Química onipresente

O senso comum explana que Química é uma designação inerente a certas tipologias de substâncias prejudiciais à saúde humana. Quem já ouviu alguém falar expressões embasadas nesse preceito errado, como "iogurte sem Química", "medicamentos sem Química" e tantas outras? Será que, nessa acepção, várias pessoas, leigas em conhecimentos químicos, confundem o vocábulo Química, sendo utilizada viciosamente como sinônimo de produtos que nos são maléficos?

Sim, mas a confusão está completamente equivocada. Conforme os professores Francisco Peruzzo (Tito) e Eduardo Canto, químicos graduados em conceituadas universidades do interior paulista, a Química é a Ciência Natural que objetiva estudar e investigar as substâncias, sua composição, sua estrutura e suas propriedades. Nem todas as substâncias e os produtos delas derivados, portanto, são artificiais, ou seja, solidificados pela ação do homem.

Os objetos encontrados na natureza, como o ar reinante na atmosfera telúrica, a água, as árvores ornamentais e frutíferas, as flores, os frutos, as verduras, os cereais, os metais e o látex, extraído da seringueira para a fabricação da borracha, também possuem substâncias químicas em sua constituição. Estas, por sua vez, originam-se de uma heterogeneidade de elementos, sendo que o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o fósforo (P) e o enxofre (S) encontram-se em larga profundidade.

Notável a clarividência de um conjunto complexo de matérias, inventadas graças aos avanços científicos e tecnológicos através da aliança da Química com outras áreas da sabedoria humana, em particular as Engenharias. Tal imbricação entre elas ensejou a concepção e a moldagem de produtos existentes em abundância em nível planetário terrestre.

É imprescindível frisar que a Química interfere em amplitude dimensional no nosso cotidiano. Refere-se a um magnificente horizonte de substâncias e de processos inimagináveis, naturais e artificiais, membros da constituição das matérias. Matéria, sob a ótica científica, é tudo aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. São matérias, exemplificando, o papel, a caneta, o lápis, a borracha, o garfo, a faca, a colher, o prato, o classificador, o estojo, a toalha, a escova, o sabonete, o pão, o sal, o açúcar, o arroz, o feijão, o macarrão, a banana e a maçã.

As matérias que fazem menção acima são provenientes das indústrias químicas, ou entraram em contato com os produtos oriundos das mesmas durante a sua elaboração. No bojo da Química é planejado um grandioso panorama elucidativo, cuja compreensão é de suma importância no dia a dia. Observamos diversificadas modalidades e designações de substâncias químicas aplicadas na manufatura de uma gama de produtos industrializados.

Presentes nas embalagens de materiais farmacêuticos, alimentícios, cosméticos, coloríficos, higiênicos, aromáticos, de limpeza, de construção, em artefatos indumentários ou de vestuário, plásticos, só para exemplificar, as extensas denominações de substâncias derivadas da indústria química na lista de ingredientes dão tamanha e sensível imponência na vida de cada um de nós. Sintetizando: todas as coisas que há na natureza provêm exatamente da Química.

Nem sempre ela nos traz desvantagens. A nossa longevidade, subsistência e fixação no meio ambiente deve-se a fatores extremamente superficiais de uma Ciência Natural de viés teórico-prático. O ar atmosférico que respiramos é uma mistura de diversos gases, mas o nitrogênio (N2) e o oxigênio (O2) predominam nela. As atividades que nosso corpo desempenha a fim de nos sobrevivermos tem os procedimentos químicos como atributos.

É de acordo com os pressupostos supracitados que a Química, uma das Ciências Naturais de valor excepcional, está cotidianamente na nossa órbita, girando em torno de nós. O aprendizado e o aprofundamento em conceitos estreitamente coligados a ela, bem como a aplicação das substâncias provindas das indústrias do ramo, nos é essencial. Para aprender a Química, compreendê-la, problematizá-la e desenvolvê-la no cotidiano, não precisa ser sábio de forma exagerada na disciplina, mas saber apenas o seu básico.

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