Sempre unidos nos corredores

Colegas de trabalho na Unijorge, Robson Borba, Simone Correia e Tássia Vila Verde explicam suas relações recíprocas, seus acertos e seus obstáculos encarados

Unidos, companheiros, amigos e profissionais. Receita de uma junção amistosa que nunca falha. São essas as virtudes de uma tríade não desmantelável de funcionários do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge). Mantendo instigante comunicabilidade com colegas do seu corpo, estudantes, docentes e trabalhadores de demais segmentos, os auxiliares Robson Borba, Simone Correia e Tássia Vila Verde constituem o "trem da alegria" do nível 4 do prédio 2, onde situam-se as salas de aula dos cursos de Comunicação Social e Psicologia.

O auxiliar operacional Robson Borba de Oliveira, 23 anos, além de trabalhar nos corredores do nível 4, cursa, no turno da noite, o terceiro semestre de Segurança do Trabalho na mesma empresa. "Me comporto como um estudante atencioso, curioso, com vontade de vencer, e nunca desistir", salienta Robson, procurando nele a fórmula para seu sucesso. Há um ano, transferiu-se para o pavimento onde está onipresente até hoje.

Vizinho admitiu ingresso

Morador do Engenho Velho da Federação desde a sua gênese, Borba, como ele é chamado por seus colegas e parentes, ingressou na Unijorge em 2008, por intermédio do recepcionista Ricardo Silva de Souza, seu vizinho e companheiro de infância. "Trouxe o currículo dele e, ao ser analisado, a empresa gostou do perfil dele", conta Ricardo, ao estar ciente da contratação de Robson, escalada introdutória para a sua carreira. Seus métodos de comunicação são o rádio e o telefone ramal, instrumentos preponderantes para a conversação interpessoal.

Filho caçula de cinco irmãos, ele reside com sua avó paterna, Delza Maria da Conceição, 70 anos, para que tivesse alguém para cuidar dele. A perda de proporções jamais atingidas em sua vida foi a de sua mãe, Rosemary Borba de Oliveira, aos 46 anos, em 18 de outubro do ano passado. Rosemary foi vitimada por um infarto fulminante a caminho do Hospital Geral do Estado (HGE), onde seria internada, dentro de uma viatura da Polícia Militar. No momento do óbito da "mulher da minha vida", como Robson a adjetiva, ele teve sensações de desespero, tristeza, angústia e choque.

Robson carrega sua arrebatadora paixão pelo futebol desde a infância, na escola primária. A pretensão do auxiliar operacional era ser meio-campo do Corinthians, time que ele torce. Possuindo três efêmeros relacionamentos amorosos, sem nenhum noivado, ele confessa ser solteiro. Ele tem quatro irmãos, nominados Márcia, Paulo Roberto, Danilo e Daniela. Os dois primeiros vivem na Federação, enquanto os dois últimos, em Cajazeiras.

Da culinária à educação

Há nove anos na Unijorge, a auxiliar de serviços gerais Simone Correia dos Santos, 32 anos, é uma das veteranas da universidade em seu quadro empregatício. Suas primeiras aventuras profissionais eram ajudante de cozinha num restaurante a quilo no bairro de Brotas, e garçonete num bar da Praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Convidada a ser uma das rejuntadoras de revestimentos cerâmicos na obra do prédio 1 da então Faculdades Jorge Amado (FJA), em 2001, Simone é encarregada, ao lado de Tássia Bispo Vila Verde, 24 anos, da limpeza dos corredores do nível 4 do prédio 2.

Primogênita entre seus cinco irmãos, todas mulheres – Simone, Sirlene, Sirleide e Silvana, a caçula –, e uma exceção masculina, Jorge, todos casados e com filhos, ela é mãe de Simoni (sic), adolescente de 14 anos. O nome da filha é uma homenagem à cantora evangélica Simony, ex-Balão Mágico, mas no lugar do "y", Simone resolveu trocá-lo pelo "i", por opção, porque ela já tinha registrado Simoni no cartório com esse nome. Ex-estudante da Bíblia Sagrada enquanto seguidora da doutrina das Testemunhas de Jeová, ela não frequenta nenhuma igreja, contudo crê em Deus.

Lado a lado no mesmo nível

Tássia, parceira eterna e recíproca de Simone na preservação do pavimento do prédio educacional em que elas estão, era atendente de uma lanchonete em Pernambués. Ela chegou à Unijorge em 2008 através de amigos. Tanto sua mãe quanto seu pai faleceram quando a filha única deles era adolescente, perdas parentais mais dolorosas que as de Robson.

A mãe, Elisete de Oliveira Bispo, morreu espontaneamente em sua residência, no bairro de Saramandaia, localizado entre Pernambués e a Avenida Antônio Carlos Magalhães, de infarto, há dez anos. O pai, Reginaldo Barbosa Vila Verde, em contrapartida, faleceu durante um trágico atropelamento automobilístico em uma das pistas da Avenida ACM, em frente ao supermercado G. Barbosa do Iguatemi, há oito anos. Ao acumular os óbitos dos seus pais, Tássia ficou triste e consternada ao extremo.

No seu segundo ano de vida, 1987, Tássia recebeu de presente de uma colega de Elisete um boneco do Fofão, um dos maiores personagens infantis da televisão brasileira nos anos 80. Ela conta que "foi muito bom até descobrir que era um boneco de maldição", por estar vinculado a rituais de magia negra, daí o significado da mensagem subliminar contida no brinquedo. Pensando nisso, mais tarde, aos 19 anos, Tássia, hoje evangélica convicta da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), o jogou fora.

Fé em Deus

Casada, mãe de Henrique, de 1 ano e 7 meses, e também dona-de-casa, ela assiste a poucos cultos no templo da Iurd em Cajazeiras – reside em Cajazeiras 2, um dos compartimentos do maior bairro de Salvador. "Minha fé em Deus é muito grande, maior do que o Universo", alegra-se Tássia. O auxiliar operacional Genilton Oliveira de Assis Souza, 24 anos, vê em Tássia, Robson e Simone modelos de companheirismo. "Considero como meus amigos e boas pessoas, companheiros", declara Genilton, cordial.

Comentários

Unknown disse…
Hugo Gonçalo amei a Postagem soubre, sempre unidos nos corredores ficou muito bom! tassia beijão