Vida sem vagas

Grande parte da população baiana, subserviente ao Sistema Único de Saúde (Sus) para atendimentos de urgência e de emergência, reivindica uma vaga nas unidades de saúde pública. É uma magna legião de remediados: nosso povo reclama e batalha ardorosamente para equacionar o dilema da ausência de vagas nos hospitais, nos ambulatórios e nos postos. Como podemos observar diariamente, a carência de atendimento e/ou a sua má qualidade não passam de uma excrescência.

Percebemos concisamente que o nosso sistema sanitário oficial está imerso num caos, até porque há poucos recintos vacantes para que os pacientes se alojem a fim de compensar os diversos e infinitos males por eles sofridos. A deficiência e a indisponibilidade de vagas em leitos provocam uma tremenda confusão nos enfileiramentos de espera. Justifica, ainda, uma imensa e quilométrica cruzada para conseguir expectativas prolongadas de vitalidade e de saúde.

Implorando por melhor qualidade de vida e por bem-estar, pessoas adoentadas permanecem intactas, estáticas, por duas horas ou mais, atingindo o inesperado prolongamento por mais dias, numa inércia que de fato é dramática. Cenas como esta, em hipótese alguma, não acontecem em obras fictícias. São integralmente verídicas, cujos protagonistas – os pacientes –, às vezes, estão aguardando o momento oportuno do óbito espontâneo e fulminante em plena fila de um lotado hospital.

A saúde gratuita na Bahia não deve ser tratada como mercadoria de câmbio para finalidades meramente especulativas. Direito efetivo e prioritário do povo, a medicina, ou arte de curar e de salvar, é um fator de suma importância para assegurar a conservação, a manutenção e o equilíbrio da nossa vida. Não há conjecturas para se compreender porque os hospitais públicos baianos e as ambulâncias que se locomovem de um hospital para outro estão repletos de pessoas adoentadas. Fácil de entender, é?

Vítimas de acidentes e de enfermidades naturais, enquanto enfrentam as morosidades nos atendimentos, fazem da consolação cristã um subterfúgio benigno para curar as suas dores, os seus cânceres, as suas úlceras e as suas debilidades. O guardião da nossa saúde não é apenas um segundo ser humano, como o médico. Só Jesus, através de seus conselhos e de suas mãos milagrosas, nos dá consolo, auxílio fraterno e gratidão para aliviar as doenças que fazem assolar o nosso dia a dia.

Procurar uma vaga em hospitais e reservá-las é um trabalho seriamente complexo e complicado, uma tarefa dificílima. Um problema similar ao das filas astronômicas da Previdência Social. As filas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), assim como aquelas do Sus, embora inconvenientes para muitos, são necessárias à espera de benefícios inimagináveis. Nossas condições de saúde da maioria dos pacientes que dependem do Sus para atender e internar são, a cada dia, muito sofríveis.

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