 anos de Jornalismo na Bahia: transformações, atuação profissional e ensino. Tendo como público-alvo jornalistas, estudantes, professores e pesquisadores do curso de Jornalismo, o evento de extensão ocorrerá entre amanhã (11) e esta sexta-feira (13), das 8:30 às 12:30, no auditório da Facom, na Rua Barão de Geremoabo, no Campus Ondina.

Além de vislumbrar a data comemorativa aos 200 anos do surgimento da atividade da imprensa em solo baiano, 14 de maio, o seminário focalizará as transformações originárias da convergência tecnológica e midiática no contexto contemporâneo e os seus reflexos no exercício jornalístico, na atuação profissional e nos métodos de trabalho. Os desafios inerentes ao ensino do curso superior de Jornalismo e à formação acadêmica de novos jornalistas também serão abordados.

A aventura da estratégia de publicar notícias e ideias na Bahia foi introduzida com a chegada da corte de Portugal ao Brasil, em 1808, quando o tipógrafo português Manuel Antônio da Silva Serva propôs ao príncipe-regente D. João, mais tarde coroado rei D. João VI, que ele fundasse um jornal na então província. Em 5 de fevereiro de 1811, uma carta-régia foi subscrita por D. João objetivando autorizar o funcionamento da segunda tipografia brasileira – a pioneira, a Impressão Régia (hoje Imprensa Nacional), fora instalada no Rio de Janeiro, em 1808.

Finalmente, Silva Serva fundou e dirigiu o primeiro jornal impresso na Bahia, A Idade d’Ouro do Brazil, que circulou entre 14 de maio de 1811 e 24 de junho de 1823, sempre às terças e às sextas-feiras. Protegido pelo então governador dom Marcos de Noronha e Brito, o Conde dos Arcos, o periódico tinha posicionamento conservador, defendendo o absolutismo monárquico lusitano. Nos dias precedentes ao fato que culminou na expulsão dos portugueses do território baiano, em 2 de julho de 1823, A Idade d’Ouro do Brazil teve sua circulação expirada.

Mesas-redondas

Três mesas-redondas compõem o evento, sendo que cada uma delas acontecerá em um dia, sob a coordenação de um docente da Facom. A professora-doutora Suzana Barbosa receberá amanhã (11) os jornalistas e escritores Florisvaldo Mattos e Luís Guilherme, especializado em história da imprensa na Bahia; a jornalista, doutora em História pela Ufba e professora da Faculdade Social, Mônica Celestino; e o jornalista e gerente de operações da TV Bahia, Hugo Brito, para discorrer sobre a história, as transformações, as perspectivas e as tendências do jornalismo.

Nesta quinta-feira (12), o ensino e as diretrizes curriculares para o curso de Jornalismo serão problematizados em mesa-redonda coordenada pelo mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea, Washington Souza Filho. Os ciceroneados por ele especialmente para esse propósito são o jornalista, escritor e professor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Sérgio Mattos, membro da comissão para revisão dos parâmetros curriculares do curso; a deputada federal Alice Portugal (PC do B), membro da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados; e a jornalista e professora adjunta da Facom, Lia Seixas.

Questionando a atuação profissional dos jornalistas, a obrigatoriedade do diploma e suas ambiguidades e o mercado de trabalho do ramo na Bahia, o diretor da Facom, Giovandro Ferreira, convidará, nesta sexta-feira (13), o jornalista e deputado federal Emiliano José (PT), ex-professor da Facom e membro das comissões de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática e de Educação e Cultura da Câmara; a jornalista Marjorie Moura, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia (Sinjorba) e o jornalista Raul Monteiro, vice-presidente da recém-criada Associação Baiana de Jornalismo Digital (ABJD).

Para reservar assento no auditório durante o seminário 200 anos de Jornalismo na Bahia, o espectador precisa se inscrever, submetendo solicitação para o e-mail do Núcleo Interdisciplinar de Comunicação (Nicom) da Ufba. O endereço para submissão é nicom@ufba.br. As inscrições são gratuitas.

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